sexta-feira, 23 de julho de 2010

Porque merece referência...

... quando um dos nossos consegue assinar por uma equipa da primeira liga. Foi o primeiro "dos nossos" a consegui-lo. Parabéns Grilo!

"Académica: Paulo Grilo assinou contrato de profissional

O jovem Paulo Grilo, ex-capitão dos juniores, assinou esta sexta-feira um contrato profissional de três épocas com a Académica. O médio, que também pode jogar como lateral-esquerdo, é uma aposta do treinador Jorge Costa para a nova temporada e vai usar o número 13 da «Briosa». "

Notícia do Maisfutebol.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O título da semana...

Disse que ia interromper o tema futebol mas desta vez não resisti. O título até é sobre um jogador do Benfica e num jornal que não interessa a ninguém. Mas lá que tem piada tem...

Para quem não sabe - será que ainda alguém não sabe?! - o Roberto, novo guarda-redes do Benfica e oitavo mais caro da história do futebol sofreu 9 golos em 4 jogos sendo 4 (ou 5) deles... frangos! Uns mais monumentais, outros menos. Mas isso tem sido o assunto do dia em toda a imprensa desportiva.

Ora hoje entro eu na página d'O Jogo e qual é o título que vejo?
Das luvas não é...
Explicação: o Roberto no final do estágio na Suíça decidiu trocar de luvas para tentar acabar com os frangos. Mas no jogo com o Vitória, já com as luvas novas, sofreu mais dois frangos. Realmente a questão dos velhinhos Jardel e Guaraná volta à actualidade:
Porque será?
PS: Isto tem andado muito parado porque ando com muito pouco tempo para me despedir de todas as pessoas de quem me queria despedir. Para quem não sabe parto já no Sábado de manhã para esta aventura, razão pela qual isto ficará (se nenhum selvagem se dignar a dar-lhe vida) em hibernação até que eu consiga ter net na minha nova casa.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Acabou.

 
Acabou o Mundial. Acabaram, por isso, os concursos e o mês mais futebolístico da história do VaiPaSelva.

Resta-nos, agora, esperar mais quatro anos para viver outro mês como este. Fica um vídeo que deixa saudades...

[E a Kikas, a B, o Asus e tantos outros que não gostam de futebol (ou que pelo menos não acompanham tanto como nós)... festejem! Vão voltar os posts de sempre... mas só depois dos exames! ;) ]

terça-feira, 13 de julho de 2010

Quem adivinhou?


Alguém me sabe dizer sem fazer as contas quem seria o campeão caso se contasse apenas o facto de acertar em quem ganhava (ou empatava)?

Se o sistema de pontuação fosse:
Resultado: Espanha 1 - 0 Alemanha
Vitória da Espanha - 1 ponto
Derrota ou empate da Espanha - 0 pontos

Isto é uma mera curiosidade, até porque as tácticas variaram muito consoante a tabela classificativa. Mas vejam lá se não ficam surpreendidos:
1º - Tshabalala - 27 pontos (em 47 apostas)
2º - Mau-r-à-dona - 24 pontos (em 48 apostas)
3º - Poulsen - 23 pontos (em 47 apostas)
3º - Tien 17 - 23 pontos (em 48 apostas)
3º - Argolinhas - 23 pontos (em 48 apostas)
6º - Tifon - 22 pontos (em 45 apostas)
7º - Kafka - 21 pontos (em 47 apostas)
7º - Lopes - 21 pontos (em 38 apostas)
7º - PB - 21 pontos (em 47 apostas)
10º - Pitt - 20 pontos (em 38 apostas)
10º - yaúca - 20 pontos (em 47 apostas)
12º - Titi - 18 pontos (em 42 apostas)
13º - Kapitão - 17 pontos (em 37 apostas)
14º - Pablito - 14 pontos (em 36 apostas)
15º - JB - 14 pontos (em 41 apostas)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Mister da Selva - Prémios


As regras deste jogo, bem como as suas apostas podem ser consultadas neste post e nos seus comentários.

Acontece que neste concurso o vencedor é... o mesmo. O Tien 17 faz a dobradinha selvagem e nem a penalização de 3 pontos lhe tira o primeiro lugar com uns fantásticos 21 pontos (acertou na classificação de Portugal e nos 1º e 3º classificados do Mundial). Mais uma vez muitos parabéns ao Tien 17, que aos 14 anos parece perceber mais de futebol do que estes selvagens todos e que pode, a partir de agora, usufruir do título de "Verdadeiro Mister da Selva"!

Em segundo lugar aparecem 2 habitantes da selva e um visitante: eu mesmo, o Ranhoca e o Tizé. Com as suas previsões conseguiram um total de 18 pontos. Qualquer um de nós é merecedor da Menção Honrosa "Dadgar".

Finalmente, em último lugar, aparece uma personagem bem conhecida dos selvagens. Uma vez que o JB decidiu não participar neste concurso, apareceu o Maldini para o substituir. Mesmo assim acho que este prémio consegue ser ainda mais escandaloso que o do JB: é que o Maldini conseguiu não acertar em RIGOROSAMENTE NADA! Não fez um único ponto. Sinto, assim, que poderias conseguir o mesmo feito do Luís Campos: descer duas equipas de divisão no mesmo ano.

É, por isso, com grande satisfação - por saber que está muito bem entregue - que concedo ao Maldini o título de "Luís Campos do VaiPaSelva"!

Classificação Final:
1º - Tien 17 - Total: 21 pontos
2º - Mau - Total: 18 pontos
2º - Ranhoca - Total: 18 pontos
2º - Tizé - Total: 18 pontos
5º - Tshabalala - Total: 14 pontos
6º - Titi - Total: 13 pontos
7º - Argolinhas - Total: 8 pontos
7º - Tifon - Total: 8 pontos
7º - Kafka - Total: 8 pontos
7º - Alfacinha - Total: 8 pontos
11º - MM - Total: 7 pontos
12º - Pitt - Total: 4 pontos
12º - Asus - Total: 4 pontos
14º - Kapitão - Total: 3 pontos
15º - Maldini - Total: 0 pontos

Note-se que a 3ª pergunta não entra nas contas pela simples razão de que NINGUÉM acertou no melhor jogador do Mundial 2010.

