Seguíamos calmamente em direcção à entrada quando fomos barrados e impedidos de entrar. No estado em que estávamos a vergonha era pouca e a ousadia era demais. Perguntei logo qual a razão de não podermos entrar. Razão essa que era super-válida: “O estabelecimento está às moscas, o negócio está mau e por isso não dá para entrar”. UAU! Como é óbvio, a razão dada foi logo contestada. Decidiram então melhorar o português e admitiram: “Amigos, está pouca gente, já estão lá muitos homens e vocês são 6!”
Que podíamos fazer?? Nada. A única solução viável e que surgiu de imediato, era arranjar umas perucas a João Moutinho e Argolinhas e fazerem-se passar por meninas visto eles serem, dos seis, aqueles que tinham mais traços femininos.
Resignados a permanecer à entrada eis que surge do nada,uma manada de gajos que entraram sem complicações. Pronto, entornou-se o caldo!
Sempre me revoltei com estas situações e naquela noite não consegui tolerar! Fui de imediato falar com o segurança. Nisto fomos todos. Estavam decididos a não nos deixar entrar. No princípio com uma abordagem calma para, depois, se lançarem de pés juntos fazendo uso da sua autoridade.
Aí o caso mudou logo de figura. Fomos afastados e a revolta começou a agigantar-se. Naquele momento senti que não tinha mais vontade de ali entrar, mas sim de acabar com o abuso de autoridade que se faz sentir em tantos espaços nocturnos. Num suspiro profundo soltei um murmúrio: “Era agora pedir o livro de reclamações...”. Foi uma questão de segundos até que o Moutinho, impaciente e decidido a derreter ali dentro os seus euros, se lançou às feras a reclamar e a pedir o livro de reclamações. Os seguranças estavam incrédulos. Deveriam estar a pensar “Donde vieram estes tipos?”. Mal sabiam eles que vínhamos do Casino, no qual quase fomos expulsos, com os bolsos cheios depois de entrarmos com uma cadeira as costas.
O pedido do livro foi recusado. Foi aí que soltei um outro desabafo “Era agora chamar a polícia que eles caíam aí de costas”. Foi aí que eu aprendi uma lição muito importante. Nunca devemos soltar nenhum tipo de desabafo ao pé do João Moutinho quando este estiver menos lúcido. Moutinho pegou no telemóvel e apontado-o ao segurança disse que se não houvesse livro chamaria a polícia. Os seguranças confiantes na nossa falta de coragem encolheram os ombros como se não houvesse problema!
Não o deveriam ter feito porque passados 10min ali estavam as autoridades. Durante esses 10min de espera o clima tinha aquecido. Entre tantas ameaças e subidas de tom, quando dei conta estava eu e o Argolinhas cara-a-cara com um tipo que iremos aqui chamar de Figueirense. O tipo insistia em beber de um copo vazio. Aquela água de gelo derretido que ele insistia em saborear deveria ter trago a água de lavar os pés, porque sempre que falava o Argolinhas dizia: “Ó migo, sempre que falas arrependo-me de ter as narinas dilatadas”. Foram dez minutos de puro gozo em que, mesmo menos sóbrios, conseguimos esgotar toda a nossa criatividade na genialidade das piadas mandadas ao homem. Enquanto isto lá estava Moutinho a ripostar com os seguranças.
Chegaram as autoridades. Foi de topo. Os seguranças se tivessem prótese dentária ela tinha caído ali mesmo. Só se ouvia Moutinho: “Ah pois é! Agora tão caladinhos os meninos. Vá, chutem mas é o livro de reclamações”. Chegou gerente, chegou tudo. O escândalo estava lançado. Uma confusão impossível, parecia uma praça de touros com o Moutinho feito forcado prestes a levar uma cornada daquela gente. Só me ria.
