quarta-feira, 27 de julho de 2011

Record batido...


Já aqui tinha notado uma vez que o jornal desportivo Record estava a tornar-se numa revista cor-de-rosa. Hoje, escrevo este post para notar que, para o bem de todos, este jornal devia deixar de ser apresentado como um desportivo. Porquê? Ora vejam a notícia: http://www.record.xl.pt/jogo_vida/interior.aspx?content_id=709359.

Como, espero, o texto irá ser corrigido, passo à sua transcrição:
"A temperatura subiu, e de que maneira, nas férias de Alexandre Pato e Barbara Berlusconi. O casal de namorados deixou-se levar pela emoção e acabaram por ser apanhados pelas lentes dos paparazzi em cenas escaldantes em Itália, pela costa Smeralda.

O jogador de futebol deu largas à paixão a bordo do iate da família da namorada, filha de Silvio Berlusconi, primeiro-ministro de Itália e presidente do Inter Milão, onde o brasileiro atua. As imagens já fazem furor na revista italiana “Diva e Donna”. Prova que o romance está a aquecer! Ele até já levou a bela ragazza ao Brasil e apresentou-a aos pais. Um namoro que estápara durar. Pelo menos, paixão não lhes falta!"
Façamos, então, um exercício: o que há de relevante ao nível desportivo nesta notícia? Nada. Mas, compreende-se, fala de Alexandre Pato, jogador de futebol, e de Silvio Berlusconi, um homem do futebol (e não só) italiano. Está, portanto relacionado com desporto. Mas o que é engraçado é que a única referência ao desporto é feita quando se refere que "O jogador de futebol deu largas à paixão a bordo do iate da família da namorada, filha de Silvio Berlusconi, primeiro-ministro de Itália e presidente do Inter Milão, onde o brasileiro atua".
Bem sei, bem sei... uma revista cor-de-rosa não tem de saber que o Berlusconi não é presidente do Inter, nem que o Pato também não actua lá. Uma revista cor-de-rosa não precisa de saber que eles "actuam" precisamente no grande rival: o AC Milan. Mas então, que se assuma como aquilo que é: uma revista cor-de-rosa. E que se deixe, de vez, de divulgar como jornal desportivo...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Buddy Program, ou Erasmus na tua própria cidade?


Durante este semestre tive a espectacular oportunidade de viver um bocadinho do Erasmus na minha própria cidade. Quando voltei do Brasil inscrevi-me no Buddy Program. Uma das perguntas que me fizeram na hora da inscrição foi em que línguas conseguia comunicar. Pouco confiante das habilidades no inglês, resolvi colocar: "português, espanhol e inglês, apesar de o inglês ser muito fraco talvez consiga comunicar, quanto mais não seja através de gestos". 

Pensei que seria suficiente para que não tivesse de falar inglês. Calhar-me-ia algum espanhol, argentino, peruano, uruguaio, brasileiro... mas enganei-me. Uns meses mais tarde recebia o seguinte e-mail:

"Caro estudante,

No seguimento da sua inscrição para o Programa “Buddy - Adopta um Estrangeiro”, vimos informar que lhe foram atribuídos os seguintes estudantes:

NOME(s)
CONTACTO(s)
Não interessa (I) (PL), área de Gestão
Não interessa (II) (NL), área de Gestão
naointeressai@hotmail.com
naointeressaii@hotmail.com

Agradecemos que estabeleça contacto com os estudantes com a maior brevidade possível."

Mais havia escrito, mas a minha leitura parou por aqui: SOCORROOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!

Começou assim. Começou assim aquele que viria a ser o meu primeiro semestre de Erasmus na minha própria cidade. Olho hoje para trás pensando que há muitas coisas que poderia ter feito de maneira diferente, mas sinto ao mesmo tempo, que ganhei amigos durante estes seis meses. Não apenas os dois que ajudei, mas bastantes outros. 

Agradeço a todos eles (Polacos, Holandeses, Alemães, Italianos, Franceses, Checos...) o que me ensinaram e peço-lhes desculpa por não ter agido mais cedo. Certamente que não cometerei os mesmos erros com os próximos colegas de Erasmus. Os primeiros jogo e jantar serão realizados MUUUUUUUUUUITO mais cedo do que desta vez.
Permitam-me infiltrar-me um pouco no sentimento do vosso Erasmus: eu próprio sinto que irão embora peças importantes desta cidade. Não sei como será sair à noite sem a certeza de encontrar pelo menos um de vocês. Partam, porém, com uma certeza: a de que serão bem recebidos quando regressarem.

E, deixo-vos eu partir, também, com um desejo: de que voltem depressa!
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