Mau - Total: 18 pontos
Pergunta 1: 14 pontos
Pergunta 2: 4 pontos

Tshabalala - Total: 14 pontos
Pergunta 1: 10 pontos
Pergunta 2: 4 pontos

Argolinhas - Total: 8 pontos
Pergunta 1: 8 pontos
Pergunta 2: 0 pontos

Pitt - Total: 4 pontos
Pergunta 1: 4 pontos
Pergunta 2: 0 pontos

Ranhoca - Total: 18 pontos
Pergunta 1: 18 pontos
Pergunta 2: 0 pontos

Asus - Total: 4 pontos
Pergunta 1: 4 pontos
Pergunta 2: 0 pontos

Maldini - Total: 0 pontos
Pergunta 1: 0 pontos
Pergunta 2: 0 pontos

Tifon - Total: 8 pontos
Pergunta 1: 10 pontos
Pergunta 2: 0 pontos
Penalização de 2 dias: - 2 pontos

Kafka - Total: 8 pontos
Pergunta 1: 8 pontos
Pergunta 2: 0 pontos
 
Tizé - Total: 18 pontos
Pergunta 1: 14 pontos
Pergunta 2: 4 pontos

Alfacinha - Total: 8 pontos
Pergunta 1: 4 pontos
Pergunta 2: 4 pontos

Kapitão - Total: 3 pontos
Pergunta 1: 4 pontos
Pergunta 2: 0 pontos
Penalização de 1 dia: - 1 ponto

MM - Total: 7 pontos
Pergunta 1: 8 pontos
Pergunta 2: 0 pontos
Penalização de 1 dia: - 1 ponto

Titi - Total: 13 pontos
Pergunta 1: 14 pontos
Pergunta 2: 0 pontos
Penalização de 1 dia: - 1 ponto

Tien 17 - Total: 21 pontos
Pergunta 1: 20 pontos
Pergunta 2: 4 pontos
Penalização de 3 dias: - 3 pontos

Previsões do Mundial - Classificação Final



Os títulos já foram festejados ontem. Sobra, por isso, muito pouco para dizer. Se o Tien 17 foi sempre dos melhores desde o início, a grande surpresa acaba por ser o Tshabalala. Com um discurso pessimista e assumindo-se desde o início como candidato ao Mestre Alves, optou por conseguir um honroso terceiro lugar - provavelmente por ter percebido que o JB não daria hipóteses aos restantes concorrentes.

Em jeito de despedida faço aqui uma pergunta por pura curiosidade: alguém adivinha quem foi o participante que acertou em mais vencedores dos jogos (ou seja, o primeiro classificado caso o concurso fosse simplesmente adivinhar quem ganhava o jogo)?

A resposta virá num próximo post.

Surgirão também, em breve, os resultados do outro concurso: o do Luís Campos do VaiPaSelva.

Para finalizar resta um agradecimento a todos os participantes por terem dado ainda mais emoção a este Mundial e mais vida a este blog. Que daqui a dois anos cá estejam novamente para ver se roubam o título ao Tien 17 (ou ao JB).

Classificação do dia:
Argolinhas - 3 pontos
Lopes - 3 pontos
PB - 3 ponto
Mau-r-à-dona - 1 ponto
Tshabalala - 1 ponto
Yaúca - 1 ponto
Titi - 1 ponto
Poulsen - 1 ponto
Kapitão - 0 pontos
Tien 17 - 0 pontos
Kafka - 0 pontos

Classificação Final (entre parênteses a classificação anterior):
1º - (1º) - Tien 17 - 40 pontos (em 48 apostas)
2º - (2º) - Argolinhas - 39 pontos (em 48 apostas)
3º - (3º) - Tshabalala - 34 pontos (em 47 apostas)
3º - (3º) - Mau-r-à-dona - 34 pontos (em 48 apostas)
5º - (5º) - Poulsen - 33 pontos (em 47 apostas) 
6º - (5º) - Pitt - 32 pontos (em 38 apostas)
6º - (5º) - Tifon - 32 pontos (em 45 apostas)
8º - (10º) - Lopes - 31 pontos (em 38 apostas) 
8º - (10º) - PB - 31 pontos (em 47 apostas)
10º - (8º) - yaúca - 30 pontos (em 47 apostas)
11º - (10º) - Titi - 29 pontos (em 42 apostas)
12º - (10º) - Kafka - 28 pontos (em 47 apostas)
13º - (13º) - Kapitão - 25 pontos (em 37 apostas)
14º - (14º) - Pablito - 23 pontos (em 36 apostas)
15º - (antes, agora e sempre em 15º) - JB - 14 pontos (em 41 apostas)

Resumo de um Mundial


A história deste Mundial resume-se a duas meias-surpresas, uma surpresa completa e uma confirmação absoluta.

As duas meias-surpresas são a Alemanha e a Holanda.

A Alemanha nunca pode ser uma surpresa completa. Não só pela história que tem, mas também pela célebre frase: "O futebol são 11 contra 11 e no fim ganha a Alemanha". Mas, provavelmente, quem olhasse para a sua equipa no início do Mundial preveria um fracasso. Ainda para mais com a lesão de Ballack. 

Acontece que apareceram jogadores com quem ninguém contava: o eterno Klose, o fabuloso Schweinsteiger e os miúdos Khedira, Ozil e Muller. Ao contrário do que se esperava apareceu a Alemanha a praticar um futebol vistoso e agradável. Demolidor, até, em vários jogos. Decidiu mudar a estratégia nas meias-finais (o próprio Joachim Löw o admitiu) e acabou por dar-se mal. Sai, ainda assim, em grande.

A Holanda, outra meia-surpresa, apareceu guiada por Robben e Sneijder. Sem nunca ter praticado um futebol empolgante, conseguiu chegar à final tendo afastado apenas uma grande equipa: o Brasil. Haverá quem ache que uma selecção que conta com jogadores como Van Persie, Robben, Sneijder ou Van Bommel só poderá ser meia-surpresa para quem não percebe nada de futebol. Desengane-se. O talento desses jogadores era algo tão evidente como evidente era a falta de qualidade da sua defesa. Conseguiu, apesar disso, fazer história e chegar à sua terceira final de Mundiais... perdida.

A grande surpresa da prova é, logicamente, o Uruguai. Por vezes, na brincadeira, comentava que esta selecção jogava com um guarda-redes, seis "maxis pereiras", Cavani, Suarez e, claro, o enorme Diego Forlán. 

O guarda-redes teve ontem uma noite desastrosa que lhe deu cabo da imagem. Os seis Maxis, assim chamados por serem autênticos sósias do lateral direito do Benfica, foram essenciais: seis operários que metem a cabeça onde ninguém no seu perfeito juízo mete um pé que parecem acreditar mesmo que mais vale quebrar que torcer. Chamo-lhes Maxis mas sei de cor os nomes de cada um deles. E ainda dos centrais que entraram quando o Lugano e o Godín não puderam jogar. Têm esse mérito de, com o seu espírito de equipa e de trabalho terem conseguido que todos os adeptos os ficassem a conhecer um a um. Até porque na frente o Cavani e o Suárez estiveram muito bem...

E porque houve um jogador, que acaba de ganhar o prémio de melhor do Mundial 2010, que fez sempre a diferença. O seu nome é Diego Forlán e, digo eu, é um justíssimo vencedor.
Finalmente, a Espanha. Sei que estou em Portugal. Sei que há esse ódio aos espanhóis e que o facto de termos sido eliminados por eles custa a muita gente. Talvez por isso prefiram dizer que a Espanha foi a equipa mais beneficiada do Mundial, que passou com "leitinho"... e esquecem-se de dizer que foi a melhor equipa. Que soube erguer-se depois de uma entrada na qual tudo foi posto em causa. Que conseguiu triunfar apesar de ter dois dos seus melhores jogadores debilitados fisicamente (Torres e Fabregas).

