domingo, 1 de janeiro de 2012

Balanço


Foi o tempo que perdeste com tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.

Antoine De Saint-Exupery "O Princepezinho"


Brrrrrrrrr.... que arrepio me dá a palavra balanço numa altura em que ando a fazer o trabalho de finanças e tenho de analisar uma data de Balanços de diferentes empresas. Mas não, o texto não é sobre isso. Não é, tão pouco, uma avaliação do ano de 2011. É algo bem mais simples...
Hoje dei por mim a pensar que este ano o Natal e a Passagem de Ano tinham sido especiais. Se a primeira das festas sempre teve para mim uma certa magia, a segunda nunca me disse nada. Acontece, porém, que já há uns anos a magia do Natal se vem perdendo um bocadinho. Primeiro com a descoberta da inexistência do senhor das barbas, depois pela ausência de algumas pessoas insubstituíveis.
Mas hoje, quando acordei, comecei a pensar o que se teria passado este ano para que eu tivesse voltado sentir a magia de outros tempos - e para que a tivesse sentido também na passagem de ano. Acho que descobri o que se passou: o ano foi duro, os próximos serão tão duros ou ainda mais. Houve um esforço grande para a contenção de despesas, com prendas mais baratas e personalizadas no Natal, com um grupo mais pequeno e uma festa mais caseira na passagem de ano.
O tempo que perdi com as prendas, o tempo que perderam com as minhas, o tempo que perdi a (des)organizar a passagem de ano foi, paradoxalmente, tempo ganho.
Foi, portanto, a união e o esforço que esta malfadada crise exigiram que tornaram esta época tão especial, depois do encanto que tinha vindo a perder nos últimos anos. O próximo ano terá muito de mau em termos económicos. Mas se conseguirmos manter esta união, esta força, esta criatividade para fazer mais com menos... então acredito que tudo isto valerá a pena.
Fica, portanto, o agradecimento a todos os que me fizeram perder tempo ganhando-o. Foram eles que devolveram a magia a esta época tão especial...

1 comentário:

Titi disse...

Eu não sei se tem a ver com a crise e com a falta de dinheiro ou não. Se o tem ainda bem que assim é.


Ao menos esta crise traz coisas boas. Algumas apenas na parte económica e empresarial, onde se aprende a rentabilizar e valorizar o que se tem, aprendendo a fazer muito mais com muito menos.

Outras na vertente pessoal, onde valorizamos mais uma prenda com um maior valor sentimental que monetário. Uma prenda que nos faz rir e que nos recorda um certo momento, do que uma prenda que faz com que quem a nos deu passe muitos momentos a contar os tostões.

A minha opinião é que essas coisas não vieram propriamente com a crise. Acho mais que foi a idade que as trouxe. Cada vez mais apreciamos mais um convívio entre aqueles nossos grandes amigos e isso não tem nada a ver com a crise.

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