Pois bem, provavelmente muitos de nós já ouviram a expressão: "esta geração está perdida". E quem ouviu isso pode estar perto de um facto cada vez mais real. Assim o indica um estudo financiado pelo Príncipe Carlos e encomendado pela organização não governamental Prince's Trust. A geração de adolescentes entre 16 e 25 anos pode estar realmente perdida. E tudo isto se deve à falta de motivação gerada por inúmeros produtos da crise.
A falta de emprego (que obriga pessoas a terem empregos insatisfatórios [quantos de nós não seguiram cursos mais por causa da taxa de empregabilidade?]), a dificuldade na transição de uma vida académica para uma profissional, empresas constantemente a falir, no fundo, falta de projectos para o futuro. E os números comprovam tudo o que foi referido. Quer queiramos quer não, uma salário elevado é cada vez mais um objectivo de vida, uma necessidade emergente para sobreviver, e isso pode fazer com que, no futuro, ponhamos a família, os nossos prazeres,por exemplo, em segundo lugar. E sem esquecer os problemas climáticos que assolam o nosso Mundo. O facto do nosso planeta estar em perigo e colocar-nos também em perigo é algo que pode condicionar (e muito!) esta geração. Se nada mudar, muito provavelmente os filhos desta geração não vão ver as grandes maravilhas que os seus avós/pais viram deste mundo.
A falta de emprego (que obriga pessoas a terem empregos insatisfatórios [quantos de nós não seguiram cursos mais por causa da taxa de empregabilidade?]), a dificuldade na transição de uma vida académica para uma profissional, empresas constantemente a falir, no fundo, falta de projectos para o futuro. E os números comprovam tudo o que foi referido. Quer queiramos quer não, uma salário elevado é cada vez mais um objectivo de vida, uma necessidade emergente para sobreviver, e isso pode fazer com que, no futuro, ponhamos a família, os nossos prazeres,por exemplo, em segundo lugar. E sem esquecer os problemas climáticos que assolam o nosso Mundo. O facto do nosso planeta estar em perigo e colocar-nos também em perigo é algo que pode condicionar (e muito!) esta geração. Se nada mudar, muito provavelmente os filhos desta geração não vão ver as grandes maravilhas que os seus avós/pais viram deste mundo.
Porém o termo "perdida" parece-me a mim e a muitos, um termo excessivo. Sim, se nada mudar podemos ser uma geração perdida. Se nada mudar estaremos em crise. Se nada mudar o Planeta sofrerá grandes alterações. Porém, está nas nossas mãos mudar. Parte de nós esta vontade de reverter. E não podemos ficar impávidos e serenos, com olhos vendados, à espera que nos caia um guião à frente com todos os passos do que deveremos fazer. Não ficaria bem sermos reconhecidos no futuro como a geração que estava destinada a perder-se e que nunca nada fez para mudar.
Post escrito pelo El Gordo no seu (outro) blog
16 comentários:
Tens razão, a situação da actual geração é preocupante. Seguem-se cursos para que se não tem vocação por causa da empregabilidade, matam-se à partida as verdadeiras vocações, os jovens são os novos discriminados que não têm hipóteses de se autonomizar. Não sei se os jovens não são mesmo uma geração perdida, é verdade que não podemos cair no pessimismo, mas a coisa está mesmo muito feia.
Acho que há aqui um problema que é o facto da sociedade actual estar refém de políticos corruptos e dos empregos dependerem de verddaddeiras redes mafiosas de clientelea partidárias. Mas quando vejo tanto jovem - ainda assim - a votar no Aldrabão das licenciaturas ao domingo, também acho que estão a pedi-las...
Eis-me de regresso de um paraíso distante.
Concordo com o comentário do anónimo. Com políticos como os que temos não vamos conseguir mudar coisa nenhuma. E à medida que olho à minha volta e vejo os jovens meus amigos que se metem na política cada vez mais entendo por que este país não anda para a frente: só vai para político o molengão que não faz nada da vida e conta com os amigalhaços para mais tarde lhe arranjarem um bom tacho.
E depois eles comem tudo. Comem tudo e não deixam nada.
É bem verdade, Asus e anónimo.
