Há um ano atrás, neste mesmo dia, fazia aqui um post a elogiar os cartazes da Queima das Fitas 2010. Pois parece que a análise desses cartazes vai virar tradição...
No ano passado a aposta foi em frases fortes aliadas a uma simplicidade gráfica. O preto e o branco sobre um fundo negro eram quanto bastava para o impacto ser (maior que) o esperado. Este ano a aposta foi outra.
O choque parece ter sido a aposta para 2011: as conjugações de cores (o fundo amarelo com as letras vermelhas é o melhor exemplo) e os desenhos a conferirem segundos sentidos acabam por deixar o conteúdo das frases para um plano secundário.
Quanto à minha opinião é simples: estas frases são menos marcantes que as do ano passado. Mas não me parecem menos válidas. Um cartaz no estilo do ano passado com a frase (deste ano) "Queima: Faz a tua" parece-me um cartaz apelativo. Um cartaz que, como acontece, associa à frase o Bob Marley remete para o segundo significado relacionado com a droga.
O mesmo para o cartaz com o Michael Jackson e a frase relacionada com o escândalo da pedofilia: "A Queima não é para meninos". Ou mesmo a belíssima frase "Traz um amigo também", onde era desnecessária a politização que lhe é colada com a imagem do grande Zeca Afonso.
Posso ser eu o careta. Mas continuo a ser fã da simplicidade: branco no preto e com frases fortes. Acho que a aposta no choque e nos segundos sentidos acabaram por tornar uma campanha que seria positiva numa campanha em que as piadas de mau gosto imperam.
PS: A propósito da Queima convém ainda dar os parabéns pela dinamização do seu Facebook oficial durante este ano. Foi, sem dúvida, uma mais-valia e uma animação nesta preparação para a grande semana. Ah... e parabéns também pela grande quantidade de actividades (e dos seus cartazes) promovidas. Nota-se a evolução na organização de ano para ano!