segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

A um amigo...

 
A um amigo que me trouxe à memória que a culpa e ter começado a ler os grandes escritores deste mundo era dele...

FGV, Agosto de 2010, aula de Cultura e Sociedade.
Temperatura no exterior: 30ºC.
Temperatura no interior da sala de aula: 0ºC.

Quero reproduzir fielmente o que aconteceu, tal é a forma como, dois anos depois, esta memória me está fresca na cabeça. Vejo claramente o brasuca a atirar-se numa cadeira de rodinhas contra a nossa mesa e a perguntar sorridente: "então vocês são portugas?". Mas agora que me lembro desta frase vem-me uma febre, um misto de sensações, um turbilhão na minha cabeça. Vejo a viagem ao Centro com o pior Guia e o maior amigo, o Bar Luiz, o Monumento aos (3) Pracinhas, a "estória" da Igreja da Glória onde ele foi baptizado. Vejo Belém, o Ver-o-Peso, o pato no tucupi, o rio, Mosqueiro, Benfica, um "cheiro até ao fundo da minha alma". Vejo caipirinhas em Copa. Vejo os "tu é" e todos os erros de conjugação verbal e o jantar em casa dele com aqueles fantásticos pais, vejo o Quincas, a visita à Urca... vejo uma carta de despedida e um adeus antes do tempo que me deixou lavado em lágrimas. Vejo um reencontro em Coimbra e outro em Praga, que provaram que grandes amigos não precisam de se ver nem de se falar para estarem sempre por perto.

Escrevo-te este texto em Copenhaga, no dia 26 de Novembro de 2012. Não sei quando to poderei entregar. Mas desejo-te desde já um muito feliz Natal, amigão!

PS: E sim, foi por ver que se ATÉ TU conseguias ler Camus, que senti a necessidade de deixar os escritores "pop" para passar aos "verdadeiros". Agradeço-te também por isso, já que era esse o objectivo do texto antes de me dar esta febre de memórias...
PPS: Vejo mais reencontros em breve. Resta saber onde e quando...

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