terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Síndrome da boa história num autoc(h)arro


O meu dia hoje foi incrível. Para que saibam, estou com gripe. Faltei pela primeira vez na vida a um jogo de futebol por causa de uma gripe. Isto, só para vos explicar o quão mal eu tenho estado...

Mas, dizia eu, o meu dia hoje foi incrível. Tinha de ir a Coimbra e como não me sinto em condições de conduzir fui de autocarro. Acontece que estamos nas férias de Carnaval e o autocarro que costuma ir cheio de velhotes hoje ia cheio... de mascarados! Eram muitos! Uns 20, 30... não sei! O que sei é que tive de ir de máscara (daquelas para a gripe A) no meio daqueles mascarados todos. O pior de tudo é que aquela gente pensou que a minha máscara era um disfarce de doente. Resultado: em vez de se afastarem de mim vieram todos ter comigo e dar-me os parabéns pela máscara!

Ia eu a arder em febre e com a minha máscara para afugentar as pessoas. E tinha de me acontecer isto?!

A coisa estava desagradável, mas havia pior... Acontece que aquela gente vinha toda de uma festa de Carnaval. Não vou, portanto, descrever-vos a mistura de cheiros a ganza, álcool, suor e sei lá o que mais que se sentia naquele autocarro...

Falavam para mim mas já nem os ouvia. Ardia de febre. Dei graças a Deus por ter o nariz entupido, porque se não fosse o caso certamente desmaiaria com o cheiro. Olhava para o condutor e pensava:
"Acelera. Acelera, fogo!"

Até que, ironia do destino, o autocarro pára.
"Que é que foi desta vez, pá?!"

A malta anima-se. Há uns gajos que começam no banco de trás a tocar uns instrumentos. Levavam tambores e violas. Não sei se não sabiam tocar ou se estavam simplesmente pedrados. Ou se, pior, não sabiam tocar e ainda estavam pedrados! O que eu sei é que faziam um barulho ensurdecedor. Eu estava com febre (não sei se já vos disse), acho que tremia. Tinha o nariz entupido e mesmo assim mal aguentava aquele cheiro. E as dores de cabeça?!
"Calem-se, por favor!", pensei. "O condutor! Tenho de chegar ao condutor..."

Perguntei-lhe o que se passava. O autocarro tinha encravado. Eles não se calavam e as portas não abriam. Tínhamos de esperar lá dentro. E eles que cantavam cada vez mais! E que cheiravam cada vez pior! E A MINHA CABEÇA A REBENTAR!!!

Peguei no martelo e parti o vidro que dizia "QUEBRAR EM CASO DE EMERGÊNCIA". Depois foi o pior. Veio a polícia. Aquilo não era uma emergência, diziam eles!

- Deviam ser vocês a estar ali fechado que logo viam se não era uma emergência!

Passei o dia na esquadra. Tive de pagar o vidro do autocarro.

Ah... agora estou no hospital à espera para ser atendido. Não pela gripe, mas porque foi-me aconselhado ir a um psiquiatra! Quando sair daqui dir-vos-ei algo.

Até já ;)


PS: Escusado será dizer que de toda esta história a única verdade é a parte em que disse estar com gripe e ter faltado a um jogo. O que queria saber era se não partilham da minha opinião: não vale a pena sacrificar um bocadinho a verdade para se ter uma boa história?

7 comentários:

Kikas disse...

Esse Post Scriptum é que está aí a mais. Se bem que desconfiei que houvesse festas de carnaval para esses lados, pelo menos durante o dia (dadas as pessoas que descreveste) e que levassem o pessoal a andar de autocarro.

Podias ter antes pegado numa festa de carnaval organizada por um lar de 3ª idade, adequava-se melhor à realidade desses autocarros. :P

Mau disse...

Não necessariamente. Aquilo era uma festa particular, mas com muita gente. A festa era durante a noite mas o pessoal tinha de voltar a casa de manhã. Como ninguém queria levar carro tiveram de voltar de autocarro para coimbra logo de manhã cedo!;p

PM disse...

Muito bom, mas a kikas tem razão, o post scriptum está aí a mais!! E agora que contaste essa história pergunto me se as pessoas que vi de máscara estavam mesmo mascaradas x)

Mau disse...

A questão que vos coloquei é simples: será que não vale a pena sacrificar um bocadinho a realidade para que esta se torne mais divertida?

É que todos nós conhecemos aquele gajo que foi assaltado por um mitra e diz logo que eram 20 mitras (ahahah não resisti, maldini!), que foi mordido por um doberman que na realidade era um caniche, que viu um monstro que na verdade era um espantalho...

Isso é muitas vezes criticado. Mas acham que a história tinha a mesma piada se eu dissesse: "Estou com gripe e, portanto, sem condições de fazer um post decente."

A mensagem era a mesma... mas assim fica mais divertida!

Titi disse...

conhecendo-t cmo conheço qnd chegou a part d partir o vidro vi logo q era mentira =P.. ms sim sendo q é uma história pa contar aos amigos e/ou leitores vale a pena sacrificar a verdade.. a mensagem foi passad tal cmo querias i teve mt mais piada.. so nao concordo e cm o teu comentario anterior mau.. msm cm gripe fizest um post mt bom xD

Maldini disse...

Primeiro: Não fui assaltado porque os mitras são coxos e eu corro mais que eles.

Segundo: Eram mais de 20 sim senhor! Só que só 2 ou 3 é que saíram do grupo para me abordar! Deviam ser os líderes.

Terceiro: Vale a pena, claro. Acreditas em todas as histórias da mitologia grega? E de todas as outras do passado. Até do nosso. Existia um gigante que dava pelo nome de Adamastor? Claro que não! E sim ao mesmo tempo. A história foi alterada para melhor, sacrificando um pouco a verdade. O Adamastor existia, não era um gigante, mas eram todos os perigos que os marinheiros enfrentaram.

Mau disse...

E em barcelona há záguers e mitras?

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