sexta-feira, 25 de maio de 2012

"Amo-te. Eu sei"

O título é só para chamar a atenção. E também porque são as única palavras que são ditas durante o anúncio da vodafone. No outro dia, esperava eu que a biblioteca abrisse, e li esta crónica do Eduardo Cintra Torres no Negócios. E dei por mim a rir sozinho, no bar, a imaginar o anúncio que só vi quando a biblioteca abriu e tive acesso a internet. Deixo-vos o excerto que me interessa e o link para o artigo completo (e o vídeo, claro). Até já!

"O "spot" da Vodafone conta a história da Carochinha: o menino em corpo de adulto põe uma caixinha e um telemóvel com a câmara ligada na coleira do cão e manda-o ter com a namorada, que está a trabalhar (ele não). O cãozinho lá vai, valente, pelas ruas e de autocarro. Entra no "open space" onde trabalha a menina em corpo de adulta e ela recebe o presente, que é um anel de noivado. Então ela diz para a câmara, onde se vê o menino de barbas em corpo de adulto: "amo-te". E ele responde lá donde está: "Eu sei". Fim.

As melhores histórias podem ser totalmente inverosímeis; esta falha ao tentar manter alguma verosimilhança. A narrativa está sobrecarregada: a preparação do cão, a viagem do cão, o cão chegando ao escritório, o desenlace — tanta coisa que apetece interrogar a narrativa, o que não aconteceria se fosse apenas inverosímil e divertida. Por exemplo: ela não tem telemóvel? O barbas, já que não trabalha, não podia ter ido ao escritório da menina em corpo de adulta? É romântico receber um anel no meio dos colegas de trabalho e transportado pelo cão? Se calhar é, eu é que já não sei. Ou se calhar não é noivado, é um namoro. Ou não é nada — e isto não passa de um anúncio pateta. Mas o cão é querido. A narrativa a mais serve para mostrar o serviço vídeo, coisa que se mostraria em dois segundos para o público-alvo. E a ideia do cão com câmara já a vi numa campanha de "reality advertising" feita em Estocolmo."

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Momentos de uma vida... agora em palavras!

Dia 20 de Maio de 2012. É esta a data que me vai ficar marcada na memória...

Andava desesperado por não conseguir arranjar bilhete. O bom senso aconselhava a que ficasse em casa a acabar os trabalhos que tinha (e tenho) para entregar. Sob o velho lema de que um dia me arrependerei muito mais do que deixei por fazer do que daquilo que fiz, comprei bilhete para o Jamor e pus mãos à obra.

Estive a trabalhar a semana toda. A recta final foi desde Sábado às 14h30min até Domingo às 7h20 da manhã, só com pausa para a final da Champions. Fui de directa para Coimbra apanhar um autocarro que deveria sair às 8h mas que só saiu às 10h. Fui com uma única pessoa conhecida numa viagem que demorou 3h e 45 minutos (e que deveria durar apenas duas horas). Fui sem nada para comer, porque não tive tempo de preparar o que quer que fosse, tal era o medo de perder o autocarro. Fui cansado, estoirado...

Fui de capa e batina ao Jamor e disse, antes do jogo, que ia porque daqui a uns anos não suportaria dizer aos meus filhos que em 2012, quando a Briosa fora à final, eu ficara a estudar Marketing de Serviços e Metodologias de Investigação. Fui porque tinha uma certa fé na Académica (e, confesso, na falta de capacidade do adversário).

Foi um sacrifício enorme que ainda antes de entrar no estádio já tinha valido a pena. Cheguei a dizê-lo a alguém: "com ou sem taça... esta já ninguém me tira!". Mal eu sonhava que o melhor estava para vir.

O resto da história todos conhecem: David Simão faz um passe genial, Diogo Valente cruza de maneira fantástica e Marinho faz um cabeceamento certeiro (que se fosse feito pelo Edinho certamente lhe valeria um nariz partido). Angústia nos últimos 20 minutos, onde em cada minuto tirava 20 vezes o telemóvel do bolso para ver as horas - pois, é que o Jamor não tem placar electrónico! Nervosismo em cada jogada de ataque dos lagartos. Festejos em cada bola fora, em cada defesa, em cada segundo passado. Apito final. Festa. Entrega da taça. Festa. Eferreá. Festa. Coimbra do Choupal. Festa. Autocarro. Festa no autocarro. Coimbra. Festa em Coimbra.