Se sem a polícia de tudo dizíamos, com as autoridades o à vontade subiu a patamares nunca antes imaginados. “Senhor Polícia, este é o estado do nosso país. É uma vergonha. Estão mal habituados porque ninguém reclama e foi preciso chamar-vos para nos levarem a sério”- dizia eu e Argolinhas numa tentativa de tornar o discurso sério e credível. No entanto, Moutinho insistia em provar que ali o álcool estava de mãos dadas a tudo o que se dizia:
- Senhor guarda, toda esta situação dá-me vontade de chorar. Este é o estado da nossa Nação Senhor Guarda! - gritava o Moutinho para o polícia, visivelmente emocionado com o sangue patriótico do jovem bêbedo...
O Guarda Armindo apoiou-nos desde inicio e em 5 minutinhos, tentem adivinhar... Ali estava o Santo Graal! O livro de reclamações tinha finalmente aparecido. Incrível como as autoridades se conseguem comportar como autênticos catalisadores da justiça.
Então lá fomos nós assinar a folhinha. O gerente estava possesso e os seguranças incrédulos com tudo aquilo que ali se passava. Olhávamos sem medo nos olhos dos senhores enquanto este respondiam com golpes de olhar que pareciam autênticos balázios.
Tinha tudo descambado e nem a polícia conseguia impor a sua autoridade. Nisto reaparece o cromo-mor, o Figueirense. O tipo era insuportável. Ninguém o podia aturar. Só se ouvia: “Ó Figueirense vai-te embora meu”. Insistindo em não ir embora e decidido a beber os restos mortais do limão que estava colado ao fundo do copo foi em direcção ao polícia que, já sem paciência para ninguém, e muito menos para aquele cromo, pronunciou a frase mais cómica que ouvi em toda a minha vida. Bastou um toque no braço no guarda Armindo que a resposta foi imediata: “Oh migo, mas nós já fumamos uma juntos ou quê? Tá a circular oh migo, mas tá mesmo a circular que já não o posso ouvir! Mais uma e vai dormir à esquadra.”. Todos nos escangalhámos a rir. O tipo não chorou porque todos os fluidos que restavam no seu corpo estavam a escorrer calças abaixo do medo que sentiu.
Foram precisas cerca de 5 páginas para as reclamações feitas. Fechou-se o livro, com toda a delicadeza para depois nos despedirmos de todos os que ali estavam a assistir. Seguimos então as nossas vidas.. Eram 6h30 da manhã. Há noites marcantes, há noites que só se vivem uma vez e se há noites que justificam aquele sono revitalizante, aquela era certamente uma delas.
Será para sempre uma noite memorável e nunca poderia passar em branco no nosso blog, porque se há experiências dignas de Post esta é uma delas.
PS: No fim da noite o Figueirense exclama olhando para o seu copo vazio (já há cerca de uma hora), para delírio de todos:
- Olha... Já acabou a bebida...
Que podíamos fazer?? Nada. A única solução viável e que surgiu de imediato, era arranjar umas perucas a João Moutinho e Argolinhas e fazerem-se passar por meninas visto eles serem, dos seis, aqueles que tinham mais traços femininos.
Resignados a permanecer à entrada eis que surge do nada,uma manada de gajos que entraram sem complicações. Pronto, entornou-se o caldo!
Sempre me revoltei com estas situações e naquela noite não consegui tolerar! Fui de imediato falar com o segurança. Nisto fomos todos. Estavam decididos a não nos deixar entrar. No princípio com uma abordagem calma para, depois, se lançarem de pés juntos fazendo uso da sua autoridade.
Aí o caso mudou logo de figura. Fomos afastados e a revolta começou a agigantar-se. Naquele momento senti que não tinha mais vontade de ali entrar, mas sim de acabar com o abuso de autoridade que se faz sentir em tantos espaços nocturnos. Num suspiro profundo soltei um murmúrio: “Era agora pedir o livro de reclamações...”. Foi uma questão de segundos até que o Moutinho, impaciente e decidido a derreter ali dentro os seus euros, se lançou às feras a reclamar e a pedir o livro de reclamações. Os seguranças estavam incrédulos. Deveriam estar a pensar “Donde vieram estes tipos?”. Mal sabiam eles que vínhamos do Casino, no qual quase fomos expulsos, com os bolsos cheios depois de entrarmos com uma cadeira as costas.
