sexta-feira, 31 de julho de 2009
Eu fui à selva (Ep. 05 - Último Episódio)
Não conseguimos fazer a Rita Mendes saltar. Desanimados, decidimos deixar o palco e dirigirmos a uma zona de Karaoke onde dançavam alegremente uns franceses de fato-de-treino do seu país [havia por essa altura um campeonato internacional qualquer].
Já não sei a que propósito, o Poulsen começou a falar com um deles. Passado um bocado, aproximei-me um pouco e ouvi isto:
- Si tu veux dancer, tu peux dancer avec moi! - dizia o francês ao Poulsen.
- What? - respondia o Poulsen, esperançado de que teria sido algum erro de tradução da sua parte...
- If you wanna dance, you can do it with me! - insistia o francês de olhinho azul.
- Fogo! Este gajo quer dançar comigo! Vamos embora, Mau! - reagiu assustado o Poulsen.
E antes que eu tivesse tido tempo de pestanejar já eu, o Benitez, o Poulsen, o Pitt e o Ranhoca nos dirigíamos para casa.
- Mas vamos já dormir? São só 6 e meia da manhã...
- Já sei! Vamos para casa dos tios do Poulsen, levamos umas minis e passamos lá um bom bocado!
Se bem o pensámos, melhor o fizemos. O Poulsen foi o caminho todo até casa a avisar-nos:
- Olhem que passam-se coisas muito estranhas no andar da casa dos meus tios. A vizinha tem uma pancada por plantas e transformou aquilo numa estufa...
Não ligámos. Abrimos a porta do prédio e subimos de elevador até ao quinto andar. Mal a porta do elevador se abriu, eis que todos arregalaram os olhos... Estávamos numa autêntica selva. Plantas por todos os lados. Os próprios corredores estavam impedidos porque estava tudo cheio de vasos! Tivemos de afastar aquilo para conseguir chegar à porta do apartamento dos tios do Poulsen...
Mas, enquanto afastávamos as coisas reparámos num novo e interessante pormenor: nas folhas das plantas estavam colados pássaros de plástico para dar mais realismo à coisa! Vejam a foto:Mas a noite não acabou por aí. Entrámos no apartamento e rumámos à sala. Estivemos a jogar uns jogos com umas minis e, passadas umas horas, já o Benitez estava extremamente alegre. Lá para as 9 e meia da manhã decidimos que era hora de ir dormir.
Como havia gente que não estava muito interessada em dormir, o Ranhoca, num golpe de génio, consegue ficar com o melhor quarto e trancar-se lá dentro. Ficou todo contente... até ao momento em que tentou abrir a porta e não conseguiu. A porta estava encravada. Tentámos todos abri-la sem que o conseguíssemos. E foi aqui que eu percebi que não só estava na Selva, como tinha também a companhia de alguns tipos de macacos ou então, unicamente de Tarzans.
É que aquela era a única porta. E só havia uma janela. Num 5º andar. Andaram o Pitt e o Ranhoca a saltar de janela em janela, quais Tarzans... Ah, se a máquina fotográfica não tivesse ficado sem bateria...
Já de manhã, tentámos abrir a porta novamente. Nada, ninguém conseguia. Entretanto, o Pitt divertia-se a brincar com um interruptor. Acendia e apagava a luz. Acendia. Apagava. Acendia. Apagava. Acendia...
Finalmente consegui abrir a porta. Foi uma festa e um alívio simultâneos! Fomos para a sala. O Pitt tinha deixado a luz acesa. Fui lá e desliguei-a. Qual não é o meu espanto quando a vejo a ligar-se sozinha?! O próprio interruptor tinha ganho vida própria.
Depois da nossa presença, jamais aquela casa será a mesma...
Posts relacionados:
1 - O Homem da Cadeira (, Ep. 01)
2 - Roleta Effect (Ep. 02)
3 - O livro de reclamações (EP. 03)
4 - Diz que é uma espécie de música (Ep. 04)
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Diz que é uma espécie de música (Ep. 04)
É o dia do jantar de velhas glórias. Estivemos em casa do Poulsen até bem tarde. Até aí nada digno de registo aconteceu. O pior foi quando entrámos na Expofacic. Entrámos tão tarde que os concertos já tinham acabado. Melhor. Nem sequer precisámos de pagar bilhete...
No meio de algumas promessas já postadas aqui no blog, decidimos ir até a um palco secundário (o único que se encontrava, ainda, activo) para ouvir a grande Dj Rita Mendes.
Sim. A Rita Mendes. Aquela que foi a capa da Playboy deste mês. Ai, ai... o Photoshop faz mesmo milagres!
Uma desilusão, a Ritinha... Mas, ainda assim, isso não impedia o público de estar presente. Havia mesmo um grupo enorme de pessoal liderado, obviamente, pelo nosso amigo Microfone, que fazia coro e tentava tocar na sua musa. Penso que houve um que chegou mesmo a dar-lhe um beijinho.
Entretanto, eu, o Pitt, o Ranhoca, o Poulsen e o Benitez lá estávamos de braços cruzados a analisar ponto por ponto aquele fantástico momento.
- Será que esta tipa acha mesmo que alguém gosta da música que ela passa? - perguntava eu.
- Achas?! Se ela passasse boa música não precisava de vir com uma mini-mini-mini-mini-saia e com um decote até ao umbigo... - respondeu o Pitt.
- Então mas quando é que isto começa?! Já aqui estamos há uma hora e ela ainda não tirou nem o soutien, porra! - reclamava o Poulsen, tão compenetrado como desiludido...
Dito isto, olhamos para o lado e vemos o Ranhoca e o Benitez, abraçados, a gritar:
- DESPE! DESPE! DESPE!
Finalmente acabou. A música parou. AAAAAHHHH! Finalmente! Acabara o suplício! O público começava a entusiasmar-se. Algum dos malvados do nosso grupinho deu a ideia:
- Agora era giro fazê-la saltar. Depois de tanta espera acho que já merecíamos ver qualquer coisinha... E afinal de contas, com aquele decote e aquela micro-saia, ela também não precisa de saltar muito!
Pois... Alguém ouviu o extraordinário raciocínio do nosso amigo e, em fracções de segundo, já todo o público gritava a plenos pulmões:
- E salta Rita e salta Rita olé! Olé!
Azar do caraças. É que ela, ao ouvir isto, ficou muito contente pelo carinho do público e decidiu... em vez de saltar premiar-nos com mais uma música! Raios a partam! E foi assim que acabou a primeira parte da nossa noite. Gritando a plenos pulmões, na tentativa de abafar aquela espécie de música:
- Salta SÓ! Salta SÓ!
1 - O Homem da Cadeira (, Ep. 01)
2 - Roleta Effect (Ep. 02)
3 - O livro de reclamações
quarta-feira, 29 de julho de 2009
O Livro de Reclamações (Ep.03)
Que podíamos fazer?? Nada. A única solução viável e que surgiu de imediato, era arranjar umas perucas a João Moutinho e Argolinhas e fazerem-se passar por meninas visto eles serem, dos seis, aqueles que tinham mais traços femininos.
