quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Primeiro estranha-se...

Francisco é uma pessoa como qualquer outra. Uma pessoa como eu, que escreve o texto, uma pessoa como você, que o lê. Uma pessoa com medos, com mistérios, com uma história... com muitas "estórias". Uma pessoa que vive a sua vida como qualquer outra...

O que me levou a entrevistar o Francisco foi uma coisa que ele concordou partilhar comigo. Uma história sobre algo que mexe com muita gente. Já tinha ouvido muitos relatos sobre OVNIs, mas esta é a primeira vez que um amigo meu me conta que viveu, ele mesmo, algo do género.

Fala da história com um misto de confusão e de vergonha. Sabe que todos o chamariam de louco e é por isso que sugere o nome fictício de Francisco. Quando lhe peço para recordar o dia 4 de Julho de 2003 os seus olhos brilham.

Tinha 13 anos na altura. Como qualquer miúdo, queria aproveitar as férias de Verão. Mas nesse dia tinha acordado triste. O meu vizinho tinha ido de férias e eu fiquei sozinho em Telhins de Cima. Não há muito para fazer quando uma criança dá por si numa terra rural sem outras crianças com quem brincar, sabes? Por isso decidi ir dar uma volta de bicicleta. Sozinho. Precisava de pensar. Os adultos por vezes esquecem-se que os teenagers também precisam de momentos sozinhos. Naquela idade já há tanto a preocupar-nos...

A ideia parecia boa. Mas Telhins de Cima faz jus ao seu nome. A descer todos os santos ajudam, mas quando tinha de voltar para Cima... as forças faltaram. Nada de grave. Saí da bicicleta e levei-a à mão. Foi quando ia a meio de uma rampa que se passou algo que ainda hoje me intriga.

Olhei para o céu e vi, por entre os ramos das árvores, uma coisa a que chamei "aquilo", simplesmente por não o poder definir. Nunca aquilo poderá ser algo, nunca aquilo será "isto". Será um aquilo. Para sempre...

Mas dizia eu... quando olhei para o céu vi aquilo por entre os ramos. E aquilo era incrível. Não poderia estar a imaginá-lo porque nunca havia visto nada parecido. É por isso que se torna difícil de descrever. Tinha uma forma de bala com um vidro enorme que cobria a frente toda. Digo isto porque consegui ver, através dele, as nuvens do céu. Depois, a traseira... a traseira estava encoberta por um fogo amarelado, quase translúcido. Olhei com mais atenção porque ali a imagem ficava turva como se de uma onda de calor se tratasse. Ainda na traseira aparecia uma asa. Uma asa estranha. A coisa que já vi mais parecida com aquela asa é uma barbatana. Lembrava um golfinho. E dela vinha uma risca azul que rodeava aquilo e que se notava bem, pois contrastava com o tom escuro do resto d'aquilo.

Acontece que nunca acreditei em discos voadores. Sou um céptico. Custa-me acreditar no que não vejo. E nesse dia fui duplamente céptico: custava-me acreditar naquilo que via. Não sei dizer por quanto tempo fiquei ali parado a olhar para aquilo. Posso dizer-vos que hoje me parece que foram largos minutos. Podem ter sido apenas alguns segundos...

Quando, finalmente, faço um gesto com a mão, como que a apontar na direcção daquilo, algo aconteceu. Aquilo virou-se no ar sem fazer barulho nenhum. E depois arrancou a uma velocidade impressionante. Larguei a bicicleta na estrada e meti-me no meio daquelas árvores todas. Corri um bocado, mas perdi a noção do que se tinha passado. Desaparecera.

Voltei para a bicicleta. Estava desorientado. Triste. Sentia-me culpado e estúpido. Por que razão tinha eu ficado parado a olhar para aquilo? Eu podia ter-me aproximado, podia ter tentado perceber o que era. Quando me decidi a fazê-lo já era tarde.

Fui para casa o mais rápido que pude. Cruzei-me com o meu pai e perguntei-lhe:
- Pai, se eu te dissesse que vi um OVNI chamavas-me louco?
- Francisco, por favor! Não digas disparates...

Foi aí que decidi correr para o meu quarto e procurar algo onde escrever. Tinha de fazer um desenho d'aquilo. Tinha de escrever o que se tinha passado. Se não o fizesse correria o risco de, um dia, pensar ter-se tratado de um sonho. Mas não era e eu sabia-o. Desenhei o melhor que pude (com 13 anos não se consegue desenhar grande coisa, pelo menos eu não o conseguia...). E guardei tudo onde só eu o poderia encontrar.