Em suma, ganhou a equipa que tem os melhores jogadores e a melhor equipa. Que praticou o melhor futebol. E tudo o que a mentalidade pequenina portuguesa destaca são os erros da arbitragem...

Dois parênteses:
1) Até hoje, num jogo em que há uma entrada do De Jong em que não podem haver duas interpretações dizem que a Espanha foi ajudada. Tudo o resto é subjectivo. Podia ser fora-de-jogo, podia não ser. Podia ser penalti, podia não ser. Podia ser amarelo, podia ser vermelho, podia não ser nada. Portanto, erro erro é este:


2) Parabéns! E... "que grande es ese capitán!"

sábado, 10 de julho de 2010

Previsões do Mundial - Dia 10

 

Temos já assegurado o vencedor do prémio "Se-tivesse-apostado-dinheiro-estava-rico". O vencedor é o Tien 17, chega à vitória a uma jornada do final e é o mais jovem participante: começou o torneio com 13 anos e acabou-o com 14.

Para quem não sabe, o Tien 17 é o meu irmão. Uma vez que o regulamento não previa restrições à entrada no concurso de menores de 18 anos, ele aproveitou e participou. Uma vez que é meu irmão sinto-me, ao mesmo tempo, satisfeito e insatisfeito por esta vitória:
insatisfeito porque, como é natural, um irmão mais velho nunca fica contente com o êxito do mais novo;
satisfeito, porque acho que posso meter o puto a render numa casa de apostas!

Como vêem nem tudo é mau. Despeço-me com o orgulho por ele ser meu irmão. Desenganem-se: não me sinto orgulhoso por ele ter ganho. Mas já ouviram a música do post? 

Foi escolhida pelo novo campeão. Quando se pede a alguém com uma tenra idade que escolha a música da sua vitória e a resposta é: "O Ser Benfiquista!"... fica logo a certeza de que o nosso dever está cumprido. Está feito um Homem, este miúdo. Tenho a certeza que perante tal acto de grandeza nem o argolinhas se importa de ter perdido o primeiro lugar! [E VIVA O DAVID LUIZ QUE FICA MAIS UM ANO!!!]

Classificação do dia:
Tien 17 - 1 ponto
Mau-r-à-dona - 1 ponto
Tshabalala - 1 ponto
Pitt - 1 ponto
Yaúca - 1 ponto
Kafka - 1 ponto
 Lopes - 1 ponto
PB - 1 ponto
Titi - 1 ponto
Argolinhas - 1 ponto

Classificação geral (entre parênteses a classificação anterior):
1º - (antes, agora e até ao próximo Europeu em 1º) - Tien 17 - 40 pontos (em 47 apostas)
2º - (2º) - Argolinhas - 36 pontos (em 47 apostas)
3º - (3º) - Tshabalala - 33 pontos (em 46 apostas)
3º - (3º) - Mau-r-à-dona - 33 pontos (em 47 apostas)
5º - (7º) - Pitt - 32 pontos (em 38 apostas)
5º - (3º) - Tifon - 32 pontos (em 45 apostas)
5º - (3º) - Poulsen - 32 pontos (em 46 apostas)
8º - (8º) - yaúca - 29 pontos (em 46 apostas)
10º - (10º) - Lopes - 28 pontos (em 37 apostas)
10º - (9º) - Titi - 28 pontos (em 41 apostas)
10º - (10º) - Kafka - 28 pontos (em 46 apostas)
10º - (10º) - PB - 28 pontos (em 46 apostas)
13º - (13º) - Kapitão - 25 pontos (em 36 apostas)
14º - (14º) - Pablito - 23 pontos (em 36 apostas)
15º - (antes, agora e sempre em 15º) - JB - 14 pontos (em 41 apostas)

Previsão para amanhã:
Espanha - Holanda, 19h30

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Previsões para amanhã?

Previsão para amanhã:
Uruguai - Alemanha, 19h30

Classificação geral (entre parênteses a classificação anterior):
1º - (antes em 1º) - Tien 17 - 39 pontos (em 46 apostas)
2º - (2º) - Argolinhas - 35 pontos (em 46 apostas)
3º - (3º) - Tifon - 32 pontos (em 45 apostas)
3º - (5º) - Tshabalala - 32 pontos (em 45 apostas)
3º - (5º) - Mau-r-à-dona - 32 pontos (em 46 apostas)
3º - (3º) - Poulsen - 32 pontos (em 46 apostas)
7º - (7º) - Pitt - 31 pontos (em 37 apostas)
8º - (10º) - yaúca - 28 pontos (em 45 apostas)
9º - (8º) - Titi - 27 pontos (em 40 apostas)
10º - (10º) - Lopes - 27 pontos (em 36 apostas)
10º - (10º) - Kafka - 27 pontos (em 45 apostas)
10º - (10º) - PB - 27 pontos (em 45 apostas)
13º - (13º) - Kapitão - 25 pontos (em 36 apostas)
14º - (14º) - Pablito - 23 pontos (em 36 apostas)
15º - (antes, agora e sempre em 15º) - JB - 14 pontos (em 41 apostas)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O lado romântico do jogo

Como sabem sou adepto do futebol espectáculo. Sou adepto desta Espanha, deste Barcelona, desta Argentina, da Alemanha que vi jogar neste Mundial - até ontem...

É por isso que o jogo entre a Espanha e a Alemanha foi uma desilusão. Isto porque a Mannschaft mudou radicalmente o estilo de jogo que tinha aplicado até aqui. Por isso e porque gosto imenso de nuestros hermanos, torci pela Espanha. Fiquei feliz... mas desiludido com a traição alemã ao estilo que todos lhe elogiavam.

Sempre disse que preferia sair do jogo a sentir que jogava bem e apanhar quatro secos do que perder pela diferença mínima com o autocarro lá atrás. A Espanha tem ganho (quase) sempre pela diferença mínima. Mas isso acontece precisamente porque todas as equipas que a defrontaram - à excepção do Chile - jogaram de autocarro. E, supremo castigo, perderam por um golo e foram afastadas da prova...

Bem sei que muito poucos (ou nenhuns) selvagens partilham a minha opinião. Não adianta discuti-lo ainda mais. Mas ainda assim fiquei feliz por ver que há mais gente a pensar como eu. Note-se que reprovo as manifestações de violência no regresso das selecções. As pessoas tendem a esquecer-se que isto é só um jogo.

Mas, ainda assim, isto faz-me acreditar que há muita gente que partilha a minha opinião. E, por ser para o bem do futebol, isso deixa-me feliz...

Não entendem o que eu digo? Então vejam as recepções ao Brasil e à Argentina. Tal como sempre defendi acho mais admirável sair de um jogo a apanhar 4 a 0 mas mantendo-nos fiéis ao nosso estilo de jogo do que perder pela diferença mínima e ir na mesma para casa. Eu, tal como os brasileiros e os argentinos...