Resignados a permanecer à entrada eis que surge do nada,uma manada de gajos que entraram sem complicações. Pronto, entornou-se o caldo!
Sempre me revoltei com estas situações e naquela noite não consegui tolerar! Fui de imediato falar com o segurança. Nisto fomos todos. Estavam decididos a não nos deixar entrar. No princípio com uma abordagem calma para, depois, se lançarem de pés juntos fazendo uso da sua autoridade.
Aí o caso mudou logo de figura. Fomos afastados e a revolta começou a agigantar-se. Naquele momento senti que não tinha mais vontade de ali entrar, mas sim de acabar com o abuso de autoridade que se faz sentir em tantos espaços nocturnos. Num suspiro profundo soltei um murmúrio: “Era agora pedir o livro de reclamações...”. Foi uma questão de segundos até que o Moutinho, impaciente e decidido a derreter ali dentro os seus euros, se lançou às feras a reclamar e a pedir o livro de reclamações. Os seguranças estavam incrédulos. Deveriam estar a pensar “Donde vieram estes tipos?”. Mal sabiam eles que vínhamos do Casino, no qual quase fomos expulsos, com os bolsos cheios depois de entrarmos com uma cadeira as costas.
O pedido do livro foi recusado. Foi aí que soltei um outro desabafo “Era agora chamar a polícia que eles caíam aí de costas”. Foi aí que eu aprendi uma lição muito importante. Nunca devemos soltar nenhum tipo de desabafo ao pé do João Moutinho quando este estiver menos lúcido. Moutinho pegou no telemóvel e apontado-o ao segurança disse que se não houvesse livro chamaria a polícia. Os seguranças confiantes na nossa falta de coragem encolheram os ombros como se não houvesse problema!
Não o deveriam ter feito porque passados 10min ali estavam as autoridades. Durante esses 10min de espera o clima tinha aquecido. Entre tantas ameaças e subidas de tom, quando dei conta estava eu e o Argolinhas cara-a-cara com um tipo que iremos aqui chamar de Figueirense. O tipo insistia em beber de um copo vazio. Aquela água de gelo derretido que ele insistia em saborear deveria ter trago a água de lavar os pés, porque sempre que falava o Argolinhas dizia: “Ó migo, sempre que falas arrependo-me de ter as narinas dilatadas”. Foram dez minutos de puro gozo em que, mesmo menos sóbrios, conseguimos esgotar toda a nossa criatividade na genialidade das piadas mandadas ao homem. Enquanto isto lá estava Moutinho a ripostar com os seguranças.
Chegaram as autoridades. Foi de topo. Os seguranças se tivessem prótese dentária ela tinha caído ali mesmo. Só se ouvia Moutinho: “Ah pois é! Agora tão caladinhos os meninos. Vá, chutem mas é o livro de reclamações”. Chegou gerente, chegou tudo. O escândalo estava lançado. Uma confusão impossível, parecia uma praça de touros com o Moutinho feito forcado prestes a levar uma cornada daquela gente. Só me ria.
Se sem a polícia de tudo dizíamos, com as autoridades o à vontade subiu a patamares nunca antes imaginados. “Senhor Polícia, este é o estado do nosso país. É uma vergonha. Estão mal habituados porque ninguém reclama e foi preciso chamar-vos para nos levarem a sério”- dizia eu e Argolinhas numa tentativa de tornar o discurso sério e credível. No entanto, Moutinho insistia em provar que ali o álcool estava de mãos dadas a tudo o que se dizia:
- Senhor guarda, toda esta situação dá-me vontade de chorar. Este é o estado da nossa Nação Senhor Guarda! - gritava o Moutinho para o polícia, visivelmente emocionado com o sangue patriótico do jovem bêbedo...
O Guarda Armindo apoiou-nos desde inicio e em 5 minutinhos, tentem adivinhar... Ali estava o Santo Graal! O livro de reclamações tinha finalmente aparecido. Incrível como as autoridades se conseguem comportar como autênticos catalisadores da justiça.
Então lá fomos nós assinar a folhinha. O gerente estava possesso e os seguranças incrédulos com tudo aquilo que ali se passava. Olhávamos sem medo nos olhos dos senhores enquanto este respondiam com golpes de olhar que pareciam autênticos balázios.
Tinha tudo descambado e nem a polícia conseguia impor a sua autoridade. Nisto reaparece o cromo-mor, o Figueirense. O tipo era insuportável. Ninguém o podia aturar. Só se ouvia: “Ó Figueirense vai-te embora meu”. Insistindo em não ir embora e decidido a beber os restos mortais do limão que estava colado ao fundo do copo foi em direcção ao polícia que, já sem paciência para ninguém, e muito menos para aquele cromo, pronunciou a frase mais cómica que ouvi em toda a minha vida. Bastou um toque no braço no guarda Armindo que a resposta foi imediata: “Oh migo, mas nós já fumamos uma juntos ou quê? Tá a circular oh migo, mas tá mesmo a circular que já não o posso ouvir! Mais uma e vai dormir à esquadra.”. Todos nos escangalhámos a rir. O tipo não chorou porque todos os fluidos que restavam no seu corpo estavam a escorrer calças abaixo do medo que sentiu.
Foram precisas cerca de 5 páginas para as reclamações feitas. Fechou-se o livro, com toda a delicadeza para depois nos despedirmos de todos os que ali estavam a assistir. Seguimos então as nossas vidas.. Eram 6h30 da manhã. Há noites marcantes, há noites que só se vivem uma vez e se há noites que justificam aquele sono revitalizante, aquela era certamente uma delas.
Será para sempre uma noite memorável e nunca poderia passar em branco no nosso blog, porque se há experiências dignas de Post esta é uma delas.
PS: No fim da noite o Figueirense exclama olhando para o seu copo vazio (já há cerca de uma hora), para delírio de todos:
- Olha... Já acabou a bebida...
terça-feira, 28 de julho de 2009
Roleta Effect (Ep.02)
Receávamos a entrada, visto que tínhamos sido barrados há cerca de 5 minutos, mas entrámos calmamente. Sem grandes problemas seguimos directos para a zona de jogos do casino. Faltavam cerca de 15min para aquilo fechar e enquanto atravessámos a porta da entrada consegui topar um brilhozinho nos olhos dos seguranças. “Humm, estes rapazes vão em 15min pagar-nos a noite de trabalho. Eles que entrem” - pensaram eles, certamente.
À campeões, desde a entrada até ao balcão onde se troca dinheiro por fichas, devemos ter sido alertados umas 3 vezes pela segurança do Casino.
“Oh chefe, dez euros em fichas para mim e aqui para o meu amigo” – disse eu convencido de que voltaria com aquelas fichas multiplicadas por 10. Compradas as fichas, cada um seguiu o seu destino. Eu decidido a empobrecer o casino com o BlackJack e o Moutinho, mais uma vez, a apostar na roleta. Ele não parava de insistir que a roleta é que dava dinheiro. “É burro todos os dias”- pensei eu (decididamente, naquela noite, só me ocorriam pensamentos infelizes).
