sexta-feira, 4 de setembro de 2009

As contas do Estado, por Kikas


Estava eu a passear na nossa cidade quando me deparei com algo que me elucidou para um facto que afecta muitos portugueses, segundo se diz. E digo “segundo se diz” porque, felizmente, ainda não vivo esse drama nem convivo proximamente com as vítimas do mesmo, daí o meu espanto.

No meio de tantos transeuntes, avistei uma mulher. Simples, vestida com roupas humildes, com cabelo limpo (pelo que aparentava), mãos suaves, unhas desprovidas de qualquer conspurcação. Uma simples mulher que poderia ali estar como tantas outras, pelo mesmo motivo de toda aquela multidão. No entanto, algo nela me cativou o olhar: estava sentada à porta de uma loja, com um copo de plástico na mão. A vergonha ainda não lhe permitia apregoar a miséria em que se encontrava, nem denunciar o que lhe iria na alma. Estava ali, sentada, muda, num olhar disperso, de inveja por aqueles que ainda não a tinham percebido e que não eram seus cúmplices na pobreza.


Mais uns metros andei, termino a rua, passo uma praça, outra rua e mais outra. Nesta, porém, essa miséria já há muito tem sido partilhada e denunciada, mas naquele dia havia uma novidade: o peditório revertia a favor da arte! É verdade meus caros, a arte também se tornou agora pedinte, não por ser pobre (esperemos), mas porque a sua riqueza deixara de ser apreciada e valorizada.


Estava um senhor a esculpir parte de um tronco de uma árvore e junto a ele estava um cartaz onde constava que iria representar a “nossa região” num concurso internacional, mas como não tinha apoio estatal, solicitava ajuda para minimizar os custos de transporte e alojamento.

Comecei a reflectir na problemática associada: qual é a função do Estado? Garantir a segurança, a justiça e o bem-estar no território da sua jurisdição. Mas como é que o Estado consegue arranjar dinheiro para novos equipamentos hospitalares, pagar a médicos, professores, juízes e polícias, pagar “tretas” como o Magalhães a todos os alunos da primária e aos elementos do governo, dar subsídios de desemprego, rendimentos mínimos a quem não faz nada na vida, apoios às PME’s, pagar TGV’s e aeroportos e alimentar criminosos que têm vida boa na prisão (e agora mais uns de Guantánamo para aumentar a despesa) enquanto que os que cá estão fora se lixam?

E para ajudar à festa, agora se a gripe A decidir contaminar tudo e todos lá vai a Segurança Social pagar 65% das remunerações dos trabalhadores. E as despesas dos senhores do Parlamento? Só na renovação da frota dos doutores de alto gabarito do Estado gastou-se cerca de 1 milhão de euros (as outras viaturas tinham entre 10 e 12 anos e já davam muitas dores de cabeça em reparações). A Assembleia da República também precisava de se modernizar: como os Magalhães eram só para o ministros e assessores, os outros deputados estavam em desvantagem, era injusto. Mais 5 milhões do nosso bolso para lavar a cara ao Parlamento e dar-lhe um aspecto inovador e tecnológico.


Com tanta despesa, como é que o Estado consegues despender uns trocos para aqueles que não só fazem arte mas fazem da arte um modo de vida? Não é fácil! Onde residirá o problema? Na má distribuição das verbas aquando da aprovação do Orçamento de Estado? Talvez. Mas acima de tudo trata-se de um questão de cultura, de hierarquia de valores e de prioridades, de valorização do que é nosso, muitas das vezes apenas de bom-senso.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Reunião de Líderes

Ontem reuniram-se os gajos mais cultos e inteligentes do VPS (ah! E o Poulsen também foi...). Entre outras coisas, o encontro foi importante para tratar dos preparativos para o próximo Jantar de Velhas Glórias.

E parece que vai ser desta que o Maldini e o El Gordo cumprem o prometido. Para quem não se lembra estes dois idiotas foram prometer aqui que correriam a "rua toda, de uma ponta à outra só com umas meias e umas sapatilhas calçadas" caso a Académica vencesse o Benfica no ano passado. Sorte ou azar, o facto é que a Académica ganhou. E o que é certo é que a promessa continua por cumprir passados 5 meses.

Por isso, temos o orgulho e o prazer de informar que quer queiram quer não, o Maldini e o El Gordo cumprirão a promessa nos próximos dias. O Maldini ainda não sabe disso, visto que está neste momento a tratar dos papéis para a sua internacionalização. Mas com certeza que vai concordar. Promessas são promessas e, como ele diz:
Maldini disse...

Sou um Homem de palavra!

Mas o El Gordo vem comigo que ele também disse que acompanhava!

Depois eu digo quando é que o vou fazer.. podem-me filmar por trás xD ahah

E atenção! Se a Académica for à UEFA este ano faço a minha rua toda ás cambalhotas!

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Confissão de Mau-r-à-dona

Lamento imenso, mas tenho de voltar a falar sobre futebol neste blog. Mas não pensem que é uma coisa de fanatismos ou de "o meu clube é melhor que o teu". Não. Falo de futebol porque notei, pela reacção do Moutinho, um ódio imenso.

Passo a explicar: neste post, pelos vistos, meti umas simples palavrinhas que geraram uma reacção que me espantou imenso. Tudo o que disse foi "PS: Forza Fiorentina!"