A chegada do Brasil, que perdeu por 2 a 1 com uma grande Holanda - não são as imagens mais impressionantes, mas a ideia é mostrar a contestação:
 

A chegada da Argentina, que perdeu por 4 a 0 com uma grande Alemanha:


O sonho e a responsabilidade de voltarem com o caneco era semelhante. No Brasil, como na Argentina, as cenas de violência são uma constante no que toca a futebol. O que diferencia então as recepções?
Eu respondo: Maradona jogou ao ataque, manteve-se fiel ao seu estilo e apostou nos artistas. Dunga apostou em jogadores disciplinados, montou uma equipa musculada e sem os artistas de outrora.
Por isso digo e re-digo: preferia ter apanhado 4 da Espanha nos oitavos a ter saído como saí. Preferia que Portugal mantivesse a imagem do futebol agradável e vistoso, mesmo que ineficaz a que saísse com a imagem da Grécia. Talvez seja só eu... mas Portugal também é um país especial. Em que outro país podemos ver um "artista" destes que vai esperar os jogadores ao aeroporto com um megafone só para poder insultar o Queiroz com maior volume?

(Veja-se 1min e 31seg do vídeo seguinte - se repararem a voz do artista é nítida logo desde o início):

 

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Previsões do Mundial - Dia 7

Previsão do dia 7:
Espanha - Alemanha

Antes de mais queria agradecer ao polvo, que nunca me falhou. Agora, a dois jogos do fim, o título parece estar mesmo destinado ao Tien 17. Hoje afastou matematicamente mais 5 concorrentes ao título. Sobra o Argolinhas que hoje perdeu terreno e ficou a 4 pontos. O suspense vai permanecer pelo menos até Sábado. Ah... e VIVA LA ESPAÑA!

Classificação do dia:
Tien 17 - 1 ponto
Mau-r-à-dona - 1 ponto
Tshabalala - 1 ponto
Pitt - 1 ponto
Yaúca - 1 ponto
Kafka - 0 pontos
Kapitão - 0 pontos
Tifon - 0 pontos
Lopes - 0 pontos
Poulsen - 0 pontos
PB - 0 pontos
Titi - 0 pontos
Argolinhas - 0 pontos

Classificação geral (entre parênteses a classificação anterior):
1º - (antes em 1º) - Tien 17 - 39 pontos (em 46 apostas)
2º - (2º) - Argolinhas - 35 pontos (em 46 apostas)
3º - (3º) - Tifon - 32 pontos (em 45 apostas)
3º - (5º) - Tshabalala - 32 pontos (em 45 apostas)
3º - (5º) - Mau-r-à-dona - 32 pontos (em 46 apostas)
3º - (3º) - Poulsen - 32 pontos (em 46 apostas)
7º - (7º) - Pitt - 31 pontos (em 37 apostas)
8º - (10º) - yaúca - 28 pontos (em 45 apostas)
9º - (8º) - Titi - 27 pontos (em 40 apostas)
10º - (10º) - Lopes - 27 pontos (em 36 apostas)
10º - (10º) - Kafka - 27 pontos (em 45 apostas)
10º - (10º) - PB - 27 pontos (em 45 apostas)
13º - (13º) - Kapitão - 25 pontos (em 36 apostas)
14º - (14º) - Pablito - 23 pontos (em 36 apostas)
15º - (antes, agora e sempre em 15º) - JB - 14 pontos (em 41 apostas)


Previsões do Mundial - Dia 6


Hoje há dois pontos a destacar:
O primeiro prende-se com o JB - o elemento com maior destaque desde o início. Há que dar os parabéns ao "fenómeno" JB que assegura matematicamente o prémio Mestre Alves a 3 jornadas do fim! Muitos parabéns, JB!
O segundo destaque vai direitinho para o Kafka. Porquê? Vejam o comentário:


"uruguai 1 - 3 holanda

desculpa maxi

KAFKA
6 de Julho de 2010 01:07"

Ontem, o jogo estava em 3 a 1. Bola para Maxi Pereira que puxa para o pé esquerdo, remata... 3 a 2!!! A mim ninguém me convence que o Maxi não gritou:
"DESCULPA, KAFKA!"

Classificação do dia:
Argolinhas - 1 pontos
Tshabalala - 1 pontos
Pitt - 1 pontos
Kafka - 1 pontos
Kapitão - 1 ponto
Tien 17 - 1 ponto
Mau-r-à-dona - 1 ponto
Tifon - 1 ponto
Lopes - 1 ponto
Poulsen - 1 ponto
PB - 1 pontos
Titi - 0 ponto
JB - 0 pontos

Classificação geral (entre parênteses a classificação anterior):
1º - (antes em 1º) - Tien 17 - 38 pontos (em 45 apostas)
2º - (2º) - Argolinhas - 35 pontos (em 45 apostas)
3º - (3º) - Tifon - 32 pontos (em 44 apostas)
3º - (3º) - Poulsen - 32 pontos (em 45 apostas)
5º - (5º) - Tshabalala - 31 pontos (em 44 apostas)
5º - (5º) - Mau-r-à-dona - 31 pontos (em 45 apostas)
7º - (7º) - Pitt - 30 pontos (em 36 apostas)
8º - (8º) - Titi - 27 pontos (em 39 apostas)
10º - (10º) - Lopes - 27 pontos (em 35 apostas)
10º - (8º) - yaúca - 27 pontos (em 44 apostas)
10º - (10º) - Kafka - 27 pontos (em 44 apostas)
10º - (10º) - PB - 27 pontos (em 44 apostas)
13º - (13º) - Kapitão - 25 pontos (em 35 apostas)
14º - (14º) - Pablito - 23 pontos (em 36 apostas)
15º - (antes, agora e sempre em 15º) - JB - 14 pontos (em 41 apostas)

Previsão para dia 7:
Espanha - Alemanha, 19h30

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Previsões para amanhã?

Classificação geral (entre parênteses a classificação anterior):
1º - (antes em 1º) - Tien 17 - 37 pontos (em 44 apostas)
2º - (2º) - Argolinhas - 34 pontos (em 44 apostas)
3º - (3º) - Tifon - 31 pontos (em 43 apostas)
3º - (3º) - Poulsen - 31 pontos (em 44 apostas)
5º - (6º) - Tshabalala - 30 pontos (em 43 apostas)
5º - (5º) - Mau-r-à-dona - 30 pontos (em 44 apostas)
7º - (7º) - Pitt - 29 pontos (em 35 apostas)
8º - (8º) - Titi - 27 pontos (em 38 apostas)
8º - (8º) - yaúca - 27 pontos (em 44 apostas)
10º - (11º) - Lopes - 26 pontos (em 34 apostas)
10º - (13º) - Kafka - 26 pontos (em 43 apostas)
10º - (8º) - PB - 26 pontos (em 43 apostas)
13º - (12º) - Kapitão - 24 pontos (em 34 apostas)
14º - (13º) - Pablito - 23 pontos (em 36 apostas)
15º - (antes, agora e sempre em 15º) - JB - 14 pontos (em 40 apostas)

Previsão para dia 6:
Uruguai - Holanda, 19h30

domingo, 4 de julho de 2010

Mariana ou O guia perdido, por Beaujolais


Da boca de Mariana fluía o mundo. Uma torrente de mundo.