Acrescentando só um caso real à primeira parte do comentário do anónimo: tinha um colega com o sonho de ser assador de leitões. Hoje em dia a sociedade marginaliza esta gente (não especificamente os assadores de leitões, mas sim os que têm gostos e vocações diferentes das convencionais).
E hoje em dia cada vez mais vejo a sociedade a preferir um mau médico, ou um professor desempregado... a um genial assador de leitões!
E agora digam-me: dos três, de qual tirariam melhor proveito?
Bom apetite, meus caros. E com tão poucos assadores de leitões geniais [geniais os assadores e não os leitões, diga-se] é óbvio que eles comem tudo e não deixam nada, meu caro asus...
Primeiro, meus caros, como já ando a dizer há alguns séculos, a Assembleia é a imagem do povo. Não sei se já vos passou pela cabeça, mas a Assembleia é tão corrupta como o povo. Quantas vezes vêem por dia as cunhas no arranjar emprego? Quantas vezes vêem subornos? Quantas vezes vêem um português a congratular outro porque conseguiu esconder grande parte dos seus rendimentos, em off-shores ou não, e assim ter conseguido fugir aos impostos? O Poder é a imagem do seu Povo!
Quanto ao emprego, óbvio que está tudo muito mau, mas em vez de frisar a ideia que o gordo e o mau já frisaram e é consecutivamente frisada, vou enveredar por outro caminho, que não tem, provavelmente maior nem igual importância que o seguido pelos anteriores.
Já repararam quantas vezes uma pessoa diz :"Já arranjei emprego" em vez de "Já arranjei trabalho"? As pessoas hoje em dia gostam muito é de arranjar um tacho qualquer em que recebam bem e trabalhem pouco. E sabem que mais? Também eu! A questão é que esse emprego arranja-se mais facilmente quando já toda e qualquer parte te quer "arranjar" trabalho numa empresa. Nessa altura, depois de teres trabalhado muito aí talvez te possas encostar à sombra da bananeira, se é isso que tanto anseias (atenção que não estou a falar para ninguém em particular. É pura e simplesmente mais fácil falar assim). Por isso, ao tentarem saltar passos, óbvio que a maior parte deles fica desempregado. Quanto ao desemprego, também é uma história muito bonita de ser contada, porque, afinal, quantos empregos há aí que são rejeitados? Eu, meus caros, sinceramente, se não estivesse a conseguir arranjar emprego, não me importaria minimamente de ir lavar escadas, mas, enfim, são opiniões.
Depois também há uma coisa que falta muito em Portugal, Empreendedorismo! As pessoas como querem arranjar um emprego e não um trabalho, por vezes fogem à ideia de criar um negócio, uma empresa. Óbvio que há pessoas, mas sinceramente, duvido um pouco que o número das mesmas se mantenha muito tempo com a geração que temos. Porque a verdade também passa por supostamente ter existido a geração "que se desenrascava", nós supostamente somos a geração "do desenrasca" e se eu me estiver a enganar, corrijam-me, acho que a próxima é a geração "que nem a si se desenrasca". Já não são poucos os atados e ceguinhos que têm toda a informação completamente explícita à frente delas, o modo de como fazer, o que fazer, aonde chegar e, ainda assim, fazem uma pergunta com o objectivo de os supostos interlocutores lhes fazerem a papinha toda para no fim,
eles comerem tudo, comerem tudo e não deixarem nada!
ahahah a expressão do asus tem mesmo piada, não tem? Proponho que a partir de agora todos os comentários acabem com uma adaptação da frase do "eles comem tudo e não deixam nada" x)
Quanto a ti, Mag... Acho que não segues necessariamente por um caminho diferente do meu. Repara:
"Já repararam quantas vezes uma pessoa diz :"Já arranjei emprego" em vez de "Já arranjei trabalho"? As pessoas hoje em dia gostam muito é de arranjar um tacho qualquer em que recebam bem e trabalhem pouco. E sabem que mais? Também eu! A questão é que esse emprego arranja-se mais facilmente quando já toda e qualquer parte te quer "arranjar" trabalho numa empresa."
