terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Faz parte daquilo que sou...

O texto que está abaixo foi escrito há 6 anos atrás, na altura em que estava a deixar a Académica depois de a ter representado durante 8 anos. Era, na altura, dirigido aos meus amigos e colegas de equipa no dia da decisão mais difícil da minha vida. Deixar a Académica representava bem mais do que deixar um clube - era deixar o meio em que tinha vivido dos oito aos dezasseis anos, era deixar de jogar ao lado dos amigos de uma vida, era reconhecer que tinha perdido o sorriso sempre tivera.
Desde esse dia que sentimentos muito diversos tenho experimentado em relação à Briosa. É normal. Como em qualquer relação há algumas discussões, alguns gestos que magoam, alguns mal entendidos que despertam sensações muito diferentes... mas afinal o que é isto, senão o amor?
Por hoje tudo isto ter feito infinitamente mais sentido para mim, resolvi ir reler este texto e recuperá-lo. Afinal de contas não poderia, mesmo, deixar a Académica...
Não, amigos, não deixei a Briosa. Na verdade, nunca poderia "deixar" a Académica nem poderei "regressar" a ela, porque a Académica não é algo exterior a mim. Faz, irremediavelmente, parte daquilo que sou.
Na Académica aprendi a ganhar e a perder, aprendi o calor da solidariedade, aprendi a importância do trabalho de equipa, aprendi que para as vitórias são tão importantes os que estão no banco como os que jogam no campo, aprendia a partilhar risos e lágrimas, aprendi o valor de um gesto de apoio, aprendi a lutar contra as injustiças, aprendi a aceitar decisões dolorosas e a apoiar causas difíceis desde que as achasse compreensíveis ou justas.
Aprendi isto e muito, muito mais. Recentemente aprendi, por exemplo, que, em certos momentos, "não desistir" é não desistirmos de nós e daquilo em que acreditamos; que "não desistir" é termos a valentia de sermos os autores da nossa própria história, ainda que isso nos faça sofrer.
Foi esse o caminho que escolhi e que implica que deixemos de nos encontrar todos os dias. Não é um caminho fácil e eu não teria forças para percorrê-lo sem o apoio da minha equipa, sem o vosso apoio.
Obrigado a todos e não se esqueçam - eu não posso "deixar" a Briosa, não posso "deixar" os meus colegas de equipa (os que ainda jogam na Académica e outros que já não jogam mas que farão também parte dela para sempre), assim como não posso "deixar" os treinadores e as outras pessoas que neste clube me ajudaram a crescer. Não vos posso deixar porque todos vocês fazem parte do que sou. Obrigado, por me terem deixado crescer convosco.

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