Por exemplo: os vinhos de Bordéus nasciam da boca madura de Mariana:
- Um dos melhores percursos é agarrar a estrada de Langon, para sudeste. Na altura das vindimas, quando a parra já se emborrachou de sol, o senhor vai conduzir através de umas cores quentes, umas cores de Van Gogh, enfim, de Gauguin, não interessa. (Já conhece Arles?). O verde enche-se de amarelo. O dia apenas tem os tons da tarde. Quase se pode cheirar o vinho, e ainda nem ele existe! É verdade, quase se pode cheirar o vinho, olhando esse amarelo que aquece as vinhas. Faz calor, mas é menos do verão do que das cores. Se for por Villenave d’Ornon, atravessará as vinhas de Cérons, Barsac, Loupiac e Sauternes, terras de brancos doces — além, claro , das vinhas de Graves, onde também produzem tintos. A maior parte dos Bordeaux são tintos, mas aproveite esse percurso para estacionar nos brancos doces. Eu prefiro os tintos — de qualquer parte —, mas os brancos doces têm uma elegância que justifica a despesa. (A propósito, vá preparado: em Bordéus não se paga apenas o vinho, mas também a fama. Há garrafas que são mais fama do que vinho, na verdade.) Experimente. São vinhos de ouro, entende?, com taninos de mel, tília e acácia. Escorregam bem com uma sobremesa ou com um queijo. Ou, se lhes der um pouco de frio, poderão fazer um aperitivo delicioso. Claro que você vai andar nos tintos a maior parte do tempo e da estrada. Para uma garrafeira, os Médoc e os Graves envelhecem muito bem. O Libournais também. Já provou Libournais? Mas isso fica noutra estrada. Se atravessar a Garonne pela N89…

Rolávamos através de Berlim
(Mariana é taxista),
sentido Alexanderplatz, sentido Nascente, sentido Leste, sentido História,
- Então o meu amigo quer ver o Muro? Vamos a Mühlen Strasse, esta é a melhor hora para apreciar os painéis dos artistas, embora não seja a melhor hora para fotografar, porque o sol está a cair a Ocidente e, naquela rua, a esta hora, o muro fica em contraluz, está a perceber?
Por exemplo: os perigos de Lahore apareciam na boca vermelha de Mariana:
- Não se fie nos polícias! Em toda a gente, menos na autoridade. Olhe que são os polícias mais corruptos do Paquistão. Pelo menos com turistas. Imagine a ciência daqueles tipos: você chega a um dos “hotéis” baratos da cidade velha — é onde os estrangeiros acabam todos por aterrar —, descarrega a mochila e o sono, pede um quarto e um duche e o rapaz da recepção estende-lhe uma chávena de chá, “grátis”, ou até duas, ou três. Quantas chávenas você quiser beber, você — que já vem moído e esfomeado de Nova Deli, porque, se não gostar de fritos nem de picantes, passou uma fome daquelas, para não falar na diarreia e nos percevejos no Ricky’s Inn, que é onde ficam os mochileiros mais encardidos do Ocidente. Simpático, isso do chá, não é? O problema é que o gajo, que está feito com a polícia, deitou um tranquilizante no seu chá e você cai redondo a dormir. Quando acorda, tem o quarto cheio de polícias de bigode e farda castanha, furiosos consigo, porque você é um drogado e veio para Lahore, para o Paquistão — para a “Terra dos Puros”, é isso que o nome quer dizer —, à procura de heroína barata, ou de coca, ou de outra pasta qualquer. Você começa a enlouquecer, tenta defender-se, explicar que nem sequer fuma um vulgar cigarro, mas eis que um agente encontra a prova do crime: um saquinho! Um saquinho de pó! Na sua mochila! O que está um saquinho de pó a fazer na sua mochila? Hum? Responda! Responde! Você vem de Peshawar? Vai para Peshawar? Onde fica Peshawar? A esta altura, você já levou um estalo. E depois outro! Você nem percebe de onde é e para onde ia. Eu explico, porque o tempo é precioso nesta situação: você caiu numa armadilha. Levam-no para a esquadra, fecham-no numa masmorra e, a menos que você pague a sua libertação, não sairá de lá tão depressa. Por isso, pague, pague o mais possível e o antes possível, pague o que lhe pedem antes de ir para a esquadra, porque quanto menos polícias tiver que “comprar”, e de menor patente, mais barato lhe fica. Lahore é uma cidade incrível — e não é pelo Museu Nacional, onde trabalhava o pai do Kipling . É pela fortaleza e pelas ruas estreitas da cidade velha. Pela mobília de cheiros nessas ruas. E pelas mesquitas. Ah, as mesquitas: a de Wazir Khan, uma pérola!, e a de Badshahi Masjid, do século XVII, imponente. Meu amigo: tenha cuidado com a polícia e veja bem onde fica instalado. Evite o bairro da estação. É mais barato mas é lá que a corja monta a ratoeira.

Ou, ainda um mero exemplo, a Ilha de Moçambique brilhava na boca doce de Mariana :
- Não sei se ele ainda é vivo, mas havia um padre, não me recordo… sim, o padre Lopes, na Ilha. Ele tinha uma casa perto da estátua do Camões, ou antes, entre o Camões e o Cine-Teatro Nina. Digo-lhe a si, meu amigo: não venha de lá sem ouvir o coro do padre Lopes. Você vai chorar, mesmo que não tenha fé, mesmo que não seja cristão, se for humano vai chorar. Peça um “pai-nosso” macua, assista à beleza das vozes, limpe a alma, se a estrada de Nampula tiver deixado alguma alma em si. Depois, vá lavar os olhos na água verde que está virada para o Ilhéu de Goa (dizem que, em certas noites, se pode ver o clarão das Comores). Não se esqueça de olhar por onde anda e por onde pisa: continuam a dar a essa praia, batida pelas correntes do Índico (séculos e séculos de correntes subterrâneas, de marés), pequenas contas coloridas, carregadas nos porões dos galeões das Índias. Há muitos galeões afundados ao largo da Ilha. Além das contas, os barcos carregavam escravos. São lindas, as contas coloridas. Fazem colares lindíssimos — os mais caros, os de tons azuis. Se quer acomodação com vista para o oceano, tem a Casa Branca, mesmo no largo do Camões. É limpa, barata, espartana, e, ainda assim, nobre — trata-se de um antigo sobrado colonial. Pergunte pela dona Flora. Diria que a Casa Branca é a melhor oferta da Ilha: bed&breakfast&silêncio. Para esquecer — na Ilha há sempre um momento para esquecer —, mude de costa, atravesse os arcos da Alfândega e entre no Relíquias. O gin é verdadeiro, os bolinhos de camarão apetitosos. Os piratas, as sereias e os mercenários que entram directamente da praia para a esplanada, são igualmente genuínos. A Pousada foi recuperada, sem grande gosto, mas come-se bem no restaurante — bom marisco, bom peixe, bom serviço. O senhor é do Sporting? Havia um Sporting na Ilha. Resta um leão partido, em alto-relevo, numa das paredes em ruínas do clube, ali ao lado da Pousada. Pode fazer campismo, do lado do continente, à entrada da ponte. Pergunte pela Lena. A Lena “Brasileira”.