Concentrado no meu jogo, rapidamente vi o meu saldo a crescer e já tinha 10 eurinhos feitos. Contente e decidido a sair vem-me o Moutinho com um sorriso de orelha a orelha, com a carteira aberta. Não foi preciso pronunciar-se. Mostrou-me 90 euros quando eu sabia que ele não tinha mais de 20 antes de entrar no casino. Passei-me. Senti que também conseguia fazer crescer aqueles 10 euros e quando dei conta já tinha perdido tudo. “Bem, vamos lá ver então como ele se está a portar”. Virei-me e fui directo à roleta. Era fácil distinguir o Moutinho daquela gente toda. Era o único a pular, e a esbracejar como se estivesse sob efeito de alucinogénios.
Qualquer coisa de errado se passava. Tinha apostado num número e tinha calhado. Incrível! Com 2 euros foi ganhar 70! Argolinhas permanecia de braços cruzados sem se pronunciar a presenciar aquele episódio delirante.
Não queria acreditar... Fui ter com o Moutinho e, antes que falasse, ripostou de imediato: “Ranhoca, o 35 tá a bater. É claramente o 35”. Nada disse. Limitei-me a ver como aquilo se jogava. Nisto, só vejo a bola a começar a rolar. Rolou, rolou e voltou a rolar. Ela insistia em rolar até que, como se tivesse vontade própria, pulou de número em número até repousar no 35. Aquilo não era possível. Não queria acreditar que tinha convencido este gajo a vir ao Casino para ele ganhar 170eur. Era de loucos! Festejei mais que toda a gente que estava no Casino. Senti aquele 35 com todas as minhas forças e por momentos senti que aquele Casino tinha ido abaixo. Com apostas de 2eur fazer 170 é de rei!
Fomos logo embora. Foi uma festa da roleta à saída. Só pensava para mim “Esta noite é digna de post, como é possível acontecer tanta coisa maluca numa só noite”. Mais uma vez me arrependo profundamente de ter pensado tal coisa porque aquela noite ainda era uma criança.
Eram 4h da manhã e estávamos decididos a ir derreter o dinheiro ganho pelo Moutinho para uma discoteca. Optámos por uma à beira da praia. Começávamos a avistar a entrada da discoteca e mal sabíamos nós que seria aquele o palco das cenas mais inacreditáveis de toda aquela noite...
Posts relacionados:O Homem da Cadeira (Série2, Ep. 01)
Mais vale um leitão na mão que dois a voar...
Eu explico:
Tudo se passou numa noite amena de Verão. Depois de um grande jantar de Velhas (novas) Glórias, seguimos para a Expofacic.
Sem saber bem a que propósito, veio à conversa o Ténis.
- Sim, porque eu sou o melhor jogador de ténis da minha rua! - dizia o Dad-gar.
30 minutos e 2 cervejas depois:
- Sim, porque eu estou numa forma espectacular! No outro dia ganhei um torneio!
15 minutos e um Caipirão depois:
- O Nemo joga bem? Ora eu aposto aqui à frente de toda a gente que ganho ao Nemo! Se perder pago um jantar à malta toda!
5 minutos e um Beirão mais tarde:
- E digo mesmo mais: o jantar a pagar será um leitão! - exclamava, ainda e sempre, o Dad-gar.
- Combinado! - concordava o Nemo - Quem perder paga o jantar de leitão à malta toda!
5 minutos e 3 copinhos de whisky depois:
- E se perder [HIC] saio todo nú do campo!
Protestámos todos em uníssono. Esta última parte não foi aceite. Contentamo-nos com o Leitãozinho...
segunda-feira, 27 de julho de 2009
O Homem da cadeira (Série 2, Ep.01)
Depois de ler os últimos episódios questionava-me sempre: como é possível acontecer tanta coisa digna de post, em tão curto espaço de tempo? A verdade é que acabei por ter a felicidade (ou infelicidade, ainda estou para perceber) de obter a resposta a esta minha dúvida na primeira pessoa.
Tudo começou na última sexta feira. Estava a ser uma semana fantástica! Tinha dedicado o meu tempo única e exclusivamente na tentativa de ganhar um bronze minimamente apresentável. Bem... mas, nesse dia, encontrei a dupla protagonista de Figueira Pie com PMinistro no areal da Figueira. Foi um efeito curioso.
Ia eu a meio da minha corridinha à beira-mar quando, de relance, avisto três marmanjos com cara de quem não faz nada da vida. Nisto forcei um pouco a vista, foquei aquela imagem e logo me deparei com a personagem-mor completamente a fritar. Lá estava ele, João Moutinho, imbuído em óleo da cabeça aos pés, ainda branco como cal da parede. Fiquei em êxtase! Senti ali que, de alguma forma, a minha vida ia mudar para sempre! Ali estavam eles, na primeira pessoa, as personagens principais da fantástica série Figueira Pie que por inúmeras vezes me tinha deixado colado ao monitor do meu portátil e ansioso enquanto aguardava por um novo episódio!
Fui ter com eles. Conversámos, rimos e, entre muitos assuntos, falámos no VaiPaSelva. Estava tudo a correr bem, até que João Moutinho teve a melhor intervenção de sempre, em que me questiona: “Ranhoca, como é? Hoje vamos apanhar a puta?”. Fiquei perplexo. Durante toda a conversa ele insistia nesta expressão e eu teimava em não a perceber. Fiquei preocupado porque tinha consciência da minha condição física e admito que em sprint qualquer chulo era capaz de me alcançar e duvido que tivesse resistência suficiente para acompanhar uma puta em alta correria. Nisto, ele rectificou antes que eu soltasse uma sílaba: “A sério, sai connosco. Vamos beber uns copos e curtimos a noite da Figueira”.
UFA!! Fiquei super aliviado e com isto soltei logo um "SIM!" sem pensar, porque estava convencido que tudo era melhor que apanhar uma puta!! Mais tarde, viria a perceber que, se calhar, deveria ter pensado melhor antes de ter dado aquela resposta.
Eram 23h e João Moutinho e Argolinhas aguardavam-me na estação de comboios da Figueira da Foz. Estava a chegar de Coimbra, pois tinha ido lá fazer a mala visto que o João Moutinho me tinha convidado para passar a noite em sua casa. Sentia-me cansado. Não adivinhava grande noite, para ser sincero.
Começámos no casino. Sentia-me cansado, admito, mas toda aquela azáfama me animou. Decidi arriscar no BlackJack. É um jogo que gosto de ver e já me tinha dado uns trocos umas noites atrás. Esta noite não foi excepção. Saí de lá a lucrar 25eur. João Moutinho teve de se contentar com um pouco da minha felicidade, para compensar o dinheiro que perdeu na roleta... “Que tolo”, disse eu, “Ninguém aposta na roleta. É uma estupidez!!” . Mais uma vez viria a arrepender-me de ter dito tal coisa.
Contentes e felizes fomos encharcámo-nos em canecas de cerveja. Tudo isto para aquecer. Subimos ao Picadeiro e fomos directos às litradas. Meu Deus! Quando demos conta, João Moutinho tentava convencer toda a gente que era aluno de Gestão e que tinha feito Contabilidade com uma perna às costas. Mas quando digo toda a gente, é mesmo TODA a gente. Mesmo quem não era de gestão era obrigado a sabê-lo.
