Conseguem imaginar o que é viver
num país do qual não conheces a língua e numa residência em cuja recepção não
há uma única pessoa que fale inglês? Eu já não preciso de imaginar.
Posso apenas garantir que põe à
prova as tuas habilidades de comunicação não-verbal. Para fazer uma coisa tão
simples como alugar uma bola de futebol não basta ires equipado e dizer,
devagarinho, “football” enquanto se faz um círculo com as mãos a simbolizar uma
bola. Não. É preciso fazeres um desenho de uma bola e de um pé a chutá-la.
Não é grave, enquanto for uma
coisa simples como estas. Se não souberem desenhar e quiserem ir à lavandaria,
ou alugar um aspirador podem sempre esperar momentos de grande divertimento. Já
todas as estratégias foram tentadas: dos desenhos, aos gestos, à simples
utilização do Google translate e da escrita da palavra checa correspondente ao
que desejamos no telemóvel para mostrar às senhoras. O problema é que parte
delas já tem uma certa idade e ainda temos de esperar que procurem os óculos
para tentarem ler as palavras num dispositivo tão evoluído como um primitivo
Nokia.
Toda esta vida é por cá é um
verdadeiro desafio. E acho que, sinceramente, os checos acham que isto é parte
da piada do nosso Erasmus na terra deles. É que, na verdade, 90% das pessoas
que vivem no dormitório não fala checo. E eles fazem questão de manter
recepcionistas que não falam uma – UMA!!! – palavra de qualquer outra língua…
PS: no dia em que tiver de
desenhar algo mais complexo tenho medo do que as senhoras vão inventar. Aposto
que até unicórnios e dragões me arranjavam só para corresponderem ao meu
desenho!
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