Rolávamos através de Berlim, sentido, por exemplo, fronteira polaca, Frankfurt-no-Oder, sentido Varsóvia,
- Já esteve em Varsóvia? Não vale a pena ir lá, a não ser que se esteja interessado em mulheres. O “centro histórico” mete dó, a cidade foi arrasada na Segunda Guerra, entende? As mulheres são muito bonitas. Realmente são muito bonitas. Posso aconselhar-lhe uma menina, a Felicita, muito jovem mas de grande… maturidade, se me faço entender. Mas, se não quiser o meu conselho, basta escolher um dos folhetos e cartões de visita que, durante a noite, vão colocar-lhe no alto da porta, entalados no caixilho. Caem-lhe em cima, de cada vez que você abre a porta — digo, os folhetos.

Sentido Kaliningrado,
- Resta pouco para apreciar na cidade, mas reconstruíram a catedral alemã de Köenigsberg (era o nome da cidade antes de 1945, centro da Prússia Oriental que a Alemanha perdeu depois da guerra). É mais interessante, no entanto, o Museu Kant — o homem nasceu lá e está enterrado nos arredores da cidade — e o Museu do Âmbar.

Sentido, porventura, Moscovo,
- Recomendo-lhe vivamente os banhos de Sandunovskyie, nas vielas da parte Norte da cidade. São banhos do século XIX. Continuam segregados. O que me parece mais interessante é a possibilidade de qualquer cliente beber cerveja até cair, sem sair dos banhos de vapor, das salas de massagem, das piscinas.

Rolávamos e o mundo criava-se da boca de Mariana. Enquanto passávamos no palácio de Charlottenburg, Mariana falou de um barco na perigosa fronteira de Iquitos, na Amazónia colombiana. Depois, por alturas das Portas de Brandenburgo, descreveu motéis e paisagens numa estrada melancólica pela costa do Oregon, nos Estados Unidos. Mais adiante, aproximando-nos do antigo parlamento da RDA (em processo de desmantelamento), encontrou pretexto para uma ida às compras em Hong Kong e debitou uma listagem exaustiva dos melhores bungalows da Tailândia. “Sem o ruído de Anjuna, em Goa, nem o pretensiosismo budista de Bali, na Indonésia”. Haveria mundo que ela não conhecesse? Haveria país que não tivesse visitado? Haveria viagem que Mariana não tivesse feito?
- Eu nunca viajei . Eu nunca viajo.
Dei um pulo no banco. Da boca de Mariana, da boca trocista de Mariana, brotou um sorriso sem alegria. Como assim, Mariana? Uma taxista portuguesa em Berlim viajou, pelo menos, de Portugal para a Alemanha.

- Eu nunca viajei. Só saí da minha cidade uma vez — para Berlim. E não foi uma viagem. Foi uma emergência. Uma missão.

Mariana veio a Berlim resgatar um amigo. Um dos seus melhores amigos. Disse-me, com alguma emoção, que o que pretendia da vida era cuidar dos seus amigos. Aprender com eles. Guardá-los dos perigos do mundo, com zelo, ao mesmo tempo aprendendo a partilhá-los, para que esses amigos, voltando os mesmos, voltassem melhores, para que eles crescessem.
- Um bom guia é melhor do que a melhor das viagens. Sabe sempre mais, sabe sempre tudo, porque tudo lhe foi ensinado antes da nossa partida. É por isso que partir não é preciso.

É por isso que Mariana não parte. Precisei de alguns minutos para perceber que o grupo de amigos de Mariana estava todo na sua estante, aliás, em várias estantes, por serem muitos, por serem cada vez mais: os seus amigos mais próximos eram guias turísticos. De todo o lado, de todas as categorias, para todos os gostos, para todas as bolsas. Guias que levavam Mariana, pela mão — e sem sair de casa! —, através das estradas mais perigosas dos Andes ou pelos hotéis mais luxuosos da Ásia, passando nos melhores museus de Nova Iorque, nas melhores salas de fumo de Marrocos, nas ilhas mais remotas do Adriático.

É preciso contar a história desde o início. Mariana contou-me: no início, começou a coleccionar catálogos de agências de viagens. Passou a ser uma presença assídua nas agências da sua cidade. Era uma cliente sazonal: passava sempre para recolher a informação, embora nunca comprasse nenhuma viagem. Habituaram-se a ela e guardavam-lhe catálogos específicos, catálogos que vendiam caminhadas pelos planaltos do Nepal, passeios a cavalo através da Terra do Fogo, cruzeiros no barco postal ao longo dos pequenos portos da costa norueguesa, ou programas em requintados oásis no deserto egípcio. Coisas simples, esses catálogos.
- Não era um atavismo. Era por falta de dinheiro.

Aos poucos, a exigência foi subindo. Mariana fartou-se das fotografias de praia e coqueiro, da superficialidade do turismo de gado, dos destinos tropicais e das férias na neve. Foi então que passou a estudar, a comprar guias turísticos.
- (Roubei alguns, claro, mas roubar leitura não é crime, é fome de cultura.)

Disse-me que a viagem era uma necessidade literária, não uma necessidade de movimento. Mariana adquiriu, rapidamente, um conhecimento do mundo, digamos um cosmopolitismo, proporcional à experiência dos seus guias. “Viajou” em detalhe e em profundidade por muitas cidades. “Conheceu” os hotéis, a gastronomia, a noite, os acessos, os monumentos, os truques, os bordéis, as irritações, as sugestões, as anedotas, as paisagens, os costumes, os segredos, farrapos de cultura. O vício dos mapas veio por arrastamento. Mariana reuniu um acervo cartográfico impressionante.
Outros amigos, amigos de verdade, ou melhor, de carne e osso, amigos com o fútil hábito da viagem,
- Uma ilusão, está a compreender?, uma vaidade,
começaram a recorrer a Mariana para preparar as suas férias, onde quer que fossem. Era Mariana que lhes emprestava os guias. Pareceu-me que este empréstimo não era desinteressado. Por um lado, uma parte de Mariana viajava, efectivamente, com as pessoas a quem ela emprestava os seus guias; era, por isso, em Mariana que eles teriam que pensar, fosse apenas por um instante, quando folheavam o guia à procura de direcção, de comida, de transporte, de informação — ou de companhia. Por outro lado, o guia, sabedoria detalhada do real, mais real do que a realidade, ganhava algo em cada saída que efectuava: os guias são a sabedoria antes da experiência,
- E por isso são perfeitos,
mas a experiência, exercitando a sabedoria, acrescenta algo de legitimidade, de maturidade, algo que renova, ilumina e justifica a sabedoria original,
- E não me refiro às anotações que sempre acrescentavam aos meus guias. Refiro-me a uma personalidade do livro. Uma… aura. A aura da viagem autêntica. Eu conheço a viagem dos outros — antes mesmo de eles a realizarem.

