segunda-feira, 21 de maio de 2012

Momentos de uma vida... agora em palavras!

Dia 20 de Maio de 2012. É esta a data que me vai ficar marcada na memória...

Andava desesperado por não conseguir arranjar bilhete. O bom senso aconselhava a que ficasse em casa a acabar os trabalhos que tinha (e tenho) para entregar. Sob o velho lema de que um dia me arrependerei muito mais do que deixei por fazer do que daquilo que fiz, comprei bilhete para o Jamor e pus mãos à obra.

Estive a trabalhar a semana toda. A recta final foi desde Sábado às 14h30min até Domingo às 7h20 da manhã, só com pausa para a final da Champions. Fui de directa para Coimbra apanhar um autocarro que deveria sair às 8h mas que só saiu às 10h. Fui com uma única pessoa conhecida numa viagem que demorou 3h e 45 minutos (e que deveria durar apenas duas horas). Fui sem nada para comer, porque não tive tempo de preparar o que quer que fosse, tal era o medo de perder o autocarro. Fui cansado, estoirado...

Fui de capa e batina ao Jamor e disse, antes do jogo, que ia porque daqui a uns anos não suportaria dizer aos meus filhos que em 2012, quando a Briosa fora à final, eu ficara a estudar Marketing de Serviços e Metodologias de Investigação. Fui porque tinha uma certa fé na Académica (e, confesso, na falta de capacidade do adversário).

Foi um sacrifício enorme que ainda antes de entrar no estádio já tinha valido a pena. Cheguei a dizê-lo a alguém: "com ou sem taça... esta já ninguém me tira!". Mal eu sonhava que o melhor estava para vir.

O resto da história todos conhecem: David Simão faz um passe genial, Diogo Valente cruza de maneira fantástica e Marinho faz um cabeceamento certeiro (que se fosse feito pelo Edinho certamente lhe valeria um nariz partido). Angústia nos últimos 20 minutos, onde em cada minuto tirava 20 vezes o telemóvel do bolso para ver as horas - pois, é que o Jamor não tem placar electrónico! Nervosismo em cada jogada de ataque dos lagartos. Festejos em cada bola fora, em cada defesa, em cada segundo passado. Apito final. Festa. Entrega da taça. Festa. Eferreá. Festa. Coimbra do Choupal. Festa. Autocarro. Festa no autocarro. Coimbra. Festa em Coimbra.

Não era momento para parar. Quem faz uma directa sem saber se vai ganhar... depois de ganhar tem de festejar. Era o mínimo. Às 5h da manhã cheguei à cama. Cansado. Feliz. Muito Feliz.

Acordei às 9h, ainda a cantar, para ir entregar o trabalho de Marketing de Serviços. E aguentei-me heroicamente nas aulas até às 20h. Agora vou jogar futebol... parece que vai haver festa!


4 comentários:

Anónimo disse...

Que venha a próxima , Pedro!! Estamos prontos.
C. ->

C.D.Ima disse...

Eu estava contido nos festejos, talvez ainda a tentar absorver tudo o que se estava a passar, quando um senhor, com 70 e muitos anos, que eu nunca tinha visto, me abraça e com a cara completamente encharcada pelas lágrimas me diz "é a quarta final a que venho, e só ganhámos esta". Foi aí que percebi o tamanho da vitória. Que venha então a próxima!!

Mau-r-à-dona disse...

O que mais me emocionou foi a quantidade de pais, filhos, avós... todos unidos a festejar um sonho comum. Foi exigente, foi duro... mas foi um momento de uma vida. Venha a próxima!

Anónimo disse...

Pode-se não gostar da Académica. Mas o que é obrigatório reconhecer-se é que, goste-se ou não, trata-se de um clube com uma identidade. Uma pessoa pode detestar as capas negras, os eferreás, o preto e branco, os códigos da praxe, a mística dos doutores, mas tudo isso é próprio. A Académica ganha a taça e é um acontecimento. O leixões, o beira mar ou o estrela da amadora também já a ganharam mas ninguém deu por nada. É que são clubes iguais, coisa que não se passa com a velhinha AAC.

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