terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

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Será que é esta a sensação de não sentir Não sentir Fico isolado do mundo mas quando deixei de o fazer


Já não sei quem sou o que sou o que serei Nada serei mais o que seria de mim Quem seria eu se não morresse Dava tudo para me redescobrir partir em busca de mim do mundo do que sou partir para fora fora desta prisão deste país que me retém refém Partir para a Ásia para a Europa para onde quer que seja fora apenas fora daqui Queria apenas saber quem sou ir-me embora daqui Farto das pessoas das ideias das hipocrisias que vivo todos os dias


Já nem sinto por isso para quê Não sinto o mundo à minha volta mas a diferença não é grande já teria eu deixado de sentir Será que sentimos no nosso dia-a-dia Na vasta intensidade e fluxo de sentimentos de responsabilidades do quotidiano em que todos temos mil e uma coisas para fazer a velocidades inacreditáveis em que pura e simplesmente não paramos Não paramos para pensar para sabermos quem somos para sentirmos o que somos Mas não é o fim


Quanto tempo faltará Quanto tempo faltará para a minha execução para o extermínio da minha identidade da minha humanidade? Para o fim?

1 comentário:

Mau Maria... disse...

Já pareces o Saramago! A ideia está gira, mas obriga a um esforço de concentração muito maior. Se for meia página escrita assim acho piada. Se for um Memorial do Convento só consigo ler as primeiras 100 páginas. O que, como eu tenho de ler pelo menos 3 vezes cada frase de forma a dar-lhe um sentido, perfaz cerca de 300 páginas lidas do Memorial. E 3 vezes o tamanho do post que aqui está escrito (vá lá, pelo menos era pequeno ;P)!

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