Há um mês acordei na República
Checa, num sítio onde não conseguia encontrar uma palavra familiar, onde temos
bonitas frases como “Jeho tištěná podoba je zpravidla čtvrtletně k dostání ve
vsetínském knihkupectví Malina, které se podílí na jeho vydávání”. E não, não
faço ideia do que isto significa: copiei a frase do primeiro site checo que
encontrei. Acreditem em mim: só depois de “acordar” num sítio assim é que
entendemos verdadeiramente a importância da nossa língua.
Estou num restaurante e quero ir
à casa de banho. Não há nenhum símbolo indicativo. Tenho apenas duas portas:
numa está escrito “muži“,
na outra “ženy“. E agora? Entro na dos/das “muži“ ou na dos/das “ženy“? Arrisco-me a
entrar na casa de banho do sexo oposto? Espero até voltar para casa?
Poderia ser uma situação desagradável. Felizmente
consegui gerir a situação com a maior habilidade. Já adivinharam? Exacto: o que
fiz foi dizer com toda a confiança que “ženy“ significava “homens”. Depois, deixei o
espanhol que me acompanhava ir à frente. Afinal de contas tinha 50% de
probabilidades de acertar. Falhei, claro.
Foi pior para o espanhol que para mim,
confesso. Limitei-me a ouvir o berro da senhora quando ele entrou na casa de banho enquanto ria às gargalhadas com a cara dele. E nunca mais me esqueci que “muži“ significava “homens“. Ah… e que
no dia em que tiver uma casa de banho na própria empresa vou, sem dúvida, optar
por um símbolo que seja interpretável universalmente!
1 comentário:
Fantástico!! Tu tens sempre uma forma de resolução de problemas muito perspicaz!!
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