Nunca mais falei disto com ninguém. Nem os meus pais sonham da existência desta história. Eu sei que ninguém acreditaria. Eu próprio não acreditei e, no entanto, aquilo estava à minha frente. Eu próprio achei que estava louco.

E depois, dou por mim a pensar: por que raio viriam os extraterrestres para Telhins de Cima?

A entrevista acabou com a minha pergunta que ficou e ficará sem resposta:
E por que não haveriam de ir para Telhins de Cima, Francisco?

9 comentários:

Mau-r-à-dona disse...

Obrigado, desde já, ao Francisco que decidiu partilhar a história comigo e convosco.

Obrigado à FlorRita que me ajudou a revê-lo.

E duplamente obrigado ao Francisco porque já combinou comigo que assim que puder me envia o desenho que fez d'aquilo para poder meter como imagem do post ;)

Asus disse...

Bem... que história!

Compreendo a forma como escreveste isto. Imagino que será estranho ouvir isto da boca de um amigo, porque por um lado é inacreditável mas por outro tens a certeza que ele não está a inventar.

O desenho d'aquilo seria algo fantástico.

Ah! Já me confessei admirador da tua escrita há muito, mas mais uma vez deixa-me dar-te os parabéns. Consegui viver a história com (quase) tanta intensidade quanto o Francisco. Acho que eu próprio cheguei a casa e me cruzei com o pai (dele) de respiração ofegante...

Ni-ga! disse...

Vi o teu mail e rsolvi voltar ao blog. Sei q ja vao tods reclamar cmg pq e smp assim qd dou a minha openiao. Se calhar se nao assinase com este nome todos me respeitavam. Ja sei que esta gente n respeita a difrensa. Mas como eu costumo dizer "n respeitas a difrensa e partes logo pra ofensa por isso de mim so levas indifrensa".

Acrdito no francisco pk eu tamem ja pasei por uma istoria paressida. e ja tinha uma idde desente. pertanto acrdito e nao entendo pqe tanto espanto. tambem eu fiqei espantado mas dps cai em mim. pq e q n podem vir ca ets? o homem ja nao foi a lua e a marte?

Entao fodz els tb podem ca vir.

Aviso ja q n tou pa responder ao pesoal tdo q so ca vem comentar qd e pa inplicar cmg!

PITT disse...

o homem ja foi à lua a marte, e a jupiter!!

eu acho que tanto o francisco como o Ni-ga foram raptados pelos nossos bons amigos aliens!!
ainda no outro dia eles vieram a minha casa jantar, tivemos uma grande conversa, ainda liguei ao Mau pq eles queriam falar com ele, mas ele nao atendeu!!
ah Mau eles disseram que iam a tua casa pa falar contigo ainda esta semana ve se abres a porta aos pobres coitados!!!

abraços dos aliens para todos os selvagens :)

Anónimo disse...

OH NI-GA!
Acredito em ti, mas repara bem nisto:

- assinasse, diferença, indiferença, parecida, decente.

Tá bem? :p

Francisco disse...

Adorei o texto. O Mau tanto insistiu que eu la acabei por ceder

Obrigado por teres escrito tao bem e sem invencoes aquilo que te contei

Ainda estou a tentar arranjar forma de enviar a foto!

Mau disse...

Sim, Pitt... é mais fácil levar as coisas no gozo. Se reparares nunca disse no texto que eram ets. Até porque o Francisco também não o fez.

Mas que explicação encontras para esta história, então? Achas que é tudo inventado? Que alguém não-louco como o Francisco se daria ao trabalho de inventar isto tudo, de mentir a um amigo e de fazer um desenho de algo que não viu?

Mau disse...

Quanto a ti, Niga...

Podes sempre partilhar a história connosco, não?

Kikas disse...

Não vejo estas histórias com descrença mas antes como algo misterioso e desafiante à nossa curiosidade e inteligência lógica. Por acaso é algo que me intriga deveras, até porque nós associamos os "apetrechos" onde eles vêm a coisas com o que nós consideramos ser tecnologia algo avançada.

Eu gostava era que algum deles tivesse testosterona (ou uma substância com efeito equivalente) suficiente para se mostrar e enfrentar os humanos. Que grande abanão que levava o nosso mundo e a nossa sociedade. Todas os fundamentos religiosos caíam por terra, a ciência ganhava a humildade de reconhecer "afinal não somos assim tão espertos e evoluídos como sempre pensámos" e os antropólogos eram capazes de ficar algo indignados e pensativos.

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