Eu permanecia calado e quieto, enquanto as espanholas se pavoneavam à entrada com altos decotes. A todo o instante decidia arriscar, mas havia sempre um zum-zum a lembrar-me que não podia ter daquilo. “Ranhoca, aquilo só se conduz com carta de pesados e tu só tens de ligeiros, e mesmo essa não dura muito tempo”. Triste…
Com isto convenci a malta a sair daquele antro de perdição e rumar para outras paragens. SHOTS! Senti que andámos quilómetros até termos encontrado o bar dos shots baratos. Os efeitos das litradas estavam à vista. João Moutinho já vinha a cantar e a dar indicações aos carros em como estacionar e Argolinhas vinha com uma cadeira de esplanada às costas! Uma cadeira! Deitei as mãos à cabeça!
"No que isto vai dar..." Eu também contribuía para aquele berreiro parvo. Seguimos para os shots. No último shot, lembrei-me que o Casino ainda deveria estar aberto e digo ao Moutinho “Moutinho, hoje é a nossa noite de sorte. Saí de lá com 25 euros, mas agora vamos lá e com 10 euros vamos ficar ricos”. Moutinho nem recuperou o fôlego do penalty de absinto e respondeu logo, “Siga! Mas temos que ir já que daqui a 20min fecha!”. Lá fomos nós.
O berreiro continuou à saída do bar. Em todo o instante soltava-se a veia benfiquista de João Moutinho a gritar pelo grande Benfica. Senti ali que o álcool por vezes se comporta como elixir da sinceridade.
Chegados ao Casino, fomos logo barrados pela polícia. "Oh jovens, de onde é que vem essa cadeira que traz às costas?!". “Meu Deus, polícia não, pf” –, desejei eu com todas as minhas forças. Mais uma vez iria-me arrepender de ter desejado tal coisa. Dissemos que nos tinham fornecido a cadeira e apontámos para a primeira cara de empregado de mesa que se encontrava nas redondezas. “Vá, então se querem entrar vão lá entregar a cadeira ao Dono”, lá fomos nós, então, directos ao tipo a quem apontámos e a tentar desenhar uma desculpa minimamente plausível.
Por unanimidade, a decisão foi sermos sinceros. Dirigimo-nos ao homenzinho e desbobinámos a desculpa previamente articulada. Depois de soltarmos todo aquele discurso, eis que nos responde, “Iu non perceber protuglesh, Russian”. Meu!! Maldita hora em que falou na Russia. Naquele momento todos nós falámos russo. Falámos em Arshavin, perguntámos se ele era filho de Putin, falámos de tudo... Nisto ele reconsiderou e depois de termos dito que adorávamos Vodka sentiu que havia ali como uma sintonia e ficou com a nossa cadeira.
E aí, em coro e a plenos pulmões, fomos cantando:
"Eu vou, eu vou, p'ró Casino agora eu vou! Caratchipum caratchimpum! Eu vou, eu vou agora eu vou!"
domingo, 26 de julho de 2009
Jantar de velhas glórias, 25 de Julho de 2009
O meu muito obrigado ao Poulsen, que provou mais uma vez ser uma jóia de moço! Falámos de muitas das histórias antigas, revivemos momentos passados que nos fizeram crescer e tornar-nos no que somos hoje.
A festa durou até às 9 e tal da manhã. Obviamente que temos muitas mais histórias para contar. Há um post sobre Záguers, outro sobre a noite do Ranhoca, do Moutinho e do Argolinhas, outro sobre a noite de ontem em que estivémos na verdadeira selva e vimos um tarzan, outro sobre a vida do Nemo... Momentos memoráveis.
Só faltam as forças para escrevermos os posts em agenda. Porque ideias não nos faltam... felizmente ou infelizmente temos o condão de transformar em porcaria tudo em que tocamos, por isso basta falar sobre nós!
Com um grande abraço, obrigado a todos os presentes:
Dad-gar, Malvado, Felipão, Microfone, Ranhoca, Maldini, Argolinhas, Pitt, Poulsen, Nemo e Benitez...
sexta-feira, 24 de julho de 2009
The Curious case of Mau-r-à-dona
Tudo começou na Sexta-Feira. Primeira vez que saio à noite a conduzir. Era o dia do jantar de final de ano da minha faculdade. Bebemos. Regresso a casa a conduzir. Sabia que estava perfeitamente apto para conduzir, mas também sabia que tinha bebido.
"Fogo, era preciso uma pontaria... A primeira vez que saio à noite com o carro mandarem-me logo pa..."
Acho que nem tive tempo de acabar a frase. Lá estava um homem de uniforme a abanar uma espécie de Calipo de morango gigante. Ia com um colega meu no carro quase a dormir. Mal ouviu o meu "Estou fu..." abriu os olhos e acho que foi melhor que um café...
- Os seus documentos e o da viatura?
- Aqui estão... É tudo o que tenho do carro... - respondi.
- Pois, mas isto não será necessário... - disse o Polícia enquanto me devolvia o cartão de utente do Hospital que eu lhe tinha dado para a mão. "Belo!", pensei eu...
- Então e o senhor bebeu álcool hoje?
- Bebi sim... - "Balão não, balão não, balão não!", pensei...
O balão estava já à minha frente. Enquanto soprava pensava no balão pensava nas minhas viagens de autocarro... ah, que saudades [ironia]!
Safei-me. No dia seguinte fomos para a Figueira. Ia dormir em casa do Caos-Ambulante. O Caos-Ambulante tinha-me dito que ia para lá às 15 e chegou às 21. Estive com o PMinistro à espera que ele chegasse, com as malas na mão. Quando finalmente chegou fomos até casa dele e... ele tinha-se enganado nas chaves. Em vez de levar as chaves de casa tinha levado as de um arrumo da sua casa em Coimbra.
- As chaves eram cinzentas e de metal... Era parecidas, fogo!
Ficámos com as malas na mão enquanto o Caos-Ambulante foi arranjar forma de solucionar o problema. Alguém lá na Figueira tinha uma cópia das chaves. Deixámos as malas e saímos para jantar.
Estivemos com os amigos e, às 5 da manhã, cansados e de regresso a casa preparávamo-nos para uma noite e manhã (quiçá tarde, também...) de sono. O Caos-Ambulante ficou parado a olhar para nós. Uns dez segundos em silêncio. Tinha fechado a porta com as chaves lá dentro. Estávamos sem casa e sem roupa para além da que tínhamos vestida.
Felizmente que estávamos com o Peter Crouch e ele ofereceu-nos a sua moradia para pernoitarmos.
- Mau, sendo assim podes levar-me a casa? É que eu estou mesmo cansado... - perguntou o JB que também se encontrava connosco.
Disse que sim. Vamos até ao carro. Abreviando: sem bateria. Nada. Nem um barulhinho. Demos duas voltas a empurrar o carro a correr num enorme parque de estacionamento (sim, o JB, que estava cansado também empurrou...). Nada. Acabámos por ir a pé até casa do Crouch. Era longe.