O que Mariana quis dizer é que, fizessem o que fizessem, a viagem dos seus amigos já estava inscrita na viagem que ela tinha “feito”, lendo-a. Seria sempre uma pálida réplica, uma cópia imperfeita da viagem total: todas as páginas, todas as linhas do guia… E os relatos, em cada regresso, eram, para Mariana, uma consagração: o mundo era devolvido ao oráculo, e encaixava nele — nela — porque dele havia saído.
- Aí tem o Muro. Quilómetro e meio de folclore, neste sítio, ao longo do rio Spree.

Mariana falava, agora, com alguma rispidez. Parou o táxi (em frente a um painel inconfundível do pintor-ilustrador Jim Avignon).
- O Jim tem outro painel em Hackescher Markt, numa das poucas paredes que resistiu ao novo-riquismo do Hackescher Hof. É numa passagem que dá para um bar com monstros mecânicos. Os monstros são feitos pelo dono do bar. Tem uma cave cheia deles.
A taxista ficou a olhar os bonecos desengonçados no Muro. Estranha construção, neste ponto: longa e mais baixa do que parece nas imagens de Berlim durante a guerra fria.
- Berlim é uma cidade enorme. É muito fácil perder um amigo aqui.

Já foi há alguns anos, contou-me Mariana com as mãos e o queixo no volante. O amigo em causa era um dos seus guias preferidos. Um guia de Berlim.
- O guia Baedecker de Berlim. Ele era tudo o que se pode exigir de um bom amigo: “Prático, fiável e divertido” — enfim, era o que dizia na capa.
O que Mariana gostava nesse guia era a profusão de fotografias, a facilidade de consulta, as anotações à margem e outros detalhes típicos dos guias Baedecker, como a classificação de uma ou duas estrelas para os hotéis, restaurantes ou monumentos imprescindíveis.

- Era um guia de fácil comunicação. Nem sempre é o caso.
Fácil de perder, também. Um casal, a quem Mariana emprestou o seu fiel guia de Berlim, esqueceu-se dele no hotel, o Seehof Berlin,
- Em Charlottenburg, sobre o lago de Lietzensee. Esteve lá a Josephine Baker. O Peter Ustinov também.

Drama, a perda de um guia. Não havia horror maior para Mariana do que sair da sua cidade. Era uma ideia insuportável. Mas igualmente atroz era pensar no seu guia, esquecido em Berlim, à mercê de desconhecidos, de gente ignorante
- Sim, ignorantes!
que, na presunção de conhecerem a cidade, desprezam e descuidam um bom guia de papel. Alguns dias foram consumidos em angústia. Por fim, Mariana tomou a decisão inevitável: iria a Berlim resgatar o seu amigo.
- Aí tem. Aqui estou. Quer fotografar o Muro ou não? Não tarda, cai o sol.
Encontrou-o, afinal?
- Quem?
Ora quem, Mariana: o seu guia. O seu amigo.
- Não interessa. O meu amigo enganou-me. Dá uma “estrela” ao Seehof Berlin e o hotel não merece essa distinção.

Saí do táxi e caminhei um pouco ao longo do Muro. Fotografei alguns painéis. O meu favorito é o painel com o líder da URSS, Brejnev, de boca colada à do líder da RDA, Honecker.
- Também gosta desse beijo frio?
Voltei ao táxi e pedi que continuássemos por onde ela quisesse. Rolámos pela cidade. Instalou-se a noite.
- Berlim é uma prisão muito grande.…
Percebi o que ela quis dizer: veio e ficou. Mariana não viaja. Nunca viajou.
Da boca de Mariana saía o mundo. Uma torrente de mundo.
Por exemplo: a noite de Berlim levantou-se da boca calada de Mariana.

Texto do Tapornumporco

sábado, 3 de julho de 2010

Previsões do Mundial: Dia 3 de Julho

Dia 03 de Julho:
Argentina - Alemanha, 15h00
Espanha - Paraguai, 19h30

O destaque de hoje vai para o Argolinhas. Entre ontem e hoje este verdadeiro Professor Chibanga recuperou 5 pontos ao líder Tien 17. Agora que o jogo entra na recta final a corrida ao prémio "Se-tivesse-apostado-dinheiro-estava-rico" parece estar ao rubro. Já do lado contrário o JB parece cada vez mais destinado ao "Prémio Mestre Alves".

É bom recordar que há ainda 12 pontos em jogo. Qualquer esquecimento nesta altura seria crucial. Relembro os candidatos que me podem mandar o resultado por mensagem para que não haja o jogo com o relógio...

Uma nota de parabéns ao PB que hoje atingiu os grandes 0 pontos.

Classificação do dia:
Argolinhas - 3 pontos
Tshabalala - 3 pontos
Pitt - 2 pontos
Kafka - 2 pontos
Kapitão - 1 ponto
Tien 17 - 1 ponto
yaúca - 1 ponto
Mau-r-à-dona - 1 ponto
Titi - 1 ponto
Tifon - 1 ponto
Lopes - 1 ponto
Poulsen - 1 ponto
JB - 1 pontos
PB - 0 pontos

Classificação geral (entre parênteses a classificação anterior):
1º - (antes em 1º) - Tien 17 - 37 pontos (em 44 apostas)
2º - (2º) - Argolinhas - 34 pontos (em 44 apostas)
3º - (3º) - Tifon - 31 pontos (em 43 apostas)
3º - (3º) - Poulsen - 31 pontos (em 44 apostas)
5º - (6º) - Tshabalala - 30 pontos (em 43 apostas)
5º - (5º) - Mau-r-à-dona - 30 pontos (em 44 apostas)
7º - (7º) - Pitt - 29 pontos (em 35 apostas)
8º - (8º) - Titi - 27 pontos (em 38 apostas)
8º - (8º) - yaúca - 27 pontos (em 44 apostas)
10º - (11º) - Lopes - 26 pontos (em 34 apostas)
10º - (13º) - Kafka - 26 pontos (em 43 apostas)
10º - (8º) - PB - 26 pontos (em 43 apostas)
13º - (12º) - Kapitão - 24 pontos (em 34 apostas)
14º - (13º) - Pablito - 23 pontos (em 36 apostas)
15º - (antes, agora e sempre em 15º) - JB - 14 pontos (em 40 apostas)

Previsão para dia 6:
Uruguai - Holanda, 19h30

Que grande jogo...


Estava a torcer pela Argentina. Tem o melhor jogador do mundo, tem o Di María, tem o Maradona... pratica o tipo de futebol de que eu gosto. Do outro lado estava a Alemanha que se tem divertido a esmagar Portugal nas grandes competições.

