quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Introspectiva

Olhemos para o Mundo. Olhemos para os outros.

Não estamos nós numa situação previligiada?

Se nos pedirem uma opinião sobre uma flôr conseguimos, se a arte e o engenho nos ajudarem, dizer exactamente o que ali temos. Fernando Pessoa ia para além disso. Para além de compreender tudo de uma forma extraordinariamente completa conseguia transformar tudo isso em palavras. Isso é de facto um dom. Louvado seja aquele que o consegue e ainda bem que eles existem.

Um facto é que todos nós ficamos maravilhados com a beleza intrinseca de uma simples flor. A própria côr faz-nos sentir. O cheiro, hummm, como é bom cheirar.

Temos tudo para olhar a nossa volta e sentir o que vemos. Compreender o que existe.

Mas sabem o que é mais ridículo?

É haver gente que necessita que os outros vejam por nós os nossos erros e nos digam no que estamos a errar.

Ridículo porque precisamos que pessoas de fora olhem para nós e nos percebam.

Nós não somos uma rocha que merece ser contemplada para ser sentida. Não somos uma flor que só se define pela côr e cheiro que é o mesmo para toda a gente e assim permanecerá toda a vida.

Nós continuamos numa situação previligiada. E mais que privilegiada! Ninguém nos chega aos calcanhares no que toca compreendermo-nos nós próprios.

A verdade é que as pessoas se esquecem. A verdade é que as pessoas ignoram. E no seio de uma sociedade não passam de rochas e de flores. São a cor que lhes dizem ter, têem o cheiro que acredita que os outros dizem que tem.

Se te dizem que cheiras mal sentirás que és uma merda. Se te dizem que és feio acreditarás que não serves para nada.

Parvoíce a tua. Porque tu sabes melhor que ninguém quem tu és. Se queres que os outros percebam quem realmente és joga com isso. Se não o queres, não te aflijas porque desde que estejas seguro da tua verdadeira côr e qual o teu verdadeiro aroma não será um tipo qualquer a convencer-te do contrário!

No outro dia estava a ouvir música clássica e coloquei um olhar tenso cerrando os dentes.
"Tens razão, esta música é uma verdadeira merda" - disseram-me

Como eu me ria por dentro - "Ignorante, esta música é lindíssima!"

11 comentários:

Anónimo disse...

por favor.. nao voltem a por o assunto homossexualidade à baila

Anónimo disse...

já q o blog tem enverdado pela cena do sentimentalismo deixei aqui este textinho panisgas [esqueçam a parte do panisgas e n falem de homossexualidade] :)

Mau disse...

Ranhoca, com isto do casamento gay parece que te assumiste verdadeiramente!

Agora mais a sério: muito bem visto. Mesmo... já vivi situações semelhantes.

Eu e muitos outros (para não dizer todos os outros). Quando me dizem que jogo mal eu próprio desconfio de mim. Quando me dizem que tenho de cortar o cabelo começo a achar que de facto preciso, mesmo que me veja ao espelho todos os dias.

Quando me dizem que sou feio fico triste e quando me dizem que sou bonito fico feliz... mesmo que saiba perfeitamente como e quem sou desde que me lembro de ser gente.

E sabes que mais? Se eu fizesse aqui um post a dizer mal do teu texto se calhar mais gente ia achar que ele estava uma merda.

Mas não. A ideia está muito boa. Mesmo, Ranhoso...

El Gordo disse...

eu digo-te que és um anormal porque mandas mensagem quando o porto sofre um golo, e tu só tens de concordar com isso:p mas está óptimo o texto. dos melhores que já li aqui

Kikas disse...

Há quem defenda que tudo isso se explica pelo facto de sermos um ser social e de, como tal, não conseguirmos viver felizes sozinhos, sem a aprovação dos outros, sem um feedback que seja positivo.
Precisamos todos uns dos outros, ponto final. Mas até que ponto essa necessidade? Será que devemos fazer das suas palavras imperativo? Ser que nos devemos deixar levar pelo que nos dizem? Há pessoas que não conseguem vincar as suas convicções mal ouvem um "isso é parolo!", "isso é uma treta" e mudam logo de opinião pensando que os outros têm razão.