Meio vivo meio morto, acordei cedo no dia seguinte e liguei ao João Moutinho para ver se ele tinha cabos. Disse que não mas que me ia ajudar. Apanhava-me e levava-me a uma oficina.
- Espera meia-hora. Vou só vestir-me...
Passada a meia-hora, liga-me o Moutinho...
- Mau, não te posso ajudar - enquanto falava comigo gritava para as pessoas que passavam na rua e gaguejava loucamente - roubaram-me o carro! Estava estacionado à frente de minha casa e já não está!
O carro era novo. Tinha dois meses e custou 30 mil euros. Imaginem a sofreguidão do rapaz...
E é esta uma das muitas histórias que poderia contar da minha estadia na Figueira. Ah! E ainda hoje, passada uma semana, o Caos-Ambulante tem a minha roupa em casa dele. Notável...
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Se eu podia viver sem o VPS?
Foi ao ouvir um anúncio na televisão que percebi o que é que me tem faltado nestes dias:
Poder podia... mas não era a mesma coisa!"
Foram quatro dias sem VPS. Quatro dias com amigos, alguns dos quais colaboradores do blog (Ranhoca, Maldini, Argolinhas, JB, Moutinho...). E, como sabem, deste grupo não podia sair coisa boa. Por isso, amanhã não percam: o regresso do VaiPaSelva. E, também, a retoma da série iniciada por Moutinho e Argolinhas, a que deram o nome de Figueira Pie.
Sim.
Amanhã.
E até lá... Vivam la vida ;)
Eu sou vosso amigo...
Sexo não é para quem quer.. É para quem pode!
Vamos.. Mas por agora concentremo-nos no que nos traz aqui hoje. Na nossa construção houve situações caricatas, menos próprias e ridiculas, entre outras.. Mas esta que faço questão de trazer hoje à memória é só ridícula, não vou entrar com mais adjectivos por lado nenhum, até porque é só para quem pode, não é para quem quer..
Peço-vos que recuem (opa nao quero fazer contas).. Iniciados, a época mitica em que tudo o que temos para contar (quase) se passou.. Jogo com o Repesenses fora, não jogámos um piçarolho, empatámos salvo erro 0-0. O jogo acaba e o dad-gar deu-nos mais uma lição de vida amigos... Por muito que queiram foder alguém, isto no sexo como no amor têm de ser correspondidos.. E é aí que Dad-gar se sai com este poema:
"Fodam-me a ver se eu deixo!"
Eu bem queria... mas...
quinta-feira, 16 de julho de 2009
SMTUC (Parte 3)
Provavelmente farei uma viagem de ano a ano de autocarro, porque são experiências fantásticas e que estimulam bastante a nossa imaginação.
Isto passou-se pouco depois da minha aventura ilustrada no post "SMTUC (Parte 2) e a sociedade portuguesa", em que me tinha enganado no autocarro e acabei por perder o autocarro seguinte. Como em tantos outros dias, saí das aulas e apanhei um autocarro (desta vez com todo o cuidado para não me enganar outra vez) e fui até à PSP. Depois, como em tantos outros dias, atravessei a Baixa a correr e fui até à paragem do meu amigo autocarro 32 para Vila Pouca do Campo. Como em tantos outros dias, entrei no autocarro que tremia como em todos os outros dias e encostei-me ao vidro, de pé (porque não havia lugar sentado, como em tantos outros dias). A seguir, como em tantos outros dias, entraram aqueles velhotes e velhotas gordos(as) e mal-cheirosos(as) que comentavam a vida da Ti-Almerinda que quando era nova era uma desavergonhada. E ali fiquei, como em tantos outros dias, esborrachado contra o vidro do autocarro e a partilhar os fluidos corporais com todos aqueles velhotes simpáticos que me esmagavam ou abravam nas curvas.
Pensei para mim mesmo: "Isto hoje até está a correr bem. Ainda não perdi nenhum autocarro e tenho a certeza que desta vez apanhei o autocarro certo!" Ingenuidade minha. São os SMTUC, Mau-r-à-dona! Nunca subestimes os SMTUC, fogo!
Lá começámos a percorrer o caminho do costume quando, a certa altura se começa a ouvir um berreiro. Eram os velhos todos agitados, a esbracejar e a transpirar cada vez mais, tanto de calor como de nervosismo...
- EH! Oh chefe! Páre! - gritavam os velhos da parte de trás do autocarro.
- Oh! Patrão! Enganou-se! Não é por aqui! - reagiam os que estavam mais próximos do condutor...
- Uma pouca vergonha! É uma vergonha! Anda uma pessoa a pagar para isto! Incompetentes! - reclamava a pessoa mais jovem a seguir a mim, naquele autocarro apinhado de gente. Devia ter uns 45 anos e apesar de ter partilhado várias vezes o autocarro com ela, nunca consegui confirmar que ela não tinha algum problema mental. Eram escândalos em todas as viagens...
Depois, lá percebi o que se tinha passado. Numa rotunda ao pé do Fórum há duas saídas quase seguidas. O condutor tinha cortado na 1ª e era na 2ª. Crise. Teve de parar o autocarro, falou com os carros que estavam atrás (que entretanto já eram uns 4 ou 5) para que fizessem marcha atrás. Mas cada vez chegavam mais e mais carros. O resto podem imaginar... Em poucos minutos aquele autocarro conseguiu provocar um enorme engarrafamento.
Mas pronto, eu que ainda há pouco me dava por feliz por não me ter enganado no autocarro, lá estava, com as trombas esborrachadas contra o vidro. "Podia ser pior. Só perdemos uns 5 minutos nesta brincadeira..."
Pois, mas o que se passou a seguir foi bastante divertido. O autocarro lá arrancou e cedo se percebeu que o condutor estava empenhado em recuperar os minutos perdidos. Até Vila-Pouca foi assim uma espécie de Rally com um autocarro. Mas, já perto de minha casa e com muito menos gente no autocarro (ainda estava eu a tentar descolar-me do vidro, tal era a força com que o condutor arrancava, o que, por sua vez, atirava os velhos da frente contra os velhos do meio e os velhos do meio juntamente com os da frente empurravam com ainda mais força os de trás que, obviamente, me esborrachavam todos em conjunto contra o vidro), passou-se a parte mais dramática da viagem.
Como estava a dizer, o autocarro já tinha muito menos velhos. Eu era a única pessoa que se mantinha de pé, porque continuava a tentar descolar-me do vidro. Mas, entretanto, há uma velhinha que pesava cerca de duzentos kgs que se levanta porque vai sair na paragem seguinte, bem como outra um pouco mais magrinha (devia ter só uns 100 kgs). O condutor, que continuava alegremente o Rally, pára de repente e a partir daí foi o drama no autocarro 32.
Mal o condutor trava, só vi a velhinha de 200 kgs a ser projectada num voo fantástico (digno do Nélson Évora) e a ir a rebolar derrubar a velhinha de 100 kgs, que de repente me pareceu um pino. E eu, como até gosto de Bowling, assisti a tudo com um misto de choque e de malvadez. Ajudei as senhoras que se encontravam bem, apesar de furiosas. As coisas já estavam bem quando começa a atrasada do costume aos guinchos a chamar incompetente ao motorista e a a fazer mais um dos seus escândalos. "Foi pena que a dos 200 kgs não fosse bater nesta atrasada mental". Ainda pensei em voltar a empurrar a velha-gorda para vêr se esborrachava e calava de uma vez a jovem-atrasada-mental.