Depois destes 90 minutos só posso dizer: parabéns Mannschaft. Que grande lição de futebol. Isto sim é uma EQUIPA. Liderada por um enorme Schweinsteiger, mas que vale sobretudo pelo conjunto. A Alemanha chega às meias finais com 3 vitórias na qual chegou aos 4 golos (4 a 0 à Austrália, 4 a 1 à Inglaterra e 4 a 0 à Argentina). Notável - no mínimo.

Como argentino que fui só posso dizer que saio de cabeça erguida. Os jogadores deram tudo. Mas a Alemanha provou que nos jogos a sério fazem falta os Zanettis e os Cambiassos...

Uma música que alguns só poderão cantar no Europeu...


Se se vier a confirmar será provavelmente a maior bomba do futebol português desde que sou gente. Já houve outras, bem sei. Mas nenhuma da qual eu tenha memória.
 

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Previsões do Mundial - Dia 2 de Julho

Dia 2 de Julho:
Brasil - Holanda, 15h00
Uruguai - Gana, 19h30
Hoje deixo-vos com o momento do dia:
21h58: tinha acabado de ser assinalado penalti contra o Uruguai. Seria a última jogada do jogo que, na altura, estava empatado a 1. É nesse momento que o meu telemóvel vibra: era o JB. Atendi e logo ouvi:
- Queres apostar que este gajo vai falhar o penalti?
- Porquê?
- É que eu meti 2 a 1 a favor do Gana e se o Gyan marcasse eu ganhava 3 pontos... portanto ele vai falhar!
- Oh! Achas que sim?!
- Não acreditas? Então não desligues. Vê o penalti ao telefone comigo...
Gyan corre para bola, atira... e FALHA!!!
- AHAHAHAHAHAHAHAHA
- Incrível! Não aposto mais! Não vale a pena apostar mais...

Mais tarde recebi a mensagem:
"Conta os 3 pontos para mim. A malta vai entender..."

Classificação do dia:
Argolinhas - 3 pontos
Pitt - 3 pontos
Kafka - 3 pontos
Kapitão - 0 pontos
Tien 17 - 0 pontos
yaúca - 0 pontos
Tshabalala - 0 pontos
PB - 0 pontos
Mau-r-à-dona - 0 pontos
Titi - 0 pontos
Tifon - 0 pontos
Lopes - 0 pontos
Poulsen - 0 ponto
JB - 0 pontos

Classificação geral (entre parênteses a classificação anterior):
1º - (antes em 1º) - Tien 17 - 36 pontos (em 42 apostas)
2º - (5º) - Argolinhas - 31 pontos (em 42 apostas)
3º - (2º) - Tifon - 30 pontos (em 41 apostas)
3º - (2º) - Poulsen - 30 pontos (em 42 apostas)
5º - (4º) - Mau-r-à-dona - 29 pontos (em 42 apostas)
6º - (6º) - Tshabalala - 27 pontos (em 41 apostas)
7º - (11º) - Pitt - 27 pontos (em 33 apostas)
8º - (7º) - Titi - 26 pontos (em 36 apostas)
8º - (7º) - PB - 26 pontos (em 41 apostas)
8º - (7º) - yaúca - 26 pontos (em 42 apostas)
11º - (10º) - Lopes - 25 pontos (em 33 apostas)
12º - (11º) - Kapitão - 24 pontos (em 32 apostas)
13º - (14º) - Kafka - 24 pontos (em 41 apostas)
14º - (13º) - Pablito - 23 pontos (em 36 apostas)
15º - (antes, agora e sempre em 15º) - JB - 13 pontos (em 38 apostas)

Previsões para amanhã:
Argentina - Alemanha, 15h00
Espanha - Paraguai, 19h30

Traição suprema ou vitória do futebol?


Há uns tempos escrevi aqui que Dunga estava não só a trair a história do Brasil enquanto potência do futebol mundial, mas também a trair o futebol. Ao levar jogadores defensivos e duros em detrimento dos artistas Dunga estava a transformar a selecção a selecção do futebol espectáculo em mais uma potência do futebol musculado. Dunga apostou em Kaká e Robinho. Deixou de fora Ronaldinho, Pato, Ganso, Neymar, Marcelo, David Luiz etc. etc. etc.

Atenção que não digo que todos tivessem lugar nos 23. Estou apenas a referir alguns jogadores com talento suficiente para estarem num Mundial. Mas se alguns são discutíveis, não o são ainda mais os jogadores da confiança do Dunga?

Treinador de bancada somos todos nós. Não é isso que quero discutir. Este texto vem na sequência da derrota de hoje do Brasil. Por um lado queria que o Brasil passasse, porque gosto do país e de alguns jogadores. Por outro lado havia Dunga...

Explicaram-me uma vez que esta opção do Brasil pelo futebol mais defensivo veio na sequência de muitas grandes gerações terem dado "show de bola" e terem acabado derrotadas. Os brasileiros ter-se-iam fartado de perder contra equipas piores e apostaram tudo na organização táctica e em um ou dois artistas que pudessem resolver o jogo. É por isso que desde que nasci nunca assisti a uma equipa brasileira de futebol arte. Craques continuam a existir (Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, Adriano, Denilson, Roberto Carlos, Maicon, Lúcio, Júlio César, Kaká, Pato, Neymar e tantos outros), apenas não se aposta no futebol mágico que eles podiam desenvolver.

Inicialmente esta estratégia deu frutos: o Brasil não ganhava o Mundial desde 1970 e só recuperou o título em 1994. Sabem quem era o capitão dessa equipa orientada de modo defensivo? Ele mesmo: Dunga. De forma menos descarada mas igualmente sem a arte de outras épocas, Scolari deu o título Mundial ao Brasil 8 anos mais tarde.

Em 2006, com uma selecção com Ronaldinho, Kaká e Adriano no seu auge foi derrotada pela França de Domenech. Era Parreira o treinador e conseguiu deixar-me a torcer contra o Brasil, tal era a pobreza dos espectáculos que proporcionava.

Mas a aposta nesta linha de futebol continuou. Em 2010 foi Dunga quem apostou em Gilberto Silva, Felipe Melo, Josué, Kléberson, Ramires, Elano, Nilmar e Grafite em detrimento dos artistas - que fique bem claro que são necessários jogadores destes; só podem (e devem) ser ajudados por jogadores de classe.

É por isso que hoje fiquei feliz pela derrota brasileira. Porque talvez assim o Brasil perceba que mais vale perder e dar espectáculo do que deixar esta imagem. Felipe Melo, jogador à imagem e semelhança do seu treinador, marcou um golo na própria baliza e depois foi expulso. Logo me veio à cabeça o seguinte:

O Brasil traiu o futebol ao escolher Dunga. Dunga traiu a história do Brasil ao escolher uma selecção de Felipes Melos. Felipe Melo traiu Dunga...
Ou será que salvou o futebol?                                        

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Publicidade

Para efeitos legais é importante explicar que o nosso site usa uma Política de Publicidade com base em interesses.