Pensem por vós próprios, e se os outros vos disserem algo contrário ao que pensem, analisem por vocês próprios essa opinião e em que se fundamentam. É isso que distingue o particular do comum, a convicção da frustração.

Excelente texto...

[ah e é compreendermo-nos;) ]

Maldini disse...

Concordo contigo Kikas. Não há que ser tão extremista quanto o texto sugere. Quero dizer, no fundo acho que este texto é mais destinado para as pessoas que só ligam ás aparências, e nunca usam a sua própria cabeça para delinear o seu próprio rumo. E assim, concordo a 100%. Mudem de atitude, sejam vocês, não o que os outros queiram que vocês sejam.

Anywho, vivemos em sociedade, e por isso se eu achar muito bonito andar a matar toda a gente, apesar de ninguém achar bem, não ovou fazer. Há limites (como a Kikas já tinha dito).

btw: Sejam é uma palavra horrosa... Faz-me lembrar o Serjão da Académica... MEDO!

E o Sporting Boxing Clube de Portugal? Sim senhor! JB e Moutinho quando fizermos um jantar do VPS vocês andam à porrada, que é o novo costume sportinguista.

Maldini disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maldini disse...

Ah! Não é que tu ligues muito sua ilha frígida e em inercia, mas:

Excelente texto.

Anónimo disse...

Mais importante que tudo é perceber a mensagem que queria transmitir.

Longe de mim defender que alguém que se reconhece como serial killer n deva ligar ao que os outros dizem e continuar a lutar por ser quem é.

Aí entra a questão de saber viver em sociedade.

A máxima que queria passar é que qualquer que seja o nosso problema, dúvida, seja o que for só depende de nós resolve-la. Se cometermos algum erro e não nos dermos conta que foi de facto um erro isso nunca vai mudar.

O que os outros dizem é de facto importante mas a verdade é que nunca deve ser determinante. Isso do desculpar que matei o Judeu porque alguém me mandou atirar é estúpido. Ele mandou é certo mas eu só o fiz porque EU quero prefiri viver com isso que morrer sem atirar em alguem que a partida ia morrer a mesma.

Um amigo nãe é aquele que nos dá a soluçao para os nossos problemas, essa temos de ser nós a procurá-la, mas poderá de facto dar um empurraozinho no bom sentido, desde que deixemos.

O nosso "inimigo" não é aquele que nos estraga a vida mas poderá de facto tentar dar um empurrãozinho, desde que deixemos.

[não gosto de comentarios longos mas cá teve de ser, sorry]

Moutinho disse...

Muito bom!

Anónimo disse...

Possa ranhoca, este texto ta mesmo uma merda muito bem feita pah! Tens que me dizer como se faz, porque ta lindo=)

muito bem, cada palavra é uma verdade para muitos, infelizmente...cada vez mais parece que a nossa vida e como a sociedade quer...é o que traz muitas caras tristes para as ruas...depois nao me admira que digam que sao feias! pudera!!! enfim...olhem para o espelho pah...para que servem eles? nao gostas no que ves nesse? entao compra outro! Ironia minha, claro! o que quero realmente dizer é que temos que ser nos a mudar, nao os outros que teem de nos mudar! o caso do espelho, nao sao os outros que nos vão dar o dinheiro para o espelho! somos nos! Eu felizmente, tou bem porque me dizem que sou bem cheirozinho e bonito, eu olho para mim e nao contrario! eheh nao e ser convencido! isto e ser eu proprio! ihih=D

[este texto faz me pensar em outra coisa...ja repararam que socrates anda sempre com um sorriso naquele focinho? É que ele foi eleito pelos homesexuais, atenção, o primiero ministro com a melhor aparencia da Europa! Esta influencia da sociedade realmente faz milagres!]

Cigano

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