Sabes porque é que eu acho que isso acontece? Precisamente pelo que disse acima: cada vez mais a sociedade pressiona as pessoas para terem, pelo menos, um curso. Se essa pressão não fosse tão acentuada as pessoas desde muito mais cedo acabavam por ir "assar os leitões" do meu comentário anterior, ou lavar as escadas do teu. Porque essas profissões não eram consideradas vergonhosas. Calma, eu sei que ainda não cheguei ao ponto central, mas é agora:
Essas profissões são consideradas vergonhosas nos dias de hoje porque cada vez mais pessoas LICENCIADAS são obrigadas a desempenhá-las. Eu acredito que me custe bem mais a mim que consegui sempre lutar para tirar um curso mas que nunca tive capacidade para ter boas notas, do que para o Jorge Miguel que queria assar leitões desde pequenino, estudou até ao 10º mas agora fecharam-lhe a tasca e teve de ir lavar escadas.
As pessoas não têm todas iguais capacidades. As pessoas não têm todas iguais apetências. Então por que raio têm todas de tirar um curso? Porque por mais mandrião que se seja, tirar um curso é sempre um investimento de uma vida. E depois de tanto investimento, já se sabe, custa muito mais assar leitões.
Até porque os leitões acabo por não ser eu a comê-los. Sabem porquê? Porque aparecem eles, comem tudo e não me deixam nada...
Ah... quanto à última parte:
"Depois também há uma coisa que falta muito em Portugal, Empreendedorismo! As pessoas como querem arranjar um emprego e não um trabalho, por vezes fogem à ideia de criar um negócio, uma empresa."
Para criar um negócio é sempre necessário arriscar capital, Mag. E, como sabes, quem precisava desses negócios é precisamente quem não tem o capital para investir. Os outros... os outros contentam-se em manter o dinheiro que conseguiram amealhar com uma vida inteira de trabalho. Quem os pode criticar? Nos dias de hoje eles vêm, comem tudo e não deixam nada, man...
Eu ainda nao sei se esta geração se classifica como perdida ou nao. A unica coisa que sei é que a geração dos nossos pais é que foi verdadeiramente um fracasso. Ainda nao satisfeitos da crise, o que é que os militantes do psd foram fazer? Escolher para secretario geral do seu partido a cara chapada do primeiro ministro! Mas isto nao é de loucos? Como é que pode haver seriedade nesta geração? Eu já gostei muito do PM, mas esta cada vez mais insuportável.
Não somos nos os responsáveis pela crise, nem somos nos os culpados das alterações climatéricas, como se fala no texto. Mas se isso influencia para que pertençamos a uma geração novamente recheada de fracassos, claro que sim. Mas quero frisar que nos ainda podemos alterar esse fado. E só o futuro é que pode ditar a reputação da nossa geração
Quando penso neste tema pergunto me se os nossos pais ou até mesmo os nossos avós tinham esta ideia da geraçao deles. E comparando o tempo deles e o tempo nos dias de hoje, nós temos a vida facilitada de variadíssimas maneiras a começar pelo nível de vida que temos.
Quanto ao emprego, nao acho que há falta dele, sim ok a nossa taxa de desemprego é uma das maiores da europa, mas cada vez que vou aos classificados de um jornal nao vejo falta dele e quando tentei arranjar um part time no verão bastou me ir ao forum e arranjei num instante mas como disseram e bem as pessoas querem um emprego e nao trabalho, além disso há cada vez mais licenciados e entendo que esses nao queiram trabalhar na caixa de um hipermercado, assim como eu nao iria querer quando for licenciado. O problema, para mim, está no facto de 6 milhoes de portugueses receberem um subsídio, seja de desemprego, de reinserção social ou outro qualquer, ou seja o próprio estado incentiva as pessoas a ficar em casa e ao fim do mês receber um subsídiozinho qualquer sem mexerem uma palha, acredito que há quem precise de um subsídio para sobreviver e para ter uma vida adequada mas também acredito que há quem prefira estar em casa em vez de ir trabalhar e invente uma desculpa qualquer para receber um subsídio. Como eu disse, temos a vida mais facilitada.
Não temos que ser uma geração perdida se a diferença começar por cada um de nós. Acredito que a nossa geração vai ser lembrada como a que resolveu estes problemas todos que o texto fala e não como a geração perdida!
