Estávamos num treino quando, de repente, vimos um colega nosso a contorcer-se no chão com dores. Tinha-se lesionado gravemente no joelho. Aquela expressão de dor marcou especialmente o Sakunga.
Ao notar o efeito que aquele momento tinha tido no meu amigo decidi levá-lo a uma biblioteca. Mostrei-lhe alguns livros do corpo humano. Leu-os de uma ponta à outra. Depois mostrei-lhe alguns de medicina pensando, sinceramente, que ele não ia achar piada nenhuma àquilo, visto que era uma linguagem muito técnica. Efeito contrário: era frequente ver o Sakunga a chegar ao quarto à noite com diferentes livros debaixo do braço. Todos eles com um tema em comum: medicina.
Assisti, assim, ao nascer de mais um sonho. Todos os dias o Sakunga lia mais qualquer coisa, queria aprender algo mais sobre o tema. Depois começou a aparecer lesionado nos treinos. Ainda hoje desconfio que inventava lesões de modo a aprender com os médicos que o tratavam...
E, assim, anos depois, surgiu o dia que tanto temíamos: o dia da separação. Todos nós tínhamos traçado o nosso caminho.
Eu ficaria em Portugal a estudar para um dia ser Professor de Língua Portuguesa (apesar de não me limitar a estudar apenas Língua Portuguesa, porque senão não poderia cumprir o meu sonho de ensinar tudo como o João um dia fez comigo).
O Sakunga ia para Espanha. Teria de aprender uma língua nova e de adaptar-se a uma nova cidade ainda maior: Barcelona. Iria estudar Medicina, como desejava...
O Patorras continuaria a jogar futebol, como sempre desejou. Não conseguiu ficar na equipa que tinha representado durante todos estes anos. Tinha sido emprestado a uma equipa da 2ª Divisão Italiana.
Foi um dia muito triste e marcante para nós: três meninos que se conheceram no dia em que nasceram e que nunca se afastaram até ao dia em que os seus sonhos os separaram. Assim, sem mais nem menos. Sem certeza, sequer, de que se voltariam a ver...
Ao notar o efeito que aquele momento tinha tido no meu amigo decidi levá-lo a uma biblioteca. Mostrei-lhe alguns livros do corpo humano. Leu-os de uma ponta à outra. Depois mostrei-lhe alguns de medicina pensando, sinceramente, que ele não ia achar piada nenhuma àquilo, visto que era uma linguagem muito técnica. Efeito contrário: era frequente ver o Sakunga a chegar ao quarto à noite com diferentes livros debaixo do braço. Todos eles com um tema em comum: medicina.
Assisti, assim, ao nascer de mais um sonho. Todos os dias o Sakunga lia mais qualquer coisa, queria aprender algo mais sobre o tema. Depois começou a aparecer lesionado nos treinos. Ainda hoje desconfio que inventava lesões de modo a aprender com os médicos que o tratavam...
E, assim, anos depois, surgiu o dia que tanto temíamos: o dia da separação. Todos nós tínhamos traçado o nosso caminho.
Eu ficaria em Portugal a estudar para um dia ser Professor de Língua Portuguesa (apesar de não me limitar a estudar apenas Língua Portuguesa, porque senão não poderia cumprir o meu sonho de ensinar tudo como o João um dia fez comigo).
O Sakunga ia para Espanha. Teria de aprender uma língua nova e de adaptar-se a uma nova cidade ainda maior: Barcelona. Iria estudar Medicina, como desejava...
O Patorras continuaria a jogar futebol, como sempre desejou. Não conseguiu ficar na equipa que tinha representado durante todos estes anos. Tinha sido emprestado a uma equipa da 2ª Divisão Italiana.
Foi um dia muito triste e marcante para nós: três meninos que se conheceram no dia em que nasceram e que nunca se afastaram até ao dia em que os seus sonhos os separaram. Assim, sem mais nem menos. Sem certeza, sequer, de que se voltariam a ver...
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Fotografia tirada do site http://olhares.aeiou.pt/
6 comentários:
Bom eu ja me encontrei nesta história.
Já tinha lido a história até este capitulo, por isso até agora soube sempre o que ia acontecer. Por isso agora que vem a parte que ainda não li estou em pulgas para descobrir como se vao dar os sonhadores com os seus sonhos e como vão enfrentar a distância que os separa...
Sim, maldini...
Mas não és só tu. Também todos os outros que acabaram por descobrir novos caminhos e deixar o futebol, assim como todos os que tiveram de sair de perto dos amigos, todos os que moldaram os sonhos à medida que foram crescendo e conhecendo mais mundo...
Bem, no fundo este episódio retrata bastante o nosso percurso... Quantos dos que começaram na nossa equipa aos 8 anos queriam ser jogadores de futebol? Quase todos... E à medida que fomos crescendo, muito poucos continuaram a ter esse sonho.
É uma etapa natural no crescimento de cada um, querer muito uma coisa até encontrar uma que se adequa melhor a nós e que nos trará mais felicidade. Assim redefinimos os nossos sonhos... Não há ninguém que nunca tenha passado por isto.
Mas depois também há que ter em atenção que por muito que se queira um caminho, nem sempre o podemos ter, porque nem sempre as coisas dependem de nós... Como por exemplo o Patorras que certamente quereria jogar futebol numa equipa melhor, mas não pôde e assim segue um pouco ao lado do seu sonho... Mas nunca desistindo dele, que é o mais importante
É verdade... pensei que já tinhas visto o capítulo seguinte, também. Mas então vê lá se agora começas a vir cá como os outros ver o que se passa na selva, porque o que tinhamos combinado era que o VPS ia ser o nosso ponto de encontro, pá!
Já tens net ou vieste a portugal?
Ja tenho net... Portugal so dia 16 de Dezembro. Mas eu ja ca vinha ler os posts sempre. So nao comentava porque crashava sempre:P
Sabes que tens MUIIIITO por escrever, não sabes?:p
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