Não era momento para parar. Quem faz uma directa sem saber se vai ganhar... depois de ganhar tem de festejar. Era o mínimo. Às 5h da manhã cheguei à cama. Cansado. Feliz. Muito Feliz.

Acordei às 9h, ainda a cantar, para ir entregar o trabalho de Marketing de Serviços. E aguentei-me heroicamente nas aulas até às 20h. Agora vou jogar futebol... parece que vai haver festa!


domingo, 13 de maio de 2012

Quem com ferros mata...

Sem palavras. O que aconteceu hoje em Manchester foi épico.

Ao fazer um esforço de memória só me lembro de um momento semelhante: final da Champions League entre Manchester United e Bayern de Munich. Aos 90 minutos o Bayern vencia por 1 a 0. Nos descontos o United marca dois golos e é campeão europeu.

Hoje, em Manchester, United e City partiam para a última jornada com os mesmos pontos. Se o City ganhasse era campeão. Até começou a ganhar mas na segunda parte o QPR (que jogava com o City) virou o jogo, mesmo com um jogador expulso. Já se fazia a festa no outro campo, onde jogavam United e Sunderland.

Aos 93 minutos acabou o jogo do United, com uma vitória, no mesmo segundo em que o City empatava o seu jogo. Ainda assim, quando acabou o primeiro jogo o United era virtualmente campeão. Acontece que no jogo do City tinham sido dados 5 minutos de compensação - mais dois do que no outro jogo. E eis que, finalmente, praticamente a acabar o jogo o City marca novamente.

A mudança de estado de espírito nos dois estádios foi chocante, tremenda. Os adeptos do City invadiam o campo enquanto que os do United aplaudiam o esforço dos jogadores em lágrimas. Absolutamente incrível o que se passou hoje.

Morreu hoje o United com os mesmo ferros com que tinha matado há uns anos o Bayern... e eu não consegui evitar um arrepio quando o City marcou, mesmo estando a vivê-lo com a distância de dois clubes que pouco ou nada me dizem. 

Arrepiante, épico, inesquecível.

Aplaudamos.

De pé!

sábado, 12 de maio de 2012

O fim de um ciclo

Ao longo do tempo foram mais as vezes em que me arrependi de não ter escrito do que de tê-lo feito. Há momentos que não se conseguem explicar, mas diz-me a experiência que a forma mais próxima que tenho de os poder reviver no futuro é, acima de tudo, através da palavra escrita. Escrevo, portanto, para quem quiser ler mas, acima de tudo, para mim.

Há um ano despedia-me da Queima de Coimbra. Achava eu que ia ser a minha última. Quis a vida que assim não fosse. Acabei por ficar e o que aconteceu durante este ano foi absolutamente marcante. Dizia no início da minha festa preferida que já me tinha despedido da cidade no ano passado e que, portanto, não a ia viver este ano de forma tão intensa. Pois bem, enganei-me.

Enganei-me porque pela primeira vez em quatro anos de Gestão senti uma ligação fantástica com os colegas dos outros anos do curso. Enganei-me porque aceitei o desafio de um grupo de miúdos fantásticos para organizar uma festa durante a Queima, mesmo sabendo que o cansaço extremo me deitaria abaixo. Enganei-me porque voltaram os meus primeiros buddies, que não via há um ano, e porque cá tive os actuais - a armada espanhola e as amigas polacas. Enganei-me porque vieram alguns dos meus melhores amigos do Brasil que não via há quase dois anos. Enganei-me porque a ligação com os amigos de sempre se fortaleceu imenso ao longo deste ano. Enganei-me porque mesmo os que não puderam cá estar sempre fizeram pelo menos uma visita.

Descobri, no final, que me enganei porque na última Queima não me tinha despedido da cidade. Quando acabou a música e nos puseram fora do parque não consegui evitar, creio que pela primeira vez com tanta emoção, que as lágrimas me corressem pela cara. Ainda hoje mais algumas estiveram ao canto do olho.

É um ciclo que se fecha.
É por ele que choro.
E só choro por algo que vale (muito) a pena.

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