A questão é que tu com um part-time ajudas os teus pais. Se viveres sozinho um part-time não te chega para comer ou pagar uma renda. Isso é conversa de quem tem a vida facilitada, como dizes. Como é que é possivel negares que há desemprego?!
Por favor...
Atenção, desemprego:"é a medida da parcela da força de trabalho disponível que se encontra sem emprego" o que é diferente de faltar empregos. Eu acho que nao falta empregos, falta é pessoas para empregar. Não por falta de pessoas mas sim por os motivos que já disse.
E por acaso tive a oportunidade de escolher um emprego a full time mas optei por um part time porque era um emprego de verao e já sabia q nao ia durar por causa das aulas. E sim, eu nao tenho a experiencia de ter contas a pagar ao fim do mes mas se tivesse nao me importava de lavar escadas se nao houvesse mais nada como já foi dito. O que eu acho é q se as pessoas querem um emprego entao q nao o rejeitem só porque dá muito trabalho ou porque têm q ficar a trabalhar depois das 7, isto, se não queremos ser a geração perdida.
Se calhar ganhas mais com o subsidio de desemprego do que a lavar escadas...
Por isso é q digo que o próprio estado incentiva a não teres um trabalho e prefere dar te o peixe do que uma cana para pescar. Mas eu também nao sou nenhum especialista desta matéria, é só a minha opinião.
mau com aquela do arranjar emprego ou trabaho fizeste-me lembrar o lage.voces nao digam que vao ao treino.digam sim, que vao treinar!lol
não fui eu, argolinhas... foi o Magnífico x)
Olha que essa do lavar as escadas ganhares menos do que com o subsídio de desemprego, não é assim tão verdade. Uma empregada de limpeza hoje em dia ganha em média 10/15 euros por hora. Se tiver já uma carteira de clientes decente e conseguir trabalhar 4 horas por dia útil, imaginando que não há feriados, ganha entre 200 a 300 por semana o que no fim equivale a 800/1200 euros por mês! Limpos de impostos se for como é usual nesse mercado! A questão é que "lavar escadas" ou casas ou o que preferirem tem, hoje em dia, uma imagem a declinar para o negativo. Se fosse criado o curso de técnicos de superfície, talvez a imagem melhorasse e voltamos ao ponto que o Mau referiu!
Quanto a um part-time não dar para pagar a renda ou para comer... Man, a sério, por isso é que se chama um part-time!! É suposto servir como um complemento de remuneração mensal, não como a remuneração no seu todo em si! Se calhar dois part-times já devem servir para sobreviver, mas depois ao analisar a questão reparas que em part-time, por norma te pagam pior as horas do que em full-time, por isso em vez de escolheres dois part-times escolhes um full-time.
Em relação à falta ou não de empregos, também temos de ver que tudo atingiu Portugal entre os anos 2005/2009, mais coisa menos coisa, parece-me a mim, pelo menos. Desde a uma crise de finanças devido a uma má estrutura de função pública com gastos desnecessários como existem sempre no sector público (onde estão incluidos tachos, duplicação de empregos, etc), quer pelo atingir da crise internacional, mas também, e a principal causa do desemprego em Portugal, uma questão microeconómica relacionada com a especialização de Portugal em textéis e calçado, que perante a concorrência da China começou naturalmente a entrar em falência. Normalmente esta situação é algo mais suave e a população vai-se naturalmente especializando noutras áreas que vão sendo criadas ou onde pelo menos seja necessária mão-de-obra, apesar de haver sempre, como é óbvio, um aumento do desemprego. Porém, com a crise internacional, a crise nos textéis e associados foi agravada, então aquilo que era suposto acontecer num espaço temporal alargado, em termos de destruição de empregos nessa área, aconteceu em apenas 5 anos. O que não aconteceu com a criação de empregos.. Lembrem-se que o choque tecnológico era precisamente para permitir colmatar esta mesma destruição de empregos.
AAAh e lembrei-me agora o quão engraçados os media são. Já repararam que eles dizem numa base diária o numero de pessoas que são despedidas, ou que entram nos centros de emprego, mas não referem o número de empregos que são criados e das pessoas que saem dos centros de emprego?
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