O título é só para chamar a atenção. E também porque são as única palavras que são ditas durante o anúncio da vodafone. No outro dia, esperava eu que a biblioteca abrisse, e li esta crónica do Eduardo Cintra Torres no Negócios. E dei por mim a rir sozinho, no bar, a imaginar o anúncio que só vi quando a biblioteca abriu e tive acesso a internet. Deixo-vos o excerto que me interessa e o link para o artigo completo (e o vídeo, claro). Até já!
"O "spot" da Vodafone conta a história da Carochinha: o menino em corpo
de adulto põe uma caixinha e um telemóvel com a câmara ligada na coleira
do cão e manda-o ter com a namorada, que está a trabalhar (ele não). O
cãozinho lá vai, valente, pelas ruas e de autocarro. Entra no "open
space" onde trabalha a menina em corpo de adulta e ela recebe o
presente, que é um anel de noivado. Então ela diz para a câmara, onde se
vê o menino de barbas em corpo de adulto: "amo-te". E ele responde lá
donde está: "Eu sei". Fim.
As melhores histórias podem ser totalmente inverosímeis; esta falha ao tentar manter alguma verosimilhança. A narrativa está sobrecarregada: a preparação do cão, a viagem do cão, o cão chegando ao escritório, o desenlace — tanta coisa que apetece interrogar a narrativa, o que não aconteceria se fosse apenas inverosímil e divertida. Por exemplo: ela não tem telemóvel? O barbas, já que não trabalha, não podia ter ido ao escritório da menina em corpo de adulta? É romântico receber um anel no meio dos colegas de trabalho e transportado pelo cão? Se calhar é, eu é que já não sei. Ou se calhar não é noivado, é um namoro. Ou não é nada — e isto não passa de um anúncio pateta. Mas o cão é querido. A narrativa a mais serve para mostrar o serviço vídeo, coisa que se mostraria em dois segundos para o público-alvo. E a ideia do cão com câmara já a vi numa campanha de "reality advertising" feita em Estocolmo."
As melhores histórias podem ser totalmente inverosímeis; esta falha ao tentar manter alguma verosimilhança. A narrativa está sobrecarregada: a preparação do cão, a viagem do cão, o cão chegando ao escritório, o desenlace — tanta coisa que apetece interrogar a narrativa, o que não aconteceria se fosse apenas inverosímil e divertida. Por exemplo: ela não tem telemóvel? O barbas, já que não trabalha, não podia ter ido ao escritório da menina em corpo de adulta? É romântico receber um anel no meio dos colegas de trabalho e transportado pelo cão? Se calhar é, eu é que já não sei. Ou se calhar não é noivado, é um namoro. Ou não é nada — e isto não passa de um anúncio pateta. Mas o cão é querido. A narrativa a mais serve para mostrar o serviço vídeo, coisa que se mostraria em dois segundos para o público-alvo. E a ideia do cão com câmara já a vi numa campanha de "reality advertising" feita em Estocolmo."