Em vez disso, preferi conter os nervos. Estava, mais uma vez, a uns míseros 2 kms de casa. Pensei para mim mesmo "2 minutos a aturar a doidinha a guinchar para o motorista ou 45 minutos a pé e ao Sol até minha casa?"
Acho que não preciso de vos dizer qual foi a minha escolha, pois não?;)
SMTUC (Parte 1)
SMTUC (Parte 2) e a sociedade portuguesa
quarta-feira, 15 de julho de 2009
O sr. e a sra. LEDEB
Ora hoje venho criticar o LEDEB e mais algumas coisas que muito me espantaram neste mês. O LEDEB é aonde se dirigem os estudantes da minha faculdade quando tencionam fazer exames de melhoria. Num ano de faculdade, foi a única razão pela qual me dirigi ao LEDEB.
Expliquemos, então, o que um aluno tem de fazer para conseguir repetir um exame: inscreve-se na Internet até 3 dias úteis antes do exame, vai ao LEDEB pedir uma fotocópia, espera que os senhores do LEDEB assinem aquilo e vão tirar outra fotocópia, que por sua vez terá de ser levada à Secretaria Geral da universidade, que ainda é bem longe do sítio onde fica o LEDEB para eles assinarem a mesma e fazerem 2 cliques nos computadores de lá do sítio. É este fácil processo burocrático que temos de percorrer até estarmos aptos para o exame. Entretanto já perdemos um dia de estudo, sendo isso mais chato porque os exames são separados por 1/2 dias, durante a época de recurso.
Mas quanto a isto está tudo dito. Burocracias... o habitual! Vou agora contar-vos a minha história. Fui eu certo dia ao LEDEB porque precisava da dita folha para me inscrever num exame que seria na Quarta-Feira seguinte. Fui lá numa Sexta-Feira, último dia em que me poderia inscrever. Não pude ir lá antes porque andava a estudar para outros exames. Dirijo-me ao LEDEB logo de manhã, porque sabia que às Sextas apenas estava aberto até ao meio dia e meio.
Eis, então, quando vejo o aviso que estava na porta: "Avisa-se que o LEDEB estará encerrado durante as manhãs". Ainda assim, bati à porta e perguntei delicadamente como poderia fazer para me inscrever no exame. Porque eu ainda estava dentro do prazo legal e, segundo sei, a Sexta-Feira ainda é um dia útil. Mas para os senhores LEDEBes não. Os senhores LEDEBes são especiais. Foram mal educados e, quando eu expliquei a minha situação responderam (ou melhor, respondeu um idiota chapado que para lá estava e que usa o poderzinho reles que tem para ser arrogante e malcriado com os alunos):
"Não tenho nada para lhe dizer. Leia o aviso que está na porta."
Apeteceu-me mandá-lo ao sítio que nós sabemos. Como gajo respeitável que sou, preferi não descer ao nível do homenzinho LEDEB...
Fui-me embora e só consegui fazer exame porque uma simpática senhora do PAG me ajudou. Escusado será dizer que fiz o exame e, apesar de os meus colegas já saberem a nota deles há uma semana, eu ainda não sei a minha porque... estava mal inscrito!
Depois decidi ir tirar umas dúvidas com uma simpática professora. Estava a sair do gabinete dela quando a encontrei e interpelei-a, mais uma vez com toda a minha simpatia e boa educação: "Sra. Professora, eu tenho uma dúvida para o exame da próxima Quarta-Feira. Não poderiamos combinar um dia para a tirar?" Ao que ela me respondeu, como se fosse uma senhora LEDEB: "O atendimento aos alunos foi na semana passada, já não tiro mais dúvidas a ninguém." E foi-se embora. Fiquei, mais uma vez parado a pensar se seria eu ou o resto do mundo quem tinha perdido a noção das coisas.
É que, pelos vistos, aquela professora tinha marcado o antendimento a estudantes para duas semanas e meia antes do dia do exame. Entretanto, desde o dia do antendimento até ao dia do exame eu fiz apenas e só 5 exames. Estava-se mesmo a ver que já tinha a matéria daquela disciplina estudada duas semanas e meia antes do exame, sabendo que ainda tinha 5 exames para fazer antes deste exame.
Ela conseguiu o que queria. Provavelmente não teve de tirar dúvidas a nenhum aluno. E, escusado será dizer, que saiu no exame uma pergunta sobre a matéria na qual tinha dúvidas.
Por isso, queria agradecer aqui à Sra. Professora LEDEB e ao senhor LEDEB, que me permitiram errar uma pergunta num exame e não me inscrever correctamente no outro... Mas pelo menos deram-me material para mais um post;)
segunda-feira, 13 de julho de 2009
A minha viagem no tempo...
Sei que no final deste texto me vão chamar um pouco de tudo. De lamechas a doidinho, passando por panisgas ou louco... Mas mesmo assim eu arrisco.
Contudo, para mim e para os da minha geração, aquilo traz-nos o sentimento contrário. A casa é enorme, cheia de caminhos para explorar e com morcegos a virem em direcção a nós de vez em quando. A típica casa dos livros de aventuras que líamos quando éramos pequenos. Só por si já é entusiasmante andar numa casa com lanternas e com o perigo de os degraus desabarem sob os nossos pés. É fantástica aquela sensação de que podemos encontrar um "tesouro" de família em cada esquina. Para além disso, a casa dá para uma mata com uma mina de água e um poço, com árvores lindíssimas e um silêncio espectacular...
Mas não foi todo este gosto pela aventura que tornou o meu dia de ontem tão especial. Vou falar-vos de algo que não sei se alguma vez vocês vivenciaram: eu ontem viajei no tempo. Louco?
Não. Eu explico: desde crianças que ouvimos histórias dos mais velhos sobre aquela casa, sobre aquele sítio. Sempre sonhei poder voltar atrás no tempo e dar uma espreitadela sobre todas as asneiras que eles partilhavam. Todas as traquinices de criança, todas as partidas e asneiras dos meus pais, tios, avós...
E ontem, por momentos, quando estava naquela casa pude ver os meus primos trinta anos atrás. Pude ver as brincadeiras que fizeram, pude ver todas as asneiras... Pude ver os meus avós a casar na capelinha que se via pela janela da casa. Pude ver os sítios de que ouvi falar tantas, tantas, tantas mas tantas vezes...
Eu ontem vi coisas que se passaram há 30, 40 ou 50 anos atrás. Juro. Juro mesmo que vi...
Depois, deixei os meus familiares afastarem-se um pouco e deitei-me na erva debaixo de um enorme carvalho a olhar para o céu por entre os ramos. Tirei a foto que aparece em baixo. E não pude evitar uma lágrima que me escorria pela cara.
