Desculpe? De simpatia?
Aah, ok! Não, não sei do que está a falar…
Pois então só pode ter gostado do que viu. Posso dizer-lhe
que achei a situação meio absurda, mas não pude evitar o sorriso. No fundo acho
que todos nós precisamos dessa simpatia, não é?
Claro que sei… e permita-me interrompê-lo um bocadinho: já o
dizia aquele rei do Principezinho, que se ele ordenasse a um general que voasse
de flor em flor como uma borboleta, a culpa de o general desrespeitar a sua
ordem seria do próprio rei. Por isso, a regra para bem reinar é simples: só se
pode exigir a uma pessoa o que ela pode dar. E foi precisamente o que fez
comigo, ao pedir simpatia e não amizade…
Mas espere! Afinal como é o resto da história desse livro do
Camus?
E agora pensando, acho
que o engraçado é que mais depressa se dá amizade a alguém que pede simpatia do
que simpatia a quem chega e pede amizade. Estranha ordem das coisas, estranha
complexidade humana… e estranha sensação a minha. Sinto-me como se tivesse começado
um livro e parado com muitas páginas ainda por ler.
Sousa