Isso é uma longa história: na minha escola em vez de contínuos havia prefeitos. Os prefeitos tomavam conta de nós, davam-nos as aulas de substituição... enfim, eram as pessoas que tinham de saber impor respeito a nós, alunos!
Acontece que este era um prefeito diferente. Diferente porque era... anormal! Daí o nome de Prefeito Anormal.
Vou, então, contar-vos algumas das histórias desse nosso Prefeito Anormal. Ele era muito pacífico. Não sabia impor respeito a quem quer que fosse. Para além disso tinha algumas ideias um bocado esquisitas...
- Ah, pois... Sabes que eu não gosto do fundo dos hambúrgueres. - dizia ele.
- Do fundo dos hambúrgueres???
- Sim... É que eles metem sempre mais molho no fundo!
Da última vez que eu comi um hambúrguer aquilo era uma coisa redonda. Mas ele lá saberá onde está o fundo...
A história que finalmente o consagrou como o Prefeito Anormal foi a do Alex Ramos. O Alex Ramos é um amigo nosso de quem já falei no blog... Ele é um tipo pacato, mas na presença deste prefeito mudava completamente a sua atitude (como, de resto, toda a turma).
Foi uma das nossas aulas naquela escola. Aula de substituição. O professor tinha faltado e eis que aparece o Prefeito Anormal para o substituir.
FESTAAAAA! "Isto ainda vai ser melhor que não ter aula!"
O Prefeito entra na sala. O quadro estava todo pintado de giz. A secretária também estava cheia de pó e de giz, visto que tinham usado o apagador para a deixar toda suja. Mas isso não se via a olho nu.
Por isso, o Prefeito entra na sala, vê o quadro todo pintado e a turma começa toda a rir e a gozar. De forma a tentar que a turma se calasse dirige-se à secretária e usa o livro de ponto para bater na mesma. Mal ele faz isto é absorvido por uma nuvem de giz. Delírio total!
E é aí que entra o Alexandre Ramos. Com pena (ou não) do Prefeito Anormal pega na sua pasta e bate com ela na mesa para tentar calar os colegas. Faz-se silêncio na sala. O Ramos tinha batido, de facto, com muita força e o ruído provocado fez a turma calar-se.
O pior veio depois. Ao olhar para o Ramos reparei que a mesa dele estava em V. Sim, em V! Foi tanta a força com que bateu com a pasta... que partiu a mesa ao meio! Aí foi o êxtase! O Ramos, em pânico com a reacção do Prefeito e respectiva punição, ficou perplexo. Ficou mesmo paralisado. De tal forma que dois dos meus colegas se levantaram, pegaram na mesa dele partida, colocaram-na no fundo da sala, pegaram noutra mesa e voltaram a colocá-la à frente do Ramos e durante todo este tempo ele ficou parado, sem mexer um músculo.
AH! E o que fez o Prefeito? Nada... Aquilo também era uma coisa sem importância! Já percebem porque lhe chamáva-mos Prefeito Anormal?
essa parte final tem efeitos alucinogénicos pq eu juro que mesmo sem saber o que e um zaguer consigo imaginá-lo perfeitamente, aqui mesmo, a minha frente com o seu 'esquilo aquático' ao ombro!! lol