Quantos de vós poderão dizer que brincaram com os seus pais quando eles eram pequeninos? Poucos ou nenhuns. Posso nunca mais lá voltar. Mas este dia... este já ninguém me tira! :')
domingo, 12 de julho de 2009
Optimus Alive, os 3 dias! (EP.06 - Último episódio)
QUINTA:
Na quinta chegámos a Lisboa. Chegar a casa do Poulsen é bastante fácil. Estamos na A1, saímos na cortada de Alvalade, nos primeiros semáforos que encontras é virar à direita, e depois é seguir em frente até encontrar uma estátua e já estamos em casa deste grande senhor. Por isso, já sabem meninas, ele garante as portagens. O gasóleo tem que ficar por vossa conta! Estamos em tempos de crise, mas certamente que será uma noite bem passada na companhia do Poulsen.
É de notar que as pessoas que gostam de música mais pesada têm uma visão mais abrangente do que é a verdadeira música. Vi imensa gente, depois do concerto dos slipknot, irem para as tendas electrónicas curtirem algo mais house. Já o contrario, recrutar pessoas das discotecas, para observarem um concerto dos grandiosos slipknot tornava-se numa tarefa um pouco mais complicada!
Ainda vimos o Nuno Lopes dos contemporâneos a passar música na tenda electrónica.
No dia seguinte combinámos que iríamos ao Tamariz, uma discoteca chique do Estoril. Acordámos, jogámos um PES, no qual o Argolinhas saiu vencedor nesses dois jogos, e partimos para o Saldanha, para almoçar. De regresso, reparámos num preto, doidinho provavelmente, que se encontrava em frente a um prédio, a discursar sozinho sobre um tema qualquer. E de forma muito convicta! Na verdade, não percebemos muito bem o que o homem havia dito, mas quem fala daquela maneira certamente que não é gago!
“Podes crer”
“É que eu por ela deixava de estudar, deixava de ver o Binya jogar, deixava tudo! Vejam lá se ma trazem da próxima vez que cá vierem. Façam-me acordar com ela de manhã. Até lhe faço o pequeno-almoço, se for preciso.”
João Moutinho deu ainda uma entrevista à MTV. O Diogo é muito simpático e muito afável.
“Hoje é champions”, referia o Diogo
“E amanhã, com black eyed peas vai ser melhor”, reforçou Moutinho.
“Podes crer!”
“Não te apetece mandar o César Peixoto para favaios?”
“ Epa, eu também já merecia, estive com o rocha durante 3 anos porra!”
À Saída do tamariz vimos um verdadeiro “gajo”, preto, magro, com um cinto na mão à nossa espera:
Se é para sermos assaltados, ao menos tem que ser um assalto de jeito, com um gajo que nos meta medo!, pensámos nós.
“Dois euros, dois euros”
Linda Martini e Black eyed peas
Agradecimentos:
PS: Ainda vai ser feito um post com imagens exclusivas da fergie, vídeos do Nuno Lopes dos contemporâneos, dalguns concertos, de moshs e ainda um vídeo com o Jel do vai tudoabaixo, captado pelo Telemóvel do João Moutinho.
Obama e Sarkozy
Neste vídeo podemos ver Obama a olhar para uma brasileirinha de 17 anos. Não sei bem como, mas pelos vistos arranjaram maneira de absolver Obama. A opinião agora é de que ele olhava para o chão para ajudar a outra menina a descer o degrau.
Para mim Obama olhou e bem para lá. Mas a piada não está aí. Reparem na cara de Sarkozy, que aparece destacada no final do vídeo. Esse não se safa com a desculpa do Obama...
E lá está o homem outra vez lixado com a Carla Bruni...
sábado, 11 de julho de 2009
A frase do dia, por KlinkZ
"Tambem odeiu betagem solum. Mas matar, poh manu. Bater so!!"
PS2: Isto não anda fácil. Já estou como o Ni-ga!: mas que vida a nossa... Comer, beber e andar de carroça!
PS3: O Poulsen diz que se o post do Ni-ga! chegar aos 100 comentários salta de pára-quedas e com o Moutinho e o Argolinhas. Neste momento vai em 91. Veremos se o Poulsen paga a promessa... (ao contrário do Maldini e do El Gordo que prometeram correr uma rua inteira só de sapatilhas e ainda ninguém viu nada...)
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Betos? Era matá-los!, por Ni-ga!
Decidi corresponder ao apelo do Mau-r-à-dona e fazer um texto sobre os betos. Vocês têm tanta aversão por Mitras ou Sangokus como eu tenho por Betos. Principalmente pelos "betos-da-solum" e pelos "betos-do-dona".
Quando olhamos para um Sangoku lembramo-nos logo do vegeta ou do Son Goku. Eu quando olho para um beto lembro-me do Fernando Pessoa. Ou, outro tipo de betos, fazem-me lembrar morangos. Mas não são uns morangos quaisquer: são Morangos Com Açúcar.
Eu explico. Há dois tipos de betos: os betos rebeldes (morangada) e os betos-certinhos (Fernandos Pessoas).
Os betos-certinhos são o tipo de pessoa que só se topa através de uma curta conversa. Normalmente são tímidos e usam as calças e camisas bem engomadinhas que a mãe lhes prepara, quer tenham 10, 15 ou 20 anos. Andam com a roupa escolhida pela mãe, não sabem o que são gajas, passam a vida em explicações e não fazem nada do que é politicamente incorrecto.
Sempre que olho para eles imagino-os com um chapéu e uns óculos como o Fernando Pessoa. Imagino-os a ler livros profundos e a fazer reflexões em voz alta ou a declamar poemas enquanto jogam xadrez com os amigos:
“O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.”
Este tipo de betos é criticável mas não tão irritante como o segundo tipo. Os Fernandos Pessoas não vivem. Não sabem o que é divertir-se. Será que alguém pode dizer que já viveu sem nunca ter fumado um cigarro, sem nunca ter snifado qualquer coisa, sem nunca ter posto alguma cena para a veia, sem beber álcool, sem ter pertencido a um gang urbano ou sem nunca ter andado à porrada? Acham que a vida é ler, jogar xadrez ou declamar poemas? A vida é curta e dura, sócios! Aproveitem-na. Não é por se drogarem uma vez ou outra que vão morrer muito mais cedo!
O segundo tipo de betos é o dos betos-morangos. São os típicos betos-da-solum: passam a vida no S. José do Gira com os seus capacetes das motos que os pais riquinhos compraram aos meninos porque eles fizeram birrinha. Andam sempre de camisinha mete-nojo, às vezes para dentro das calças, óculo de sol e sapatinho lambidão, com o cabelo à frente dos olhos e a ser afastado com um movimento de pescoço que puxa o cabelo para trás e o volta a meter à frente dos olhos (para ser afastado mais uma vez e outra e outra…). E, claro, fazem a depilação, como bons maricas que são… É por isto e por outras razões que – não digo para não me alongar mais – que acho que os betos (suínos) da solum são uns parasitas sociais!
