(leiam o texto ao som da música)
Se fosse eu a mandar
a vida corria ao contrário:
nascíamos velhos e cansados
morríamos jovens e inocentes
quando nada mais tivéssemos para desaprender.
Se fosse eu a mandar trabalhávamos enquanto fôssemos velhos
e só pedíamos reforma quando já fôssemos novos o suficiente para a aproveitar.
Se fosse eu a mandar fazia o tempo voltar atrás. Mais: se quando nasci soubesse que a vida era assim, tinha feito tudo da mesma maneira, mas de maneira diferente. Da mesma maneira porque tive uma infância óptima. De maneira diferente porque teria consciência de que esses momentos iam ser os melhores da minha vida. Iria parar a meio de uma brincadeira, fechar os olhos e saborear. Porque lembro-me hoje de muitas coisas a que no momento não dei o devido valor e que hoje fazem parte de mim.
Hoje lembro-me daquele meu primeiro dia na escola com o Maldini e o Piriquito (que eram os primeiros colegas que eu conhecia) em que eu sugeri que jogássemos ao barulho. Esse dia em que o Maldini me disse que sabia jogar ao barulho: "É aquele jogo em que mandamos um remate contra a parede e quem fizer mais barulho ganha, não é?"
Lembro-me do dia em que entrei na Académica. Do momento em que o Maldini me veio dar um abraço de festejo.
Lembro-me do dia em que ganhei a Taça de Encerramento com uma equipa com um ano a menos que todas as outras participantes. Lembro-me do Comuma Febra a marcar o penalti da vitória depois de apanhar balanço desde o meio campo. Lembro-me de ir festejar para o sistema de rega. Lembro-me de ter visto alguns maricas como o Maldini a chorar e com o seu cabelo à tigela.
Lembro-me de ter conhecido o Ranhoca num treino e de não ter gostado nada dele.
Lembro-me de ter ganho um torneio em Estarreja, de termos brilhado. Lembro-me de termos aparecido no Público com o Batista Bomb a dar toques. Lembro-me de o Comeste Fiado? ter amuado porque queria ser ele a aparecer a dar toques para o jornal. Lembro-me de me ter divertido imenso.
Lembro-me de ter ido à madeira e de passar dias a jogar ao "Worten" na janela do hotel. Lembro-me do Il Specisalé e do Ranhoca de turbante à janela a fazer de muçulmanos. Lembro-me que o Mantorras jogou de início na noite anterior ao jogo e que até marcou o golo da vitória contra o Gil Vicente. Lembro-me da história do "orienta-me um euro!".
Lembro-me das pré-épocas e dos nossos almoços no Espanhol a cantar músicas para o Joeano. Lembro-me que a fome com que lá chegávamos fazia daqueles almoços os melhores de sempre... Lembro-me que aqueles momentos convosco entre o treino da manhã e o da tarde nos faziam esquecer o cansaço. Lembro-me que um dia fomos à Pedrulha e houve lá confusão. Lembro-me que eu o Poulsen e o Batista Bomb fugimos como uns cobardes e só parámos nos balneários perante a ameaça da chegada do Dinho. Nesse dia o Poulsen, que não conhecia bem, ao partilhar a sua cobardia comigo (e eu com ele) tornou-se meu amigo.
Lembro-me que foram esses dias, esses meses, esses anos que perdi no futebol que me fizeram viver. Que me permitiram ganhar os amigos que tenho hoje. Que me permitem ter algo para escrever. Que me permitem ter um sorriso nos lábios e uma lágrima ao canto do olho enquanto escrevo este post...
a vida corria ao contrário:
nascíamos velhos e cansados
morríamos jovens e inocentes
quando nada mais tivéssemos para desaprender.
Se fosse eu a mandar trabalhávamos enquanto fôssemos velhos
e só pedíamos reforma quando já fôssemos novos o suficiente para a aproveitar.
Se fosse eu a mandar fazia o tempo voltar atrás. Mais: se quando nasci soubesse que a vida era assim, tinha feito tudo da mesma maneira, mas de maneira diferente. Da mesma maneira porque tive uma infância óptima. De maneira diferente porque teria consciência de que esses momentos iam ser os melhores da minha vida. Iria parar a meio de uma brincadeira, fechar os olhos e saborear. Porque lembro-me hoje de muitas coisas a que no momento não dei o devido valor e que hoje fazem parte de mim.