Eis qual não é o meu espanto quando vejo a reacção do meu amigo ao meu post. Senti uma dor no coração, senti o meu mundo a desabar. Tinha sido desmascarado:
Anónimo "JoaoMoutinho disse...

Esse teu PS mete-me nojo! Tu não és português!

Metes nojo mesmo! [...]"

"Tu não és português!", atira-me à cara o Moutinho!

AHHHHHHHH! O sofrimento! A dooooooooooooor! NÃÃÃOOOOOO! Não sou português! Meu Deus! Perdoai-me Senhor, por ter torcido pela Fiorentina! Não sabia o que fazia!

Eu juro, juro mesmo que ainda um dia hei-de torcer pelo Porto ou pelo Sporting nas competições europeias para lhe provar que sou português! Oh Pátria amada, oh! Heróis do Mar, Nobre Povo... o quanto eu Te devo, Nação valente e imortal! E agora, assim, num PS dum texto a anunciar o meu regresso à Pátria Amada estrago tudo! Revelo a minha ingratidão perante o nosso grande país! Não, não mereço perdão. Deixem-me, amigos! Eu irei... partirei para um dia provar à Pátria que a amo e que estou disposto a rectificar este meu tão grave erro de, um dia, ter torcido contra uma equipa portuguesa nas competições europeias!

Eu confesso! Confesso mesmo! Torci contra o Sporting! E contra o Porto! Mas está dentro de mim e eu nada posso fazer. Já lutei com todas as minhas forças para apagar este tão grande pecado. Não posso, amigos. É mais forte que eu! Não consigo deixar de me rir quando o Paulo Bento encolhe os ombros e diz "Dranquilidad", não consigo deixar de me rir quando o Patrício sofre um frango ou quando o Bruno Alves oferece um golo ao Manchester como no ano passado! É mais forte que eu.

Ah, malvado Fado o meu, o de nascer assim com este defeito entranhado no sangue! Ahhhh! Eu confirmo, confirmo! Desonrei grandes nomes como Luís de Camões ou Fernando Pessoa que, no meu lugar, certamente torceriam pelos clubes portugueses nas competições europeias.

Mea Culpa! Mea Culpa!

Eu vou, parto agora mesmo. Vou a pé para a o Nepal, onde certamente com grandes períodos de reflexão recuperarei destes trauma e choque.

E agora confesso, já que fui descoberto. Sempre quis ser português, mas na verdade nasci na Ucrânia e fui trazido para este país quando era ainda muito novo. Sempre o meu disfarce de português encaixou na perfeição até ao dia em que o Moutinho, aqui, perante todos, me desmascarou!

Assumo perante todos a minha nacionalidade Ucraniana. E parto, agora. Parto para um dia voltar como português capaz de torcer pelas equipas nacionais nas competições europeias. Está dado o primeiro passo. Agora é esperar, reflectir, para um dia poder voltar e limpar a nódoa que deixei nos grandes nomes do nosso país, ao ter torcido pela Fiorentina...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Angie, Rolling Stones [SdS 4]


Angie é uma das grandes canções de Rolling Stones. É uma balada.

E sim, eu sei que muitos de vocês ao verem que é dos Rolling Stones já não se preocuparão sequer em ouvir a música. Sei que há aquele preconceito, quanto a mim estúpido, de que os Stones são velhos! Sei que hoje em dia há aquela ideia de que a música tem de ser recente.

Sei porque me acontece tantas vezes mostrar uma música a um amigo e ouvir:
- Eia! Isso é tão antigo!

Ao que eu pergunto:
- Eu sei. Mas não é bom? Desde quando é que um requisito para classificar uma música é a sua idade?

E essa é uma das razões pela qual eu insisto em trazer-vos aqui uma música antiga. Já agora deixo-vos também uma curiosidade: aquela menina da foto em cima é, diz-se, a musa inspiradora desta bela balada. O seu nome é Marianne Faithfull.

Só podia sair uma coisa destas:



PS: Também há rumores de que esta música teria sido inspirada em Angela Bowie, a mulher de David Bowie.

Numa palavra


Numa palavra: VOLTEI!

Sim, voltei de um sítio que fica tão perto e tão longe ao mesmo tempo. Os posts publicados por mim durante os últimos 15 dias, devem ter reparado, já estavam feitos antes de eu ir e foram colocados pelo Ranhoca.

Tenho muita coisa para contar, muitas ideias para discutir e partilhar convosco. Foram 15 dias sem Internet e com muito poucas notícias de Portugal. Logo que me seja possível (nos próximos dias, provavelmente) contar-vos-ei tudo aquilo que descobri nos últimos tempos.

Por agora, tenho muito pouco a dizer:
1 - Obrigado Maldini e, principalmente, Ranhoca, por terem conseguido manter esta Selva bem viva nesta quinzena sempre difícil para os blogues...
2 - Ontem, mal pus o pé em terras portuguesas recebi várias mensagens:
"O Benfica está a dar 6 a 0 e ainda faltam 15 minutos!"

"Que rolo compressor andou hoje na Luz? O Jesus tem carta para conduzir aquilo??"

"Maior que Jesus só mesmo Deus!"

Haverá melhor maneira de regressar ao meu país?

E Pluribus Unum

PS: Forza FIORENTINA! eheheh

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