São mais irritantes porque são ricos, filhos de bons papás e com a mania que são superiores. Drogam-se, bebem e fumam tal como os Mitras ou os Sangokus. Mas têm uma diferença essencial: estilo! Acham-se os donos do mundo e das gajas. Normalmente andam rodeados delas, com aquela meiinha puxada até ao joelho e as calças um bocado mais curtas, para se poder ver a meia de marca e o sapato de vela. Metem-me um nojo! Ia aos cornos a todos no momento!
É que ainda por cima estes moranguitos têm a mania que são maus. Mas na altura da porrada é que se vê quem manda. Os Mitras são muito superiores. Estes morangos não gostam de ler nem de escrever. Têm más notas e chumbam montes de vezes. São pessoas fracas intelectualmente mas que acham que por ter dinheiro são os donos do mundo. A única diferença intelectual e mental entre este espécime e os Sangokus é que os Betos se acham os donos do mundo. O dinheiro compra tudo, não é verdade?
Ah! E outra coisa que me irrita: estou farto de ver aqueles putos que no 6º ano usam calças da resina e são bueda maus, e depois quando crescem, mesmo que não queiram, mudam a sua identidade deixando crescer o cabelo e ficando betolas. O que é isto? Só querem babes? Se não se sentem bem com isso porque mudam? Têm medo de ser chacinados pela sociedade? A sociedade é hipócrita sócios. A sociedade é hipócrita! Ninguém se respeita. Ninguém respeita a diferença. Quando ando na rua ouço risinhos. E daí? Caguei e andei! Afinal ser diferente é ser à frente.
Agora vou-vos falar dos momentos mais felizes da minha vida enquanto mitra: quando chega o verão e vou para a figueira com os meus primos de França e passamos o dia no aquapark! Isso sim é vida! Temos muito a aprender com os mitras franceses, vulgarmente chamados “Avecs”. Eles são o santo graal do estilo. São uma epopeia da expressão! Estão na vanguarda da moda! E eles lá não são criticados como cá! Por isso tirem as vossas ilações e vejam se não chegam à conclusão de que se respeitassem os mitras o mundo era muito melhor!
Como nós dizemos: mas que vida a nossa… Comer, beber e andar de carroça!
E não andem para aí a azeitar acerca da identidade do Ni-Ga! depois deste post, porque se descobrirem podem não gostar… Por uma ou outra razão. Deixo ao vosso juízo, se é que ele é muito. Sim, porque comigo ninguém faz farinha. Fui convidado a expressar-me aqui no blog e aceitei de bom gosto, por isso espero que respeitem ao menos isto, já que não prestam homenagem à diferença, rebaixando-a constantemente.
PROPS PARA O PESSOAL!
Erro
Obrigado e desculpem ;)
Здравствулте(É nestes momentos que o altavista tradutor nos dá jeito) (Ep.05)
“Vou mas é ao casino. Sorte ao jogo, azar ao amor”
Do outro lado jamais se ouvira qualquer tipo de voz. A Chamada havia sido terminada pela produção do programa. João Moutinho, que ainda se sentia ensonado, partira-se a rir juntamente com os outros elementos da seita.
No momento em que íamos a sair da praia encontramos uma senhora com os seus 40 anos a realizar alongamentos:
“É bom alargar a paxaxa para mandar um fodeca com o marido”, dizia El Gordo
A mulher olha, de forma indignada, e El Gordo reforça:
“Eu pelo menos faço isso para mandar uma com o meu namorado”
Fomos pô-los na estação e o nosso dia acabou com os nossos amigos da porrada!
É de salientar que tanto El Gordo como PMinistro tomam-se como machos, mas na verdade, dormiram juntinhos. Tão queridos, dormiram juntinhos. Dois meninos a dormir na mesma cama. Que romântico! Dormiram bem? O meu colchão até é bom, mas não me estou a referir a tal meio de conforto, mas sim a perguntar se vos suscitou algum prazer maior:)
Chegámos agora do primeiro dia do Alive! Memorável. Estamos agora a postar em casa do Poulsen! Este rapaz é mesmo uma jóia de moço! Raparigas, tomem atenção! Têm agora a última oportunidade para irem repetir os exames nacionais, para se candidatarem a terras de Fernando pessoa.
Amanhã, as Aventuras do Optimus Alive, dia 01.
Abraços de Moutinho e Argolinhas
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Remodelações VPS
Pessoalmente preferia que na página principal aparecessem os posts colocados sob a forma de excertos com uma imagem de apresentação. Excertos de texto suficientemente grandes de forma a também se perceber minimamente o que o post trata. Com certeza já viram esta aplicação noutros blogs, em que para ler o Post completo têm de clicar em "Leia tudo" ou "Leia mais".
5, 4, 3, 2, 1...
Muitos me perguntaram que era, afinal, o Ni-ga! e porque tinha sido este post anunciado com tanto escândalo e entusiasmo. Por isso, decidi fazer uma breve introdução ao post. Mais concretamente, vou apresentar-vos o Ni-ga!.
O Ni-ga! é um mitra. Ninguém sabe quem ele é ao certo. Só sabemos que neste post, o Ni-ga! aqui veio comentar com mais uns amigos mostrando-se bastante indignado com a opinião do Ranhoca. Na altura outros mitras aqui apareceram, mas só o Ni-ga! voltou a dar sinais de vida.
O Ni-ga! notabilizou-se, entre outras coisas por frases míticas e tornou-se um dos visitantes mais queridos/odiados deste blog. Deixo-vos algumas frases mít(r)icas do Ni-ga!:
"Ser diferente é ser à frente boi! Nao percebo o piple que goza com a nossa maneira de vestir.. vosses sao todos um rebanho de oveilhas que fazemtudo igual umas as outras!
Represento a area D do Celas"
"Que e? Deves pensar que por seres um beto riquinho es mais cos outros?
ignorante es tu que so olhas para dentro da tua pseudo-sociedade que se afunda a cada dia que passa!
Não percebes que dentro de uma população de indivíduos há uns que são diferentes porque ocorreram mutações ou cenas assim, e essas mutações tornam-os mais ou menos aptos às condições do meio, o que lhes confere vantagens ou desvantagens em relação ao meio!
Por isso espero bem que venha aí uma praga qualquer de sol que te faça ter meningite e que morras, e nós como usamos caps sobrevivemos e reproduzimo-nos mais!
Deste modo vamos mandar no guetto da aldeia global!
peace out que já te calei ranheta!"
"Alfacinha só para veres que afinal o esterotipo dos betos serem mais espertos ou inteligentes nao e bem verdade?
No meu post utilisei o neo-darlinguismo porque falei em mutações e cenas.."
Nota: estas frases são comentários ao post referido no início deste texto.
Isto é apenas uma pequena amostra do que será o post de amanhã (ou, pelo menos, que todos esperamos que seja).
Por isso, não se esqueçam: amanhã. 17 horas. VaiPaSelva ;)
Os traficantes d' água (Ep.04)
“Abre o vidro, tira isso, vá!”
“aaah..ergg…acelera Argolinhas, aceleraa!”
Mas nada aconteceu. João Moutinho conseguiu dar a volta por cima e combinar uma hora com este cigano, afirmando que iria só a casa buscar o dinheiro. Esta tese era credível, uma vez que apenas estávamos em calções de banho!
Abraços de Moutinho e Argolinhas