Hoje lembro-me daquele meu primeiro dia na escola com o Maldini e o Piriquito (que eram os primeiros colegas que eu conhecia) em que eu sugeri que jogássemos ao barulho. Esse dia em que o Maldini me disse que sabia jogar ao barulho: "É aquele jogo em que mandamos um remate contra a parede e quem fizer mais barulho ganha, não é?"
Lembro-me do dia em que entrei na Académica. Do momento em que o Maldini me veio dar um abraço de festejo.
Lembro-me do dia em que ganhei a Taça de Encerramento com uma equipa com um ano a menos que todas as outras participantes. Lembro-me do Comuma Febra a marcar o penalti da vitória depois de apanhar balanço desde o meio campo. Lembro-me de ir festejar para o sistema de rega. Lembro-me de ter visto alguns maricas como o Maldini a chorar e com o seu cabelo à tigela.
Lembro-me de ter conhecido o Ranhoca num treino e de não ter gostado nada dele.
Lembro-me de ter ganho um torneio em Estarreja, de termos brilhado. Lembro-me de termos aparecido no Público com o Batista Bomb a dar toques. Lembro-me de o Comeste Fiado? ter amuado porque queria ser ele a aparecer a dar toques para o jornal. Lembro-me de me ter divertido imenso.
Lembro-me de ter ido à madeira e de passar dias a jogar ao "Worten" na janela do hotel. Lembro-me do Il Specisalé e do Ranhoca de turbante à janela a fazer de muçulmanos. Lembro-me que o Mantorras jogou de início na noite anterior ao jogo e que até marcou o golo da vitória contra o Gil Vicente. Lembro-me da história do "orienta-me um euro!".
Lembro-me das pré-épocas e dos nossos almoços no Espanhol a cantar músicas para o Joeano. Lembro-me que a fome com que lá chegávamos fazia daqueles almoços os melhores de sempre... Lembro-me que aqueles momentos convosco entre o treino da manhã e o da tarde nos faziam esquecer o cansaço. Lembro-me que um dia fomos à Pedrulha e houve lá confusão. Lembro-me que eu o Poulsen e o Batista Bomb fugimos como uns cobardes e só parámos nos balneários perante a ameaça da chegada do Dinho. Nesse dia o Poulsen, que não conhecia bem, ao partilhar a sua cobardia comigo (e eu com ele) tornou-se meu amigo.
Lembro-me que foram esses dias, esses meses, esses anos que perdi no futebol que me fizeram viver. Que me permitiram ganhar os amigos que tenho hoje. Que me permitem ter algo para escrever. Que me permitem ter um sorriso nos lábios e uma lágrima ao canto do olho enquanto escrevo este post...
9 comentários:
Primeiro e mais importante: :')
Segundo: De onde vem a história do Comeste fiado? Sei quem é, mas não sei a história... Faz um post a contá-la!
tão belo :')
sinto e ressinto cada frase que escreveste..
é panisguice mas é verdade..
eu também nao te curtia, muito por causa do teu cabelo.. Mas entretanto cortaste e vi que até nem eras má pessoa
Apesar de não ter passado muito desses momentos com vocês, foram suficientes os que tive para perceber o que se sente quando dizes "Lembro-me que foram esses dias, esses meses, esses anos que perdi no futebol que me fizeram viver.". E orgulho-me por ter conseguido conhecer pessoas como vocês. Ainda ontem estive com o Cavaleiro e enquando falávamos lembrava-me da alegria que era estarmos todos juntos. Aprendi a ser, com esta grande equipa de amigos para a vida.
Tirando a paneleirice, o texto até está bom
E depois ainda falas de "alguns maricas como o Maldini a chorar" :P
Mas foi um texto sentido, até mete inveja pah xD
Grandes e inesquecíveis momentos... :')
quem é o Comeste Fiado? ?
:) fantastico ...
Lembro-me de ir a um dos voces treinos da manha e no da tarde ja estar no vigor! :)
Mais tarde fui para o Dona maria e sentei-me na carteira a frente do mau-r-a-dona. Agora jogo no sporting. Acontece. Bom inicio de post, o resto nao percebo, obvio..
E depois vieram voces para o vigor e na semana seguinte estava eu no arzila! :)
Ah, mas so la fiquei uma semana! Tinha mais que fazer!
Enviar um comentário