O pedido do livro foi recusado. Foi aí que soltei um outro desabafo “Era agora chamar a polícia que eles caíam aí de costas”. Foi aí que eu aprendi uma lição muito importante. Nunca devemos soltar nenhum tipo de desabafo ao pé do João Moutinho quando este estiver menos lúcido. Moutinho pegou no telemóvel e apontado-o ao segurança disse que se não houvesse livro chamaria a polícia. Os seguranças confiantes na nossa falta de coragem encolheram os ombros como se não houvesse problema!
Não o deveriam ter feito porque passados 10min ali estavam as autoridades. Durante esses 10min de espera o clima tinha aquecido. Entre tantas ameaças e subidas de tom, quando dei conta estava eu e o Argolinhas cara-a-cara com um tipo que iremos aqui chamar de Figueirense. O tipo insistia em beber de um copo vazio. Aquela água de gelo derretido que ele insistia em saborear deveria ter trago a água de lavar os pés, porque sempre que falava o Argolinhas dizia: “Ó migo, sempre que falas arrependo-me de ter as narinas dilatadas”. Foram dez minutos de puro gozo em que, mesmo menos sóbrios, conseguimos esgotar toda a nossa criatividade na genialidade das piadas mandadas ao homem. Enquanto isto lá estava Moutinho a ripostar com os seguranças.
Chegaram as autoridades. Foi de topo. Os seguranças se tivessem prótese dentária ela tinha caído ali mesmo. Só se ouvia Moutinho: “Ah pois é! Agora tão caladinhos os meninos. Vá, chutem mas é o livro de reclamações”. Chegou gerente, chegou tudo. O escândalo estava lançado. Uma confusão impossível, parecia uma praça de touros com o Moutinho feito forcado prestes a levar uma cornada daquela gente. Só me ria.
Se sem a polícia de tudo dizíamos, com as autoridades o à vontade subiu a patamares nunca antes imaginados. “Senhor Polícia, este é o estado do nosso país. É uma vergonha. Estão mal habituados porque ninguém reclama e foi preciso chamar-vos para nos levarem a sério”- dizia eu e Argolinhas numa tentativa de tornar o discurso sério e credível. No entanto, Moutinho insistia em provar que ali o álcool estava de mãos dadas a tudo o que se dizia:
- Senhor guarda, toda esta situação dá-me vontade de chorar. Este é o estado da nossa Nação Senhor Guarda! - gritava o Moutinho para o polícia, visivelmente emocionado com o sangue patriótico do jovem bêbedo...
O Guarda Armindo apoiou-nos desde inicio e em 5 minutinhos, tentem adivinhar... Ali estava o Santo Graal! O livro de reclamações tinha finalmente aparecido. Incrível como as autoridades se conseguem comportar como autênticos catalisadores da justiça.
Então lá fomos nós assinar a folhinha. O gerente estava possesso e os seguranças incrédulos com tudo aquilo que ali se passava. Olhávamos sem medo nos olhos dos senhores enquanto este respondiam com golpes de olhar que pareciam autênticos balázios.
Tinha tudo descambado e nem a polícia conseguia impor a sua autoridade. Nisto reaparece o cromo-mor, o Figueirense. O tipo era insuportável. Ninguém o podia aturar. Só se ouvia: “Ó Figueirense vai-te embora meu”. Insistindo em não ir embora e decidido a beber os restos mortais do limão que estava colado ao fundo do copo foi em direcção ao polícia que, já sem paciência para ninguém, e muito menos para aquele cromo, pronunciou a frase mais cómica que ouvi em toda a minha vida. Bastou um toque no braço no guarda Armindo que a resposta foi imediata: “Oh migo, mas nós já fumamos uma juntos ou quê? Tá a circular oh migo, mas tá mesmo a circular que já não o posso ouvir! Mais uma e vai dormir à esquadra.”. Todos nos escangalhámos a rir. O tipo não chorou porque todos os fluidos que restavam no seu corpo estavam a escorrer calças abaixo do medo que sentiu.
