segunda-feira, 31 de agosto de 2009

O Prefeito Anormal

Hoje venho falar-vos de uma pessoa que foi muito importante para mim e para os meus colegas. Chama-se Prefeito Anormal. Mas porque é que se chamava assim?

Isso é uma longa história: na minha escola em vez de contínuos havia prefeitos. Os prefeitos tomavam conta de nós, davam-nos as aulas de substituição... enfim, eram as pessoas que tinham de saber impor respeito a nós, alunos!

Acontece que este era um prefeito diferente. Diferente porque era... anormal! Daí o nome de Prefeito Anormal.

Vou, então, contar-vos algumas das histórias desse nosso Prefeito Anormal. Ele era muito pacífico. Não sabia impor respeito a quem quer que fosse. Para além disso tinha algumas ideias um bocado esquisitas...
- Ah, pois... Sabes que eu não gosto do fundo dos hambúrgueres. - dizia ele.
- Do fundo dos hambúrgueres???
- Sim... É que eles metem sempre mais molho no fundo!

Da última vez que eu comi um hambúrguer aquilo era uma coisa redonda. Mas ele lá saberá onde está o fundo...

A história que finalmente o consagrou como o Prefeito Anormal foi a do Alex Ramos. O Alex Ramos é um amigo nosso de quem já falei no blog... Ele é um tipo pacato, mas na presença deste prefeito mudava completamente a sua atitude (como, de resto, toda a turma).

Foi uma das nossas aulas naquela escola. Aula de substituição. O professor tinha faltado e eis que aparece o Prefeito Anormal para o substituir.

FESTAAAAA! "Isto ainda vai ser melhor que não ter aula!"

O Prefeito entra na sala. O quadro estava todo pintado de giz. A secretária também estava cheia de pó e de giz, visto que tinham usado o apagador para a deixar toda suja. Mas isso não se via a olho nu.

Por isso, o Prefeito entra na sala, vê o quadro todo pintado e a turma começa toda a rir e a gozar. De forma a tentar que a turma se calasse dirige-se à secretária e usa o livro de ponto para bater na mesma. Mal ele faz isto é absorvido por uma nuvem de giz. Delírio total!

E é aí que entra o Alexandre Ramos. Com pena (ou não) do Prefeito Anormal pega na sua pasta e bate com ela na mesa para tentar calar os colegas. Faz-se silêncio na sala. O Ramos tinha batido, de facto, com muita força e o ruído provocado fez a turma calar-se.

O pior veio depois. Ao olhar para o Ramos reparei que a mesa dele estava em V. Sim, em V! Foi tanta a força com que bateu com a pasta... que partiu a mesa ao meio! Aí foi o êxtase! O Ramos, em pânico com a reacção do Prefeito e respectiva punição, ficou perplexo. Ficou mesmo paralisado. De tal forma que dois dos meus colegas se levantaram, pegaram na mesa dele partida, colocaram-na no fundo da sala, pegaram noutra mesa e voltaram a colocá-la à frente do Ramos e durante todo este tempo ele ficou parado, sem mexer um músculo.

AH! E o que fez o Prefeito? Nada... Aquilo também era uma coisa sem importância! Já percebem porque lhe chamáva-mos Prefeito Anormal?

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Gripe A: o negócio da doença


Todos sabemos que na sociedade global que vivemos hoje somos constantemente atacados com a presunção e calculismo proveniente das acções publicitárias.

Tudo isto porque o mundo vive da economia, a economia vive de transações e as transacções vivem de mercado de valores (bens) que necessitam que pessoas comprem o que outros tentam vender.

No entanto nestas trocas temos muitas vezes que não se vendem e compram só bens fundamentais. Vivemos numa constante busca de resposta a necessidades que os próprios bens fazem questão de criar em nós. Não que vivamos numa sociedade de enganos mas acho que, mais que nunca, devemos saber observar e interpretar o que de facto trata, na sua essência, cada caso.

Tudo isto se compreende. Mas será que esta realidade não tem limites? Estarão assuntos delicados como a saúde das pessoas isentas desta competição?

Vejam o vídeo abaixo e, não querendo tomar o vídeo como a verdade absoluta, pensem um pouco sobre este assunto.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sabias que...



Sabias que o mel tem muito que se lhe diga?

O mel é dos poucos alimentos que nunca se estraga, por mais tempo que seja conservado
Prova disso são os factos de terem sido encontradas em 1922, no túmulo de Tutankhamón, em perfeitas condições, várias vasilhas com mel, apesar dos 33 séculos percorridos. Também, num templo grego, construído no século VI aC, foi descoberto em escavações perto de Nápoles, várias ânforas que continham mel de abelha em perfeito estado de conservação depois de 2600 anos!

Na Antiguidade Egípcia alguns impostos eram pagos em mel

Já existiu o elixir contra a hidrofobia! Chineses, Hindus e Celtas curavam-na com chá feito de abelhas: 12 a 15 abelhas mortas, em água. Este remédio tinha de ser tomado duas a três vezes por dia.

O polén é das poucas substancias que duram eternamente.

As abelhas têm cinco olhos. São três pequenos no topo da cabeça, que são usados para observar melhor o que se passa dentro da colméia, e dois maiores na frente para uso normal .

A velocidade das abelhas é, em média , cerca de 17 Km por hora.

O som produzido pelas abelhas chama-se Azoinar

E, por último... Sabes de onde veio a expressão "Lua-de-Mel"?

Foi tudo culpa de Hipócrates (pai da Medicina) que há cerca de 2500anos tinha o hábito de prescrever mel para acalmar a ansiedade e nervosismo dos noivos na véspera do seu casamento

terça-feira, 25 de agosto de 2009

I Fought the Law [SdS 3]

Muitos de vocês já conhecem esta música. I Fought the Law tem sido alvo de imensas versões. Foi reeditada há pouco tempo pelos Green day. Apesar de saber desta versão dos Green day pensava que a versão original era dos The Clash (um dos meus grupos preferidos e que não é muito famoso para a malta da minha idade...).

Puro engano. I Fought the Law foi escrito por Sonny Curtis em 1959. Aqui está o próprio a cantá-la em 2009, 50 anos depois...



Outra das versões mais conhecidas é de Bobby Fuller:



A minha preferida é esta, dos The Clash. Apesar de não ser a minha música preferida deles, aqui fica:



E, finalmente, a dos Green Day. Também muito boa, na minha opinião:


domingo, 23 de agosto de 2009

Aniversário




O meu poema preferido do Senhor Fernando Pessoa.
À medida que envelhecemos verificamos que o que nos rodeia se vai transformando. Este poema reflecte muito bem essa mudança, e, por isso, dá que pensar:


No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No TEMPO em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas
lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra debaixo do alçado —,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

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