Foram precisas cerca de 5 páginas para as reclamações feitas. Fechou-se o livro, com toda a delicadeza para depois nos despedirmos de todos os que ali estavam a assistir. Seguimos então as nossas vidas.. Eram 6h30 da manhã. Há noites marcantes, há noites que só se vivem uma vez e se há noites que justificam aquele sono revitalizante, aquela era certamente uma delas.
Será para sempre uma noite memorável e nunca poderia passar em branco no nosso blog, porque se há experiências dignas de Post esta é uma delas.
PS: No fim da noite o Figueirense exclama olhando para o seu copo vazio (já há cerca de uma hora), para delírio de todos:
- Olha... Já acabou a bebida...
18 comentários:
Que noite memorável :D depois dessa cena eu apaguei.
Simplesmente brutal:D
há coisas fantasticas não há.. lol
ranhoca vais escrever mais posts desta saga? xD
ohpa... não sei, vamos la a ver se entretanto acontece mais alguma coisa estranha
estou com esperança que aqueles gajos venham com historias novas do algarve
Haverá pelo menos mais dois episódios, Pministro;)
Pois, é que está na frame do lado direito que serão publicados os posts desta série DIARIAMENTE, portanto é suposto terem matéria para isso, eu pelo menos convenci-me disso e estou ansiosa pelo post de amanhã :p
Algarve Pie e sudoeste Pie para breve, seus selvagens!
Abraços e continuaçao de umas boas ferias :)
É como te digo, Kikas... Pelo menos para mais dois dias há material...
A partir daí contamos com o Moutinho e o Argolinhas... :p
sudoeste pie.. vou la estar meus amigos! (ainda nao sei como raio é que vou, mas tasse bem)
tipico. betos-solum armados em maus
dsclpa la ranhoca mas já prcebi pq ficaste tão chateado da outra vez com o meu post
E por uma vez na vida sou obrigado a concordar um bocadinho com o Ni-ga!
Esta história é extraordinária? Talvez... mas apenas demonstra o estado de vício e de alcoolizados desta sociedade.
Não quero que me leves a mal, Ranhoca, mas qualquer dia isso pode correr mal.
Se eu nunca bebi? Já.
Se eu nunca joguei em nada a dinheiro? Já.
Mas quando se chega ao ponto de fazer as barbaridades que vocês fizeram, alguma coisa pode correr mal.
Desde apanhar uma malha por te meteres com alguém, a ter problemas com a polícia ou até a teres acidentes de carro se eventualmente conduzires nesse estado...
Não me quero armar em calimero... mas que me faz confusão faz.
atenção.. ninguém em momento algum se quis orgulhar de ter feito tudo o que fez e de tudo o que aconteceu. mas um facto é que bebemos demais e tudo isto aconteceu.
Mas agora questiono. Em que parte das que foi aqui mencionada nós invadimos, com maldade, a liberdade de alguém??
Sublinhe-se, com maldade..
Se dizem que tirámos a cadeira pq não gostávamos do dono do bar. mentira...
se nós gozamos com o figueirense pq ele nao merecia. mentira, ele foi o primeiro a gozar connosco e a chamar nomes a toda a gente que nos rodeava. se fomos mal educados com os seguranças, mentira. foram os primeiros a serem mal educados e a tentarem correr-nos fora dali pq simplesmente lhes apetecia. Admito que beber demais não é exemplo nem justifica tudo. Mas mesmo bebedos agimos com 10x mais coerencia que esses mitras 100%sobrios
e ni-ga.. eu fiquei chateado com o teu post pq, pura e simplesmente, odeio mitras. E tu em momento algum demonstraste ser um mitra que passasse ao lado daquilo que para mim é um mitra detestável. desculpa mas mais sincero não posso ser
não sei pq raio apareceu com Anabela, loool, mas como deu para perceber devia ter aparecido Ranhoca
Nós compreendemos, ranhoca... És ranhoca durante o dia e Anabela à noite;)
Aposto que àquela hora estavas a voltar do trabalho;P
é verdade. eu presenciei o momento. foi muito bonito. agora quando quero entrar no musicais o segurança